Acervo Folha https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br No jornal, na internet e na história Fri, 19 Feb 2021 13:40:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Roubo da taça Jules Rimet na sede da CBF completa 35 anos https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/19/roubo-da-taca-jules-rimet-na-sede-da-cbf-completa-35-anos/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/19/roubo-da-taca-jules-rimet-na-sede-da-cbf-completa-35-anos/#respond Wed, 19 Dec 2018 09:00:31 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/Jules-Rimet_tratada-e1545169162859-247x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10680 Em 1983, cerca de 13 anos depois de ter ajudado a seleção brasileira a ganhar a Copa do México, o ex-volante Clodoaldo tomou um susto em uma manhã ao ler a notícia bombástica no jornal: a taça Jules Rimet foi roubada da sede da CBF, no Rio de Janeiro.

“Fiquei espantado na hora. É uma coisa absurda e inexplicável. Aquela taça representava muito para o Brasil e para todos os que gostam de futebol”, disse o ex-jogador para a reportagem do Banco de Dados Folha.

A taça Jules Rimet foi conquistada, em definitivo, pela seleção no dia 21 de junho de 1970, com a goleada de 4 a 1 sobre a Itália na final do Mundial, no estádio Azteca, na Cidade do México.

Conforme as regras da Fifa, a primeira equipe que vencesse a Copa três vezes ficaria com o troféu. E o Brasil já havia triunfado em 1958 e 1962.

“Quando fomos campeões, a taça passou pelas mãos dos jogadores em campo. Foi muito emocionante quando a segurei. Em um momento como aquele, a gente nem repara direito [nos detalhes da taça]. Mas a Jules Rimet, realmente, era linda”, relatou.

Clodoaldo, em 1970 – Folhapress

Nesta quarta-feira (19), o sumiço do troféu completa 35 anos. O seu paradeiro é ainda um mistério, mas a versão mais difundida é a de que ela foi derretida.

“Duas datas ficaram marcadas. Uma alegre, do dia da conquista do Brasil no México, e a outra triste, do dia do roubo”, declarou Clodoaldo.

A taça tinha 35 centímetros de altura, pesava aproximadamente 3,8 quilos e representava a deusa grega da vitória. Era feita de prata, coberta com ouro, e era fixada em uma base de pedra semipreciosa. Também havia placas de ouro com os nomes dos países campeões.

A primeira Copa foi realizada em 1930, e os jogadores do Uruguai, país que sediou o Mundial, foram os vencedores, recebendo o troféu.

Em 1934, a taça passou para as mãos dos italianos, campeões da Copa em seu país. A Itália voltou a repetir o feito em 1938, quando conquistou o torneio na França.

Por causa da Segunda Guerra, a competição não foi realizada nos anos 40.

De acordo com a Fifa, durante o conflito o precioso troféu chegou a ficar escondido dentro de uma caixa de sapatos, em baixo da cama do então vice-presidente da entidade, o italiano Ottorino Barassi. A intenção do cartola foi impedir que a taça fosse tomada pelos soldados que ocupavam o seu país.

Depois da guerra, a Fifa decidiu batizar o troféu com o nome de Jules Rimet, em homenagem ao dirigente idealizador da Copa. O torneio voltou a ser realizado em 1950 no Brasil.

A base da taça foi trocada em 1954, por precisar de mais espaço para gravar os nomes dos times campeões. Uma nova parte, maior, foi colocada como suporte.

Base original da taça com placa do título do Uruguai em 1950 (Foto: Fábio Aleixo)

Furto em Londres

Em 1966, a Copa seria disputada na Inglaterra, e a Fifa autorizou que taça ficasse exposta em um evento em Londres.

A taça deveria permanecer em uma caixa de vidro fechada e ficar sob vigilância o tempo inteiro. Mas não foi isso o que ocorreu. No dia 20 de março daquele ano, no período em que a exposição estava fechada, alguém entrou pelas portas dos fundos e furtou a Jules Rimet.

Não foram os agentes da famosa Scotland Yard (polícia metropolitana de Londres) quem encontraram o troféu, mas, sim, o cachorro Pickles e o seu dono David Corbett.

O animal começou a farejar um pacote diferente (um objeto estava revestido por jornais e amarrado por barbantes) perto da roda de um carro.

Corbett disse que inicialmente pensou que fosse uma bomba, mas que ficou tomado pela curiosidade. Foi assim que a taça foi encontrada.

“Eu rasquei [o pacote] um pouco em baixo e havia um disco simples. Então, rasguei em volta e lá estava escrito Brasil, Alemanha, Uruguai [nomes dos países campeões grafados no troféu]”, afirmou Corbett para o site da Fifa.

No dia 30 de julho de 1966, o objeto achado por Pickles seria erguido pelo capitão da seleção inglesa, Bobby Moore, após a vitória sobre a Alemanha na final do Mundial.

Brasil

A última Copa com a Jules Rimet foi a de 1970 no México, quando Clodoaldo, Gérson, Pelé e seus companheiros brilharam. Com o tricampeoanto brasileiro, esse troféu foi entregue para a CBF e um novo foi criado para o Mundial seguinte.

Diferentemente da primeira taça, o novo troféu, chamado de Copa do Mundo Fifa, não fica, em definitivo, com nenhuma seleção. Muda de posse, sempre quando surge um novo campeão.

A taça Jules Rimet foi roubada no dia 19 de dezembro de 1983 no prédio da CBF, que ficava rua da Alfândega, no Rio de Janeiro.

Segundo relatos, ela ficava exposta na sala de reuniões, no nono andar do prédio, em uma vitrine de vidro que seria a prova de bala. Só que esse vidro estava instalado em uma moldura de madeira, podendo ser arrombado.

Já a réplica desse troféu, que também continha ouro e era usada para substituir a original em viagens, estava guardada em um cofre de aço.

Para invadir o prédio, os ladrões renderam um vigia.

A edição da Folha de 21 de dezembro de 1983 informou que os policiais consideraram precárias a segurança da vitrine em que estavam a Jules Rimet e os outros três troféus roubados na ação.

O então presidente da CBF, Giuliete Coutinho, rebateu e disse que precária era a segurança oferecida pela polícia aos cidadãos.

“O serviço de segurança que eles oferecem é praticamente mínimo, e agora vêm nos criticar. A taça Jules Rimet estava onde sempre esteve desde que foi conquistada pelo Brasil em 1970”, disse o dirigente, na época.

Segundo o presidente da CBF, a taça estava segurada em aproximadamente Cr$ 30 milhões (R$ 375 mil), pois era esse o valor correspondente à parte em ouro (1,8 kg).

Em 12 de maio de 1988, a Folha divulgou que a Justiça condenou a nove anos de prisão Sérgio Pereira Ayres (conhecido como Sérgio Peralta), José Luiz Vieira da Silva (Luiz Bigode) e Francisco José Rocha Rivera (Chico Barbudo), acusados de terem roubado a Jules Rimet. Já Juan Carlos Hernandes pegou a pena de três anos de prisão como receptor.

Conforme texto publicado na Ilustríssima em 25 de maio de 2014, assinado por Anélio Barreto,  Peralta foi preso em 1994 e ganhou liberdade condicional quatro anos depois. Chico Barbudo morreu assassinado em 1989. Luiz Bigode foi capturado em 1995 e ganhou liberdade condicional após três anos. Já Hernandes foi preso em 1998, mas por tráfico de drogas, e não por causa do roubo na CBF.

Reportagem sobre o roubo da Jules Rimet publicada na Folha – 21.dez.1968/Reprodução

 

 

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1988: Em corrida épica, após cair para 16º lugar, Senna vence no Japão e se torna campeão mundial de F-1 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/10/30/1988-em-corrida-epica-apos-cair-para-16o-lugar-senna-vence-no-japao-e-se-torna-campeao-mundial-de-f-1/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/10/30/1988-em-corrida-epica-apos-cair-para-16o-lugar-senna-vence-no-japao-e-se-torna-campeao-mundial-de-f-1/#respond Tue, 30 Oct 2018 10:00:00 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/Ayrton-Senna-320x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10433 O inglês Lewis Hamilton, que se sagrou pentacampeão da F-1 neste domingo (29), tinha apenas três anos quando Ayrton Senna, que mais tarde tornaria seu ídolo, entrou para a história do automobilismo como campeão mundial.

Em 30 de outubro de 1988, em uma corrida muito agitada, o brasileiro venceu o GP do Japão e conquistou o seu primeiro título na categoria.

Aquele ano foi dominado pela McLaren, e os dois pilotos da equipe, Senna e o francês Alain Prost se destacaram muito.

Ao chegar a Suzuka, o brasileiro ostentava a marca de sete vitórias em 14 disputadas. Já o seu principal adversário, francês Alain Prost, tinha triunfado seis vezes.

Ou seja, somente uma corrida não havia sido vencida pela dupla –o austríaco Gerhard Berger, da Ferrari, ganhou na Itália.

Se o brasileiro terminasse mais uma corrida em primeiro lugar (faltavam as etapas do Japão e Austrália), ele já asseguraria o topo na tabela de classificação.

A imprensa japonesa descrevia a rivalidade como o duelo entre o gênio, Senna, e o professor, Prost.

Em pista, o brasileiro deu sinal de que não deixaria escapar o título ao conquistar a pole position para a corrida em Suzuka. Prost ficou com a segunda posição no grid.

Durante a largada, a situação ficou muito complicada para Senna. O seu carro ficou parado na pista e só conseguiu partir após cair para a 16ª posição.

Aproveitando a potência de sua McLaren, Senna reagiu e ultrapassou oito carros em apenas uma volta.

O brasileiro manteve o bom desempenho até chegar à liderança. A ultrapassagem que o levou ao título veio na 28ª volta e foi feita em cima de Prost. Mais embalado, Senna chegou a emparelhar com o francês e tomou uma “espremida” antes de ganhar a primeira posição.

Senna ficou com a vitória, com o seu primeiro título na F-1 (ele também venceria em 1990 e 1991), e passava a conquistar, a cada dia, mais fãs pelo mundo.

E Hamilton foi um deles. Quando já estava consagrado na F-1, Hamilton teve a oportunidade de dirigir o mesmo modelo de carro pilotado por Senna. Durante e depois do teste, ele se mostrou muito emocionado.

“É um dos melhores dias da minha vida. Sou abençoado. Sonhei a minha vida inteira em dirigir esse carro. E consegui realizar esse sonho”, afirmou para a BBC, em programa exibido em 2010.

Hamilton, que costuma fazer muitas homenagens para Senna, estará em São Paulo na próxima semana para participar do GP Brasil.

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1968: Servílio ganha 1ª medalha olímpica do boxe brasileiro após susto e amor https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/10/24/1968-servilio-ganha-1a-medalha-olimpica-do-boxe-brasileiro-apos-susto-e-amor/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/10/24/1968-servilio-ganha-1a-medalha-olimpica-do-boxe-brasileiro-apos-susto-e-amor/#respond Wed, 24 Oct 2018 09:00:25 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/Servilio-320x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10389 Há duas semanas, o ex-pugilista Servílio de Oliveira participou na Cidade do México de um evento de celebração de 50 anos da Olimpíada de 1968. Durante a comemoração, ele disse que um filme passou em sua cabeça.

Sua vida mudou muito naquele ano. Conheceu a sua mulher no Chile. Ganhou o Torneio Latino-Americano, que serviu como uma espécie de seletiva para ir ao México. Viu o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) cogitar não mandar nenhum boxeador aos Jogos por falta de dinheiro.

E, depois de muitas emoções, conquistou a primeira medalha olímpica na história do boxe do país, um bronze, no dia 24 de outubro de 1968 (o Brasil só voltou a ganhar medalha em Olimpíada nesse esporte em 2012).

“As minhas histórias parecem as de cinema. Só que são verídicas. Foi incrível tudo o que aconteceu”, disse o ex-pugilista, em entrevista, para a Folha.

Servílio tinha 20 anos, competia pela categoria peso-mosca (até 51 kg) e era apontado como uma revelação.

A medalha olímpica veio em três lutas. Mas o caminho que percorreu foi bem mais longo.

No começo de 1968, os dirigentes falaram para os pugilistas que usariam o Torneio Latino-Americano do Chile, em março, para definir os representantes brasileiros para os Jogos Olímpicos de outubro.

Com o pensamento em se classificar, Servílio viajou para o Chile. Na parte esportiva, acabou como um dos quatro brasileiros que foram campeões. Fora dos ringues, conheceu a sua atual esposa, Victoria Charlot Del Campo. Entre lutas e treinamentos, o namoro começou.

“Eu conhecia o tio dela e, quando fui disputar esse torneio, a encontrei. Hoje, ela é a mãe dos meus cinco filhos”, afirmou.

O pugilista voltou ao Brasil, a namorada permaneceu no Chile, mas a relação continuou.

Susto

Depois do êxito no Latino-Americano, surgiu a notícia de que o Brasil não ira incluir nenhum atleta do boxe em sua delegação para a Olimpíada. “Diziam que não tinham dinheiro”, relatou.

Foi um grande susto. Mas, após protestos e muitas reuniões, ficou definido que dois boxeadores viajariam para competir nos Jogos. Ele e Expedito Alencar foram os escolhidos.

“A reação foi de felicidade, a gente estava com muita expectativa de participar do maior evento esportivo do mundo”, relatou.

Ao desembarcar na Cidade do México, Servílio inicialmente não deu importância para a altitude do local (2.250 m). Depois, quando foi fazer uma atividade física, mudou de opinião. “Senti que faltava ar para respirar.”

Durante a sua preparação de cerca de 15 dias, adaptou-se e, quando subiu ao ringue para a sua estreia, a altitude não lhe atrapalhou.

Combates

A primeira luta foi contra o turco Engin Yadigar. Segundo o brasileiro, o duelo foi muito equilibrado, e a expectativa para saber o resultado persistiu até o final. O alívio só veio quando os juízes anunciaram o resultado.

“Quando levantaram o meu braço [para indicar o vencedor], vibrei bastante. Foi uma luta muito parelha”, comentou.

O próximo passo foi encarar nas quartas de final o ganense Joe Destimo, que estava embalado após vencer bem a luta anterior.

“Ele tinha enfrentado um canadense [Walter Henry] e tinha vencido, sendo muito superior. Aí, ele veio para cima de mim, para tentar me nocautear.”

Não deu para Destimo. O brasileiro ganhou por pontos e já assegurou a façanha histórica. Conforme o regulamento, não havia disputa entre terceiro e quarto lugares, e os dois perdedores da semifinal levariam o bronze.

“Fiquei com a sensação de missão cumprida. Os caras [do COB] não queriam me trazer e eu já era medalhista olímpico”, declarou Servílio.

A próxima meta era tentar se classificar para a disputa do ouro. Para isso, precisava superar o mexicano Ricardo Delgado. Um rival duro que competia em casa.

O mexicano acabou como vencedor do confronto (também ganharia a final).

“A luta foi equilibrada. Ele fala que ganhou bem. Eu acho que, se fosse em outro país, o resultado talvez não teria sido favorável a ele”, afirmou.

Servílio e Delgado se encontraram neste mês durante o evento da comemoração dos 50 anos da Olimpíada da Cidade do México.

“Ele é meu amigo. Falou que eu era ‘entrão’ por ter procurado o combate, ter tomado a iniciativa daquela luta. Eu gosto dele, é um bom homem”, disse o brasileiro.

Descolamento de retina

Depois do bronze, o medalhista olímpico decidiu trocar o amadorismo pelo boxe profissional. Foi uma sequência de 15 vitórias.

Em dezembro de 1971, durante um combate contra o americano Tony Moreno, o adversário acertou uma cabeçada involuntária em seu olho direito.

Servílio sofreu um descolamento de retina: “Perdi a visão total desse olho”.

Com isso, ele se aposentou do boxe e foi para o Chile, onde ainda vivia Victoria, com quem se casou. Lá, trabalhou com a família da mulher, em um galpão onde consertava-se móveis de repartições públicas.

“No início, foi difícil viver longe do boxe. Com a fama, você é afagado, recebe tapinhas nas costas. Quando essa situação muda, isso para de ocorrer. Aí, se você não tiver estrutura, se não tiver apoio familiar, você dança”, relatou.

Com o golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973, eles perderam o emprego. Servílio ainda permaneceu no país até 1975, quando optou por voltar para o Brasil.

Achando estar em condições de lutar, mesmo sem a visão em um dos olhos, ele retomou a carreira no boxe. Foram cinco vitórias.

“Eu me sentia bem fisicamente, e era uma necessidade fazer esporte para melhorar o orçamento da minha família.”

Quando foi lutar fora do país, em Santiago, os médicos vetaram a sua participação justamente por causa de visão. Servílio não pôde mais subir aos ringues.

“Tive que parar. Mas fiquei invicto no profissional, com 20 lutas e 20 vitórias.”

Nova geração

Continuou no esporte, em outras atividades, como técnico, supervisor e manager. Hoje, vê o seu neto Luiz Gabriel de Oliveira, de 17 anos, seguir os seus passos e começar brilhar.

O garoto foi o porta-bandeira da delegação brasileira dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, de 2018, e conquistou a medalha de bronze nesta competição.

“Meu neto é inteligente, é um menino tranquilo. É espetacular. Ele escuta muito o pai, que é o técnico dele, e escuta o vô também”, declarou.

Ele está muito animado e acredita que o neto possa superar a sua façanha.

“Se na Argentina ganhou o bronze [nos Jogos da Juventude], acho que ele vai me ultrapassar e ganhar ouro ou prata em Olimpíada de 2020.”

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Tite rompe tabu ao ser o 1º técnico mantido na seleção para mais 4 anos após queda em Copa https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/26/tite-rompe-tabu-ao-ser-o-1o-mantido-na-selecao-do-brasil-apos-fracasso-em-copa/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/26/tite-rompe-tabu-ao-ser-o-1o-mantido-na-selecao-do-brasil-apos-fracasso-em-copa/#respond Thu, 26 Jul 2018 09:00:42 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/tite-320x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10183 Se o contrato de Tite com a CBF não for quebrado até 2022, o treinador realizará um feito ao participar do torneio no Qatar.

Até agora, nenhum técnico da seleção, que saiu como perdedor de uma Copa, continuou no cargo, de forma ininterrupta, até o Mundial seguinte.

Entre os treinadores campeões da Copa do Brasil, somente Zagallo dirigiu direto a equipe em duas Copas seguidas, em 1970 e em 1974.

Nem Telê Santana com o futebol-arte em 1982 permaneceu como técnico do Brasil.  Ele também participou do Mundial de 1986, mas, no período entre os dois torneios, ele dirigiu um time na Arábia Saudita.

Antes de desligar-se da CBF, em 29 de setembro de 1982, Telê havia reclamado, em uma entrevista para a TV Cultura, de críticas e pressões que um técnico disposto a trabalhar honestamente na seleção costumava sofrer.

Quando pediu demissão, ele negou que os responsáveis pela pressão tenham sido os dirigentes da seleção brasileira.

“Expliquei que minhas declarações não se relacionavam com os homens responsáveis pela direção da confederação. Mas confirmei minhas declarações e as mantenho, pois realmente considero muito difícil ser técnico da seleção quando se quer trabalhar honestamente”, disse, em reportagem da Folha.

“Só que essa dificuldade vem de fora, pois as pressões são muitas e as incompreensões também. Um trabalho sério não pode sofrer a quantidade de críticas e pressões pelas quais passei”, continuou.

Depois da derrota para a Itália por 3 a 2, no estádio Sarriá, na Copa da Espanha, o treinador sofreu muitas críticas como, por exemplo, não ter reforçado o meio de campo, pois bastaria um empate para o time passar de fase.

 

O contrato de Telê acabava no 31 de dezembro de 1982, mas ele decidiu antecipá-lo depois ter assumido um compromisso verbal com os dirigentes do Al Ahli, clube da Arábia Saudita.

“Como o presidente Giuliete Coutinho [ da CBF] e o diretor Medrado Dias já tinham se manifestado dispostos a aceitar meu pedido de demissão, resolvi fazê-lo e antecipar uma decisão que, praticamente, teria de tomar em dezembro”, afirmou.

Depois de sua saída, os técnicos Carlos Alberto Parreira, Edu Antunes e Evaristo de Macedo passaram pelo comando a equipe.

Mas, no dia 23 de maio de 1985, o nome de Telê voltou a ser anunciado como técnico do Brasil.

Campeão em 1970,  Zagallo comanda Brasil em 1974

Esse ciclo começou há poucos meses da Copa do México. No dia 18 de março de 1970, Zagallo assumiu o cargo após a queda de João Saldanha.

Em uma de suas primeiras entrevistas, o treinador afirmou que não escalaria Pelé e Tostão juntos. “Dentro do meu esquema, eles são incompatíveis”, declarou, conforme publicou Folha.

“Para o meu sistema, eles não dariam certo jogando juntos. É uma opinião pessoal, mas como técnico da equipe, tenho o direito de pensar e escolher um caminho. Outros podem não ser da mesma opinião, coisa que eu respeito. Mas a decisão cabe a mim e está tomada.”

No entanto, o treinador mudou de ideia, arrumou um sistema para os dois atuarem juntos, com Tostão mais avançado no ataque, e o Brasil conquistou o tricampeonato no México.

Já no Mundial-1974, a seleção ficou em quarto lugar, e Zagalo foi muito questionado. Uma das críticas era ter escalado Ademir da Guia somente na decisão pelo terceiro lugar.

“Se o Brasil tivesse vencido, apesar de continuar jogando o mesmo futebol e fazendo tudo igual, seríamos os melhores do mundo, gênios e deuses. Todos nós da seleção”, afirmou o treinador quando o Mundial acabou.

Sem o título, a dança de cadeira entre os treinadores voltou na seleção. O próximo a comandar a equipe nacional foi  Oswaldo Brandão.

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1998: Após França vencer Copa, Zidane revelou que Platini ligava para dar conselhos; leia entrevista https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/13/1998-apos-franca-vencer-copa-zidane-revelou-que-platini-ligava-para-dar-conselhos-leia-entrevista/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/13/1998-apos-franca-vencer-copa-zidane-revelou-que-platini-ligava-para-dar-conselhos-leia-entrevista/#respond Fri, 13 Jul 2018 09:30:56 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Zidane-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10099 Depois de levar a França ao inédito título mundial, o então meia Zinedine Zidane afirmou em 1998, em entrevista exclusiva para a Folha, ter recebidos conselhos do ex-jogador Michel Platini, que era até então o nome mais badalado do futebol francês.

A entrevista, dada para o jornalista João Carlos Assumpção, foi publicada em 16 de agosto de 1998.

Platini participou de três Copas, foi campeão da Eurocopa-84 e ganhou três Bolas de Ouro (prêmio concedido pela revista France Football ao destaque de cada ano).

No Mundial disputado na França, o ex-meio-campista exerceu o cargo de presidente do Comitê Organizador da Copa.

Zidane disse que mantinha uma boa relação com Platini e que, mesmo depois do título, não se via superando o ex-jogador no coração dos franceses.

“No coração da torcida, não só eu, mas todo o grupo que ganhou a Copa e o técnico Aimé Jacquet, que soube como poucos aguentar uma pressão monstruosa, estaremos para sempre”, afirmou.

“Mas superar Platini é uma coisa que mesmo nós, campeões mundiais, não podemos fazer. Ele foi uma marca, um grande jogador e um bom amigo, que me telefonava de vez em quando, dava conselhos e torceu muito por nós”, continuou.

A França havia vencido o Brasil por 3 a 0, no Stade de France, em Saint-Denis, no dia 12 de julho.

Essa final ficou marcada para os brasileiros pelo mal-estar vivido pelo atacante Ronaldo ter passado mal antes do jogo e mesmo assim ter entrado em campo.

Segundo o Zidane, ter vencido o Brasil na final da competição, disputada em casa, foi algo muito especial.

“Melhor do que um sonho. Melhor do que um sonho, porque é uma realidade. Eu entrei com muita vontade de representar com dignidade o futebol francês, de motivar os torcedores. E o resultado foi melhor do que poderíamos imaginar, foi como um sonho. Enfrentar o Brasil na final era o que todo o francês sonhava. Vencer, então, nem se fala.”

2018

Na Copa-2018, o treinador da equipe francesa é Didier Deschamps, capitão do time campeão de 1998.

Com a saída de Zidane do comando do Real Madrid no fim de março, o nome do ex-meia chegou a ser cogitado para substituir Deschamps quando terminasse o Mundial da Rússia, apesar de o contrato do atual técnico com a seleção francesa ser válido até 2020.

Para acabar com os rumores, a federação francesa veio a público sinalizar que não mudará de técnico.

Enquanto isso, Zidane curte seu tempo livre.

No dia 12 de julho, quatro dias antes a estreia vitoriosa da França sobre a Austrália por 2 a 1, ele participou, com outros ex-atletas, de um jogo comemorativo para celebrar os 20 anos do título mundial.

Depois disso, o ex-técnico do Real Madrid publicou no dia 2 de julho, em sua rede social, uma foto mostrando suas férias em Ibiza, na Espanha.

Estava bem distante do estádio de Kazan, na Rússia, onde a seleção do seu país havia derrotado a Argentina por 4 a 3, em um dos melhores jogos da Copa, no último dia 30 de junho.

Leia abaixo a íntegra da entrevista dada por Zidane, com a grafia original.

16.ago.1998

Campeão, Zidane exige reconhecimento

João Carlos Assumpção

Carrasco do Brasil ele não foi, porque os carrascos da seleção talvez ainda possam ser encontrados dentro da equipe comandada por Zagallo, seja entre os jogadores, a comissão técnica ou os dirigentes que estiveram na França.

De qualquer forma, autor dos dois primeiros gols da decisão da Copa-98, ele ficou sendo, para os franceses, a personificação do herói nacional.

Ainda sem esconder a euforia pela conquista do Mundial, Zinedine Zidane, 26, ou simplesmente ”Zizou”, lamenta apenas o que chama de tentativa de tirar os méritos do título francês.

Para ele, o ”episódio Ronaldinho” colocou a equipe de Aimé Jacquet numa situação semelhante à vivida por Carlos Alberto Parreira, que ganhou o Mundial em campo, mas até hoje tem que ”justificar” a vitória, fora dele.

Em entrevista à Folha, por telefone, Zidane comentou a Copa, analisou a derrota brasileira, falou sobre a importância do título para o futebol francês e de seu futuro.

Folha – A Copa começou mal para você. Uma expulsão na primeira fase, dois jogos de suspensão, mas, no final, a volta por cima, principalmente os dois gols contra o Brasil, o título… Como está sendo para você viver estes momentos pós-Mundial? Parece um sonho?

Zinedine Zidane – Melhor do que um sonho. Melhor do que um sonho, porque é uma realidade. Eu entrei com muita vontade de representar com dignidade o futebol francês, de motivar os torcedores.

E o resultado foi melhor do que poderíamos imaginar, foi como um sonho. Enfrentar o Brasil na final era o que todo o francês sonhava. Vencer, então, nem se fala.

Folha – Mas a final foi sem graça, você não acha?

Zidane – É claro que o futebol fica mais bonito quando nosso time vence, mas quando perde, pode perder de pé. E não foi o que aconteceu com o Brasil, que não ofereceu a menor resistência. Para um torcedor neutro, nem brasileiro, nem francês, não houve espetáculo, foi um jogo de um time só…

Aí é que está o erro de muitas das análises que vi na imprensa mundial. O Brasil tinha certeza de que venceria e não venceu. E o mundo todo achava que os brasileiros ganhariam. Até muitos franceses.

Como não foi o que aconteceu, ficou todo mundo procurando explicações para o resultado na seleção brasileira, quando poderiam estar procurando explicações entre os franceses.

Nós optamos pela tática certa, exploramos deficiências do Brasil nas bolas altas, paramos o Roberto Carlos, dominamos o meio-campo e jogamos com muita garra…

Folha – O Brasil, então, menosprezou os franceses?

Zidane – Isto não sei dizer. O que sei é que vimos, pela TV, o senhor Zagallo dizer que o Brasil ganharia, que a França sentiria a pressão da torcida por jogar em casa, mas nós sabíamos que não era exatamente assim.

Na final, pelas próprias declarações dos brasileiros, a pressão e a obrigação de vencer estavam com vocês, não conosco.

Folha – A França, então, não sentiu a pressão de jogar em casa?

Zidane – Sentiu, mas não na final. Este foi o erro da comissão técnica do Brasil. Sentimos a pressão nas oitavas-de-final, contra o Paraguai, e nas quartas-de-final, contra a Itália. Porque nossa obrigação era chegar entre os quatro.

Tínhamos que vencer o Paraguai, e quase não conseguimos, e depois a Itália, quando acabamos indo para os pênaltis. Contra a Croácia e contra o Brasil, não havia mais pressão, porque já estávamos entre os quatro melhores. Jogamos muito mais relaxados.

Folha – E o caso Ronaldinho, que teve uma crise nervosa… O que você acha que aconteceu?

Zidane – Não sei, não estava lá, não acompanhei o caso. A única coisa que acho é que nós, franceses, não temos nada que ver com isso. Nós estávamos concentrados para o jogo, respeitamos o Brasil, entramos cautelosos, dispostos a enfrentá-los da maneira que nosso treinador achava a melhor e deu certo. Isto é o que importa.

Se começarmos a procurar explicações para o resultado entre os brasileiros, não chegaremos a lugar algum e estaremos nos esquecendo de nossos méritos.

É o mesmo que aconteceu com vocês em 94. Vi uma entrevista do ex-treinador brasileiro (Carlos Alberto Parreira) em que ele lamentava que tinha de explicar o porquê de ter ganho a Copa. Jogou com as regras, foi o time com melhor campanha, não perdeu um jogo, não tinha que ficar se justificando.

Conosco é a mesma coisa. Tivemos o melhor ataque do torneio, a melhor defesa, terminamos invictos, ganhamos de 3 a 0 na final, fizemos o maior número de pontos, merecemos o título…

Vocês, brasileiros, são fantásticos, têm um futebol maravilhoso, mas tiveram duas derrotas na Copa. Acontece.

Fomos obstinados, um grupo fechado, unido, isto é importante. Ganhamos e não temos que pedir desculpas, porque foi de acordo com a regra. Isto é o futebol.

Folha – A Copa-98 foi considerada a melhor dos anos 90. Fora do campo, porém, em termos de organização, perdeu feio para a de 94. Qual é o seu balanço?

Zidane – É difícil falar do ponto de vista da organização fora do campo, porque nós, os jogadores, estávamos muito concentrados nas nossas partidas, não pensávamos em outras coisas.

No campo, acho que o nível técnico melhorou, alguns jogos foram emocionantes, mas houve o problema da arbitragem, que não teve um critério. Eu mesmo peguei dois jogos de suspensão, o que achei um pouco exagerado. Mas pelo menos a Fifa tentou corrigir as falhas durante o torneio.

Para o futebol, o fato de a França ter vencido foi importante. Motiva mais o esporte a entrada de um sétimo país como campeão mundial.

Folha – Qual foi o jogo mais difícil para a França?

Zidane – O contra o Paraguai. Se não tivéssemos marcado na morte súbita, seriam eles os favoritos nos pênaltis, não só pelo aspecto psicológico, mas por terem o Chilavert, um goleiro excepcional.

Folha – A França eliminou nos pênaltis a Itália, pelas quartas-de-final. Há algum receio em retornar ao futebol italiano?

Zidane – Não, pelo contrário, muito pelo contrário mesmo. Apesar de ter carinho pelos italianos, não só eu, mas outros jogadores franceses, como o Deschamps, entramos motivados, porque é uma maneira de mostrar que eles fizeram bem em nos contratar.

Folha – Então é uma forma de vocês voltarem por cima?

Zidane – Sim, mas é bom lembrar que nossa experiência no futebol italiano foi decisiva para que tivéssemos sucesso no Mundial.

Aprendemos na Itália a lidar melhor com a pressão. Como me disse Michel Platini certa vez, a relação entre jogadores e imprensa na Itália parece um jogo, uma guerra constante que ensina muitas lições, que faz os atletas crescerem.

Folha – E já que você citou o Platini, antes da Copa você era citado como seu provável sucessor no futebol francês. Agora, com um título que ele nunca teve, já o superou no coração da torcida?

Zidane – No coração da torcida, não só eu, mas todo o grupo que ganhou a Copa e o técnico Aimé Jacquet, que soube como poucos aguentar uma pressão monstruosa, estaremos para sempre.

Mas superar Platini é uma coisa que mesmo nós, campeões mundiais, não podemos fazer. Ele foi uma marca, um grande jogador e um bom amigo, que me telefonava de vez em quando, dava conselhos e torceu muito por nós.

O que espero é ter o mesmo sucesso na Juventus (Itália). Lá ele se transformou num mito.

Estou apenas engatinhando. Tive um começo difícil, mas já estou acostumado e pronto a apresentar meu melhor futebol. Vamos ver se nesta temporada eu tenho a mesma sorte que tive no Mundial.

Pelo menos é o que desejo, porque acomodar… Acomodar é uma coisa que você não deve fazer nunca, certo?

 

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Campeã olímpica e vice da Euro, Bélgica viu Maradona frustrar sua melhor Copa https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/05/campeao-olimpica-e-vice-da-euro-belgica-viu-maradona-frustrar-sua-melhor-copa/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/05/campeao-olimpica-e-vice-da-euro-belgica-viu-maradona-frustrar-sua-melhor-copa/#respond Thu, 05 Jul 2018 09:00:46 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/belgica1920_-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9967 A seleção belga de futebol, rival do Brasil nesta sexta-feira (6) na Copa da Rússia, ostenta em seu currículo o título de campeã olímpica de 1920, o vice-campeonato da Eurocopa de 1980 e um quarto lugar no Mundial-1986 no México.

A medalha de ouro veio em casa, durante os Jogos da Antuérpia, no dia 2 de setembro de 1920.

Essa foi a primeira competição olímpica realizada depois da Primeira Guerra Mundial. O torneio de futebol contou com a participação de 14 times –13 europeias e uma africana, o Egito.

A equipe belga estreou já na segunda fase, as quartas de final, com um triunfo de 3 a 1 na Espanha. Na partida seguinte, a vitória foi em cima dos vizinhos holandeses por 3 a 0.

A adversária na final foi a Tchecoslováquia, seleção que vinha muito embalada. Nas fases anteriores, eles atropelaram os rivais, marcando 15 gols e tomando só 1 (7 a 0 na Iugoslávia, 4 a 0 na Noruega e 4 a 1 na França).

Só que o jogo decisivo não chegou ao fim. Aos 39 minutos do primeiro tempo, a partida foi interrompida quando a Tchecoslováquia, que perdia por 2 a 0, saiu de campo em protesto contra a arbitragem. Assim, os donos da casa ficaram com a medalha de ouro.

Segundo o site da RSSSF, organização que registra estatísticas esportivas, os tchecos reclamaram de que o árbitro não apitou uma falta no goleiro no lance que originou o primeiro gol nem anotou um impedimento no segundo.

A equipe visitante alegou também que o juiz expulsou um tcheco, mas poupou um atleta belga, após uma briga em campo.

1980

A Bélgica chegou muito perto de outro grande feito na Eurocopa-1980, na Itália, ao ficar em segundo lugar.

Era uma geração formada por nomes que entraram para a história do país, como o goleiro Jean-Marie Pfaff e o meia Jan Ceulemans, sob o comando do técnico Guy Thys.

Depois de uma fase de qualificação que contou com 31 seleções, oito equipes tinham se credenciado a participar do torneio europeu. Elas foram divididas em dois grupos.

Com empates diante da Inglaterra (1 a 1) e da Itália (0 a 0) e vitória sobre a Espanha (2 a 1), a primeira posição no grupo e, consequentemente, a vaga na decisão haviam sido asseguradas.

A final foi contra a Alemanha e só foi decidida aos 43 minutos do segundo tempo. O jogo estava empatado por 1 a 1 quando, após um escanteio, o atacante alemão Horst Hrubesch cabeceou certeiro, marcando o seu segundo gol no jogo e decretando a vitória: 2 a 1.

1986

O melhor resultado conquistado pela Bélgica em uma Copa do Mundo foi em 1986 no México, um quarto lugar. O meia Enzo Scifo, de 20 anos, destacou-se em campo e foi eleito o melhor jogador jovem da competição.

Enzo Scifo cabeceia bola durante treino – Benoit Doppagne – 28.mai.2000/Reuters

Comandada pelo técnico Guy Thys, a equipe iniciou sua trajetória na competição de forma cambaleante. Perdeu para o anfitrião México por 2 a 1, venceu o Iraque por 2 a 1 e empatou com o Paraguai por 2 a 2.

Nas oitavas de final, superou a União Soviética na prorrogação por 4 a 3. Na fase seguinte, mais sofrimento. Vitória contra a Espanha nos pênaltis por 5 a 4, após empate de 1 a 1.

O revés veio na semifinal diante da Argentina. Os belgas não resistiram a Diego Maradona, que anotou no segundo tempo os dois gols da vitória de 2 a 0.

Em entrevista ao site da Fifa, em 2016, Scifo lembrou do jogo e afirmou que a Argentina não vivia um bom dia, mas seu time também não estava bem.

“Tínhamos jogados duas partidas com prorrogações, e fisicamente estávamos sentindo os efeitos”, declarou.

Maradona desequilibrou o duelo. “Foi ele quem nos derrubou e nos negou um lugar na final”, disse.

Na disputa pelo terceiro lugar, diante da França, empate de 2 a 2 no tempo normal e derrota de 2 a 0 na prorrogação.

Se a atual seleção Bélgica eliminar o Brasil Copa-2018, ela vai, pelo menos, igualar o feito do time de Scifo.

Diego Maradona comemora vitória sobre a Bélgica – Gary Hershorn – 22.jun.1968/Reuters
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2013: Diego Costa jogou 40 minutos pela seleção brasileira https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/01/2013-diego-costa-jogou-40-minutos-pela-selecao-brasileira/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/07/01/2013-diego-costa-jogou-40-minutos-pela-selecao-brasileira/#respond Sun, 01 Jul 2018 09:00:16 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Diego-Costa-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9888 Um dos principais nomes da Espanha na Copa-2018, o atacante Diego Costa atuou pela seleção brasileira por 40 minutos em dois jogos em março de 2013.

Sem ter grandes chances no time do país onde nasceu, o jogador preferiu passar a defender a equipe espanhola sete meses depois de ter vestido a camisa verde-amarela.

 A Fifa autorizou a mudança porque as duas partidas disputadas pelo Brasil eram apenas amistosas, e não de torneios oficiais da entidade.

Foi na Espanha que Diego Costa fez a maior parte de sua carreira. Nascido em Lagarto (SE), ele jogou no Brasil pelo Barcelona Esportivo de Capela, na quarta divisão de São Paulo, antes de partir aos 17 anos para a Europa, em 2006.

Passou pelos clubes portugueses Penafiel e Sporting Braga e os espanhóis Celta de Vigo, Albacete, Valladolid, Rayo Vallecano e Atlético de Madrid até ser chamado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para defender a seleção brasileira.

A convocação foi anunciada no dia 5 de março de 2013 para enfrentar a Itália e a Rússia em amistosos de preparação para a Copa das Confederações.

“É um atleta que merece essa oportunidade para que a gente possa observá-lo. Ele tem características que são importantes. É forte e sabe se posicionar”, disse Scolari depois de ter anunciado a lista dos jogadores.

O primeiro jogo foi contra os italianos, no dia 21 de março, em Genebra, na Suíça, e Diego ficou entre os reservas. Aos 23 minutos do segundo tempo, chegou a hora da estreia.

Entrou na vaga do centroavante Fred, quando o placar marcava 2 a 2, resultado que persistiu até o apito final. Como a partida teve três minutos de acréscimos, ele ficou em campo por 25 minutos.

Diego também começou no banco o amistoso contra a Rússia, em Londres, na Inglaterra, no dia 25 de março. Só foi a campo aos 33 minutos da etapa final em substituição a Kaká.

Atuou por 15 minutos (a partida terminou só aos 48). O Brasil, que perdia por 1 a 0, reagiu e empatou o duelo aos 44, com gol de Fred.

Em julho daquele ano, o Atlético de Madrid divulgou que Diego obteve a cidadania espanhola, liberando a vaga de jogador extracomunitário no clube. Cada clube na Espanha pode escalar apenas três atletas de países fora da União Europeia.

Clique na foto e veja a edição da Folha de 30 de outubro de 2013

Com o passaporte espanhol, ele, que ficou fora da Copa das Confederações, também passou a ter a possibilidade de trocar de seleção.

Ao blog da Folha Por Dentro da Seleção, assinado pela jornalista Martín Fernandez, o atleta mostrou que não estava satisfeito com as poucas oportunidades dadas por Scolari.

“Eu acho que o Felipão já me testou. Ele não me levou para a Copa das Confederações”, disse Diego, em setembro de 2013.

O treinador brasileiro chegou a convocá-lo mais uma vez, por antecipação, para duas partidas amistosas que seriam disputadas em novembro daquele ano. Porém o atleta não aceitou o chamado e optou por defender a Espanha.

Scolari não gostou nada da decisão. “Ele está dando as costas para um sonho de milhões, o de representar a nossa seleção pentacampeã em uma Copa do Mundo no Brasil”, declarou, em nota publicada no site da CBF  após a recusa.

Depois da repercussão, o jogador negou que tenha rejeitado o seu país de origem e apontou que sua decisão foi essencialmente “futebolística”.

“Aqui [na Espanha] fiz minha carreira. Tudo o que sou eu devo a este país. Tenho familiares no Brasil, é onde eu nasci e onde eu vou viver quando deixar de jogar futebol. Espero que as pessoas entendam e respeitem.”

O centroavante ganhou na época o apoio público de Pelé. “Foi bonita atitude do Diego Costa. Ele tinha uma posição e assumiu isso”, afirmou o tricampeão mundial, durante um evento em São Paulo.

A trajetória do sergipano na seleção espanhola começou com vitória de 1 a 0 sobre a Itália, em um amistoso, em Madri, no 5 de março de 2014.

Campeã mundial de 2010, a Espanha chegou badalada para a Copa no Brasil. Mas Diego e seus companheiros decepcionaram, e a equipe caiu eliminada, logo na primeira fase. Na Rússia-2018, o centroavante teve mais uma chance de disputar um Mundial.

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1978: Argentina vence Copa pela 1ª vez com polêmica que persiste até hoje https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/06/25/1978-argentina-vence-copa-pela-primeira-vez-com-fato-que-ecoa-ate-hoje/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/06/25/1978-argentina-vence-copa-pela-primeira-vez-com-fato-que-ecoa-ate-hoje/#respond Mon, 25 Jun 2018 10:00:27 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/Passarella__abre-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9784

Quem viu a Copa da Argentina, em 1978, não se esquece do jogo entre a anfitriã e o Peru, em especial da sonora goleada de 6 a 0 que a colocou na final contra a Holanda.

Quatro anos antes do choro provocado pelo carrasco italiano Paolo Rossi e pela queda da seleção de ouro de Sócrates, Zico, Júnior e companhia, a Argentina se sagrava campeã na prorrogação (3 a 1), em casa, depois de um empate em 1 a 1 com a Holanda no tempo normal.

O Mundial de futebol no país vizinho ficou marcado e refletido na memória de quem o viu e transmitiu aos que nasceram no meio da década de 1970 em diante como a Copa suspeita de ter sido “comprada”.

O goleiro peruano –na verdade argentino– Ramón Quiroga é apontado como o vilão do torneio e no imaginário do futebol brasileiro como a figura que nos desclassificou.

Na segunda fase do torneio,  o Brasil tinha vitórias contra Peru (3 a 0) e Polônia (3 a 1) e um empate sem gols com a Argentina, com um saldo era de cinco gols. Só o primeiro colocado se classificava para a final. A seleção de Daniel Passarella chegou à rodada decisiva precisando de um triunfo por quatro gols de diferença sobre o Peru para ultrapassar o Brasil na tabela e ir à decisão. Então, deu-se o 6 a 0.

A seleção brasileira não foi brilhante durante o torneio, mas não perdeu nenhuma partida. Empatou duas na primeira fase, contra Suécia (1 a 1) e Espanha (0 a 0), e venceu a Áustria por 1 a 0. Na decisão pelo terceiro lugar, bateu a Itália por 2 a 1.

Comandados pelo técnico Cláudio Coutinho, os brasileiros tinham Zico, Reinaldo, Dinamite, Nelinho e Dirceu. Era um time de respeito, mas essa era mesmo a Copa da Argentina.

Os argentinos ainda não contavam com Maradona (então com 17 anos), mas tinham uma seleção que muitos ainda se recordam, com o futuro técnico Passarella, o artilheiro Mario Kempes (fez seis gols no torneio), o goleiro Ubaldo Fillol, Leopoldo Luque e Rene Houseman.

Fizeram sete jogos, perderam apenas para a Itália (1 a 0) na primeira fase, empataram com Brasil (0 a 0) na segunda e com a Holanda no tempo normal da final (1 a 1). De resto só vitórias. Duas vezes de 2 a 1 (contra Hungria e França), 2 a 0 sobre a Polônia e os 6 a 0 no Peru.

Deste jogo, em especial, o placar elástico e o goleiro argentino naturalizado peruano continuam a repercutir. Em outubro de 1998, a Folha publicou no caderno Esporte “Ex-goleiro admite fraude na Copa-78”. No texto, Ramón Quiroga levantou suspeitas sobre jogadores terem aceitado suborno para facilitar a vitória argentina.

A reportagem informou que Quiroga especulava que “os militares argentinos teriam subornado seus companheiros de equipe”. Segundo o ex-jogador, “antes da partida ou no intervalo” foram ao vestiário peruano “membros da Junta Militar da Argentina” –o país que era presidido na época pelo general Jorge Videla.

“Quiroga, porém, é o primeiro envolvido no episódio a levantar suspeitas de suborno”, terminou o texto.

Passados 20 anos da publicação da Folha, foi a vez de o diário peruano Trome voltar ao tema.

Em março deste ano, o ex-jogador José Velásquez, apelidado no país de “El Patrón”, disse em entrevista que “seis jogadores se venderam”. “Só posso citar quatro, porque há outros dois que são famosos e posso prejudicar suas carreiras. Os que se venderam foram Rudolfo Manzo, Raúl Gorriti, Juan José Muñante e Ramón Quiroga”, afirmou.

Desta vez, o goleiro (e atualmente comentarista esportivo) não levantou suspeita nem ratificou o que o companheiro disse em entrevista. Em vez disso, protocolou denúncia por crime contra honra e difamação agravada.

Se para a torcida brasileira a goleada e o título argentino não foram digeridos, o mesmo pode se dizer dos peruanos que continuam sem respostas que confirmem as suspeitas levantadas de que há 40 anos tivemos uma Copa do Mundo “comprada”.

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1994: Escobar foi assassinado após gol contra na Copa dos EUA https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/1994-escobar-foi-assassinado-apos-gol-contra-na-copa-dos-eua/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/1994-escobar-foi-assassinado-apos-gol-contra-na-copa-dos-eua/#respond Tue, 19 Jun 2018 19:15:15 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/Escobar__blog-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9719 De todos os 46 gols contra anotados até o momento em  Copas do Mundo, o de Andrés Escobar, da Colômbia, nos Estados Unidos em 1994, foi o mais famoso –e por um motivo trágico.

O lance ocorreu na derrota da seleção colombiana para os anfitriões e foi o único gol contra dessa edição da Copa.

Tida como uma das favoritas ao título, a Colômbia tinha uma geração que a fez sonhar com as fases finais da Copa. No time do técnico Francisco Maturana havia Valderrama, Rincón e Asprilla, estes dois últimos conhecidos do público brasileiro.

No Grupo A estavam Estados Unidos, Colômbia, Romênia e Suíça. Parecia natural, para quem acompanha o futebol, que dentre as quatro seleções do grupo, a seleção colombiana passaria às oitavas –e em primeiro. Não foi o que aconteceu.

Das três partidas que disputou, venceu apenas a última, contra a Suíça por 2 a 0. No primeiro jogo foi derrotada pela Romênia (3 a 1) e no segundo pelos Estados Unidos (2 a 1). O gol contra do zagueiro Andrés Escobar inaugurou o placar no estádio Rose Bowl (palco da final entre Brasil e Itália), em Pasadena.

Torcedores colombianos homenageia o jogador Escobar durante Copa da França (Eric Draper – 15.jun.1998/Associated Press)

Na edição do dia seguinte, a Folha dava na quinta página do caderno Esporte o relato do jogo e destacava após o título que, “segundo o Datafolha, chances de classificação da seleção colombiana são de menos de 1% depois da partida de ontem”. Terminada a fase de grupos, a Colômbia terminou em último do grupo.

Menos de uma semana após voltar ao seu país, Escobar foi abordado por um grupo à saída de um restaurante em Medellín, houve discussão sobre o gol contra e o jogador levou 12 tiros.

Segundo testemunhas, Escobar, 27, saía de um restaurante do subúrbio de Las Palmas quando recebeu os disparos. Ao deixar o estabelecimento, o jogador começou a discutir com um grupo de três homens e uma mulher que se encontravam no estacionamento. Ele foi levado em um táxi para um hospital de Medellín, mas não resistiu.

Dias depois não havia consenso entre as autoridades se seus assassinos tinham mesmo ligação com o narcotráfico ou com bolsas de apostas. Uma coisa estava certa: o gol contra motivou a discussão e o assassinato de Escobar.

COPA 2018

Com apenas 17 partidas disputadas até agora, a Copa-2018 pode ser a edição com mais gols contra. Até o momento já são cinco. O Mundial da França, em 1998, é a que tem mais gols desse tipo assinalados. Foram seis ao todo.

O marroquino Aziz Bouhaddouz marcou o único gol da vitória do Irã, a Fifa tirou o gol de Pogba na vitória por 2 a 1 contra a Austrália e creditou a Behich, na partida entre Nigéria e Croácia, Peter Etebo marcou contra o primeiro dos croatas na vitória por 2 a 0 e nesta terça (19) Cionek, da Polônia, anotou o primeiro gol do Senegal na vitória por 2 a 0.

No último Mundial, no Brasil, foram cinco gols contra. Marcelo, lateral-esquerdo da seleção, foi quem fez o primeiro, na abertura do evento, no Itaquerão, diante da Croácia, na vitória por 3 a 1 do Brasil. E é, ainda, o único gol contra marcado por um jogador da seleção brasileira em Copa.

Marcelo marca gol contra na vitória do Brasil por 3 a 1 sobre a seleção da Croácia (Thanassis Stavrakis – 12.jun.2014/Associated Press)
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1993: Palmeiras bate Corinthians e quebra jejum de quase 17 anos https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/06/12/1993-palmeiras-bate-corinthians-e-quebra-jejum-de-quase-17-anos/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/06/12/1993-palmeiras-bate-corinthians-e-quebra-jejum-de-quase-17-anos/#respond Tue, 12 Jun 2018 10:00:41 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/Evair_-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9641 12 de junho de 1993. Final do Campeonato Paulista: Palmeiras x Corinthians. Estádio do Morumbi, com 104.401 torcedores pagantes.

Aos 10 minutos do primeiro tempo da prorrogação, o centroavante palmeirense Evair se posicionou perto da meia-lua da área para cobrar o pênalti.

Colocou as mãos na cintura. Limpou o suor do rosto. Correu lentamente. Chutou cruzado rasteiro, no canto esquerdo. O goleiro corintiano Wilson pulou para o outro lado. A bola foi balançar as redes, no fundo gol.

Para festejar Evair abriu os braços, saiu correndo, olhou para o céu e se ajoelhou no gramado, perto da bandeirinha de escanteio.

Foi assim o gol do Palmeiras que determinou a vitória sobre Corinthians de 1 a 0 na prorrogação, após ter ganhado por 3 a 0 no tempo normal.

O triunfo fez com que o time do Parque Antarctica conquistasse o Estadual, quebrando um jejum de quase 17 anos sem conquistas.

“Acabaram a angústia, o sofrimento, a ‘fila’. O Palmeiras é campeão paulista de futebol, 16 anos, nove meses e 25 dias depois de conquistar seu último título”, dizia a abertura da reportagem sobre o jogo.

Em 2014, em entrevista para o repórter Diego Iwata Lima, da Folha, Evair falou que aquele foi o maior momento de sua carreira.

“Você não imagina quanto era difícil ir a um cinema, a um supermercado, antes de ganharmos o Paulista de 1993”, disse. “Quando corri para bater aquele pênalti, sentia que carregava todos os anos do jejum comigo.”

Com o apoio da patrocinadora Parmalat, o Palmeiras havia feito muitas contratações importantes, como o jovem atacante Edmundo, revelação do Vasco. Ao derrotar o Corinthians na final, o atleta, aos 22 anos, virou ídolo dos torcedores.

“Foi uma consagração. Uma coisa muito bonita que aconteceu. O torcedor do Palmeiras é muito apaixonado e estava muito carente de títulos naquela época”, afirmou Edmundo na TV Bandeirantes, em um programa comandado por Neto, ex-jogador do Corinthians que também participou da decisão de 1993.

A equipe do Parque São Jorge tinha a vantagem de poder empatar no tempo normal que seria campeã. Havia vencido o primeiro jogo da decisão por 1 a 0 (o regulamento da competição não previa saldo de gols na final).

“Naquele jogo, o Viola imitou o porco [na comemoração]. O Vanderlei Luxemburgo [técnico do Palmeiras] pegou vídeos do Viola e declarações de jogadores do Corinthians [para mostrar aos atletas palmeirenses e motivá-los]”, disse Antônio Carlos, que era um dos zagueiros do time alviverde.

O outro zagueiro titular era Tonhão, que se emocionou ao lembrar do jogo durante entrevista para a ESPN, em 2013. “Eu estou chorando, mas é um choro de alegria. O pessoal até hoje se lembra. Isso é importante e gratificante demais”, afirmou.

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