Acervo Folha https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br No jornal, na internet e na história Fri, 19 Feb 2021 13:40:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 1938: São Paulo ganha novo viaduto do Chá, em estilo art déco https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/04/17/1938-sao-paulo-ganha-novo-viaduto-do-cha-com-paralelepipedo-belga/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/04/17/1938-sao-paulo-ganha-novo-viaduto-do-cha-com-paralelepipedo-belga/#respond Tue, 17 Apr 2018 10:10:42 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/viaduto-do-chá-capa-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9135 O domingo de 17 de abril de 1938 foi uma data significativa para o avanço social e urbanístico do centro de São Paulo e seus arredores.

Um novo e suntuoso viaduto do Chá, de arquitetura ampla e moderna, construído em concreto armado, era inaugurado em substituição a um velho viaduto, que, com o crescimento acelerado da metrópole, já não suportava a demanda de veículos e de pedestres que precisavam transitar pela via.

Para a construção, o então prefeito de São Paulo, Fábio da Silva Prado (1934-1938),  lançou dois editais de concorrência nos anos de 1934 e 1935. O primeiro deles pedia sugestões de diretrizes para a obra. O segundo, se destinava à escolha do projeto.

O vencedor foi o arquiteto carioca Elisário Antônio da Cunha Bahiana (1891-1980), que propôs uma via com 25 metros de largura, quase o dobro da dimensão do velho Chá. 

Foi Bahiana quem projetou o Jockey Club de São Paulo e os edifícios Saldanha Marinho (rua Libero Badaró) e João Brícola, onde ficava a sede do Mappin Stores, em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, na praça Ramos de Azevedo.

Conforme a Folha da Noite noticiou na ocasião, o prefeito Francisco Prestes Maia, que havia assumido a prefeitura no mês em que o viaduto foi entregue, “desejava uma inauguração revestida de muito brilho, tal a vultosa obra”, disse o então chefe do Executivo  paulista.

“Por motivo de força maior”, contudo, não houve solenidades durante a abertura da nova via, que foi entregue inacabada à população. Ainda faltava a construção de parte do calçadão para o trânsito de pedestres.

O viaduto foi erguido com arco central de 64 metros de vão, sustentado por dois pilares de cerca de 4 metros de largura por 25 de comprimento. Os vãos das extremidades têm 17,5 metros. 

Considerado um dos maiores símbolos da arquitetura do país, o viaduto do Chá se tornou um dos principais polos da diversidade brasileira.

Hoje, sob o Chá funcionam o Centro de Referência da Dança, o Centro de Referência da Cidadania do Idoso e a Galeria Prestes Maia. A zeladoria de seu entorno é de responsabilidade da Prefeitura Regional da Sé.

O VIADUTO DOS TRÊS VINTÉNS

Antes da nova via, existia o velho Chá, estruturado com cerca de 3.000 peças metálicas importadas da Alemanha.

O projeto foi idealizado em 1877, pelo litógrafo e arquiteto francês Jules Victor André Martin (1832-1906), que percebeu a necessidade de se estabelecer uma conexão entre o antigo morro do Chá, situado nas imediações da rua Barão de Itapetininga e praça da República (que eram repletas de sítios com plantações de chá da Índia, daí o nome), e a região do centro velho, que começava na praça do Patriarca com a rua Direita. Ambos as “colinas” eram divididas pelo córrego Anhangabaú, onde hoje fica o vale de mesmo nome.

Construção do primeiro viaduto do Chá, no século 19 (Reprodução)

O contrato para a concessão e confecção do primeiro viaduto foi assinado em 1885 e a obra iniciada três anos depois, em 1888, ano da abolição da escravatura no Brasil. A via, inicialmente de responsabilidade privada, foi inaugurada em 6 de novembro de 1892, com grandes festejos por todo o centro.

Para que o projeto fosse executado, foi fundada a Companhia Paulista Viaduto do Chá, que tinha Martin como um dos associados. Durante a construção, com problemas financeiros, a concessão foi transferida para a Companhia Carril de São Paulo, empresa que concluiu a obra.

O contrato com a prefeitura estabelecia o pagamento de três vinténs (60 réis) por pedestre que  atravessasse o viaduto, o que levou a via a ser conhecida na época pelo pseudônimo “Viaduto dos Três Vinténs”. Em 1896, porém, os paulistanos se rebelaram contra a cobrança. A Câmara Municipal, então, em atendimento às reivindicações da população, pagou uma indenização à concessionária, e o viaduto passou para a responsabilidade do município.

 

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Há 50 anos: China testa bomba H e diz aplicar duro golpe à chantagem nuclear https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/06/18/ha-50-anos-china-testa-bomba-h-e-diz-aplicar-duro-golpe-a-chantagem-nuclear/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/06/18/ha-50-anos-china-testa-bomba-h-e-diz-aplicar-duro-golpe-a-chantagem-nuclear/#respond Sun, 18 Jun 2017 23:16:33 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/Há-50_-18.06.67-180x43.png http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=4227 A China explodiu no sábado (17), no deserto de Sinkiang, sua primeira bomba de hidrogênio.

O anúncio foi feito pela agência Nova China e, pouco depois, foi confirmado pela Comissão de Energia Atômica dos EUA, que informou que se trata de “bomba de hidrogênio de vários megatons”.

Com isso, a China se torna a quarta maior potência mundial, superando a França, que não testou uma bomba H.

O Partido Comunista chinês diz que a bomba põe fim ao “monopólio dos imperialistas norte-americanos e dos revisionistas soviéticos, constituindo duro golpe à política de chantagem nuclear”.

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Há 20 anos, supercomputador derrotou o campeão mundial do xadrez Garry Kasparov https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/05/11/ha-20-anos-supercomputador-derrotou-o-campeao-mundial-do-xadrez-garry-kasparov/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/05/11/ha-20-anos-supercomputador-derrotou-o-campeao-mundial-do-xadrez-garry-kasparov/#respond Thu, 11 May 2017 15:00:25 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/capa-180x117.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=3860 Hoje completam-se duas décadas da memorável disputa entre o então número 1 do xadrez, o russo Garry Kasparov, e o computador Deep Blue, da IBM, que em 11 de maio de 1997 entrava para a história como a primeira máquina a derrotar um campeão mundial da modalidade.

Era o segundo confronto entre Kasparov e o Deep Blue. Em fevereiro de 1996, o lendário enxadrista faturou US$ 400 mil ao derrotar a máquina por 4 a 2 numa série de seis jogos disputados na Filadélfia (EUA).

Sete anos antes, em 1989, em jogo promovido pela Sociedade Britânica de Xadrez, em Londres, Kasparov já havia tido sua primeira experiência contra uma máquina ao vencer com tranquilidade o Deep Thought, antecessor do Deep Blue.

Campeão do mundo e número 1 no ranking do xadrez desde 1985, quando, aos 22 anos, tornou-se o mais jovem campeão mundial da história após vencer outro grande nome –o compatriota Anatoli Karpov–, Kasparov, considerado o grande gênio do xadrez, só perdeu a hegemonia 15 anos depois, em novembro de 2000, em embate em Londres com o também russo Vladimir Kramnik, de 25 anos.

Garry Kasparov joga contra o computador Deep Blue, da IBM, na Filadélfia, em fevereiro de 1996 (Foto: George Widman – 13.fev.1996/AP Photo)

A GRANDE REVANCHE

Organizada pela IBM, uma das gigantes em tecnologia no mundo, a disputa de 1997 foi dividida também em seis partidas, todas realizadas num auditório de 490 lugares num edifício comercial perto da Broadway, em Nova York, com ingressos de US$ 25 e premiação de US$ 700 mil.

Batizado em fevereiro de 1993, o Deep Blue foi resultado de 12 anos de pesquisa da IBM. Além de memorizar todas as jogadas do adversário, o computador era capaz de calcular até 250 milhões de jogadas por segundo.

O enfrentamento entre a máquina e o humano foi o evento de xadrez de maior repercussão desde a antológica vitória do americano Robert Fischer sobre o russo Boris Spassky, em Reykjavik (Islândia), em 1972, que colocou os EUA à frente dos russos durante três anos. Segundo a organização, cerca de 22 milhões de pessoas acompanharam as disputas pela internet.

Garry Kasparov em duelo em Nova York contra o computador Deep Blue, da IBM, em maio de 1997 (Foto: mai.1997 – Peter Morgan/REUTERS)

O jogo de estreia, com cerca de quatro horas de duração, ocorreu em 3 de maio, com vitória de Kasparov. No dia seguinte, na segunda partida, o Deep Blue conseguiu o empate, deixando a disputa em 1 a 1. Nos três jogos seguintes, disputados nos dias 6, 8 e 10 de maio, houve empate entre os adversários.

Após a terceira partida, no dia 6, Kasparov  e seus assessores insinuaram interferência humana por parte da IBM no segundo confronto da série. “Quem conhece xadrez ou um pouco de computadores sabe que houve uma diferença no segundo jogo do Deep Blue. Não parecia o mesmo do primeiro ou do terceiro jogo”, manifestou o campeão.

Um dos pesquisadores da IBM, Chung jen Tan, em entrevista exclusiva à Folha rebateu as declarações de Kasparov ao dizer que a “manha” do computador teria sido a razão do descontrole e nervosismo mostrado pelo campeão a partir do segundo embate. “Em algumas ocasiões ele [o Deep Blue] pode retardar jogadas e fazer cálculos repetitivos para irritar o adversário”, afirmou.

A MÁQUINA VENCE O HOMEM

Em 11 de maio, na etapa final, o Deep Blue sagrou-se campeão em cima do grande mestre humano, numa vitória confirmada em apenas 19 lances. O feito fez as ações da IBM subirem 3,6 pontos em Wall Street (EUA).

A empresa cogitou um terceiro round ao adversário, mas, para um novo confronto, Kasparov fez algumas exigências: que a IBM não fosse patrocinadora do evento, que houvesse pelo menos 10 partidas num período de 20 dias e também que ele tivesse acesso a todos os jogos armazenados pela máquina, o que não ocorreu.

Em setembro de 1997, seis meses após ter vencido o maior nome da história do xadrez, o Deep Blue foi aposentado pela IBM, que aproveitou sua tecnologia para outros fins. Já o eterno campeão mundial dos tabuleiros, Kasparov, que em 2003 chegou a empatar com outros dois computadores em partidas de exibições, aposentou-se em 2005, aos 41 anos.

Ativista político desde 1984, quando se filiou ao Partido Comunista da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Kasparov pôde dedicar mais tempo à política. Ferrenho opositor do governo de Vladimir Putin, em 2008 chegou a ser preso em protesto contra o presidente russo.

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Há 5 anos, Steve Jobs deixava fãs da Apple orfãos https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/10/05/ha-5-anos-steve-jobs-deixava-fas-da-apple-orfaos/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/10/05/ha-5-anos-steve-jobs-deixava-fas-da-apple-orfaos/#respond Wed, 05 Oct 2016 05:00:20 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/Topo-180x151.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=1121 Nascido na Califórnia em 24 de fevereiro de 1955, fruto do namoro dos universitários Joanne Schieble e Abdulfattah Jandali, Steve Jobs foi colocado para adoção. A ideia de seus pais biológicos era que ele fosse adotado por um casal com formação universitária, mas não foi o que aconteceu. O bebê acabou com o metalúrgico Paul e sua esposa, Clara Jobs.

Jobs, assim como seus familiares adotivos, também não teve diploma universitário. Após terminar o colegial na Homestead High School, em Cupertino, onde conheceu seu então futuro parceiro Steve Wozniak, ele entrou para a Reed College, em Portland, mas abandonou os estudos com apenas seis meses.

Dois anos após desistir do ensino superior, em 1974, Jobs começou a trabalhar como designer na Atari, onde conseguiu juntar dinheiro para uma viagem à Índia. Lá se dedicou ao budismo e, antes de retornar ao trabalho na desenvolvedora de games, experimentou a droga alucinógena LSD.

Mas não foi na empresa de jogos que Jobs começou a provocar uma evolução na indústria tecnológica. Tudo teve início no número 2.066 da pacata rua Crist Drive, em Los Altos (Califórnia). A casa de seus pais.

Steve Jobs em conferência da Apple com um retrato antigo dele e de Steve Wozniak no telão ao fundo (Paul Sakuma - 27.jan.2010/Associated Press
Retrato antigo de Jobs e Wozniak ao fundo (Paul Sakuma – 27.jan.2010/Associated Press

Lá, com Steve Wozniak, fundou Apple Computer em 1º de abril de 1976. Os xarás montaram em um quarto o Apple 1, um computador pessoal que permitiria digitar comandos em um teclado e vê-los reproduzidos diretamente em um monitor de TV.

A produção do computador passou do quarto para a garagem e o produto foi à venda em uma única loja: a Byte Shop, em Mountain View, onde menos de 200 unidades foram vendidas.

O reconhecimento viria com o sucessor Apple 2, em 1977. Ao lado do PET 2001, da Commodore, e do TRS-80, da Tandy, a máquina de Jobs e Wosniak popularizou os desktops. Era a chegada dos computadores às pessoas comuns.

No ano seguinte ao lançamento do primeiro sucesso comercial da empresa, Chris-Ann Brennan, namorada de Jobs, dá a luz à Lisa. Eles terminam o relacionamento, e o empresário assume sua filha somente em meados dos anos 1980.

Em 1983, a Apple lançou seu novo computador: o Lisa –anos mais tarde Jobs confessou que o nome era uma homenagem à filha. O modelo foi o primeiro a trazer interface gráfica, mas o seu valor de US$ 9.995 foi fundamental para torná-lo um fracasso de vendas.

A reação da empresa foi rápida. Cerca de um ano depois foi anunciado o Macintosh. Com um preço bem menor que o seu antecessor (US$ 2,5 mil), o novo produto da Apple foi o primeiro PC com mouse e interface gráfica a ter vendagem alta.

Mas nem tudo eram flores na “maçã”. Em 1985, por divergências com o CEO John Sculley –colocado no cargo por ele–, Jobs deixou a empresa e fundou a NeXT Computer. No ano seguinte, comprou um braço da Lucasfilm e a transformou na Pixar, que anos depois faria a animação “Toy Story”.

Além de suas novas empresas, Jobs também tocou sua vida pessoal no período fora da Apple. Em 1991 casou-se com Laurene Powell e viu o seu filho Reed nascer. Com ela também teve duas filhas: Erin (1995) e Eve (1998).

Jobs apresenta o Apple 2 (Foto: Apple Computers Inc./Associated Press
Steve Jobs e o computador Apple 2 (Foto: Apple Computers Inc. – 1977/Associated Press

Como na expressão “o bom filho a casa torna”, em 1996 a Apple anuncia a compra da NeXT por US$ 400 milhões e a volta de Jobs. Em menos de um ano, o fundador se tornava CEO interino, com a missão de reverter o quadro de prejuízos consecutivos.

A guinada da empresa teve início em 1998, com o lançamento do iMac, por US$ 1,3 mil. Preço, configurações da máquina e o design foram fundamentais para a volta do lucro. Com os resultados, não demorou muito para que Jobs fosse efetivado como CEO, mesmo ele tendo relutado a assumir este posto em diversos momentos.

A década reservaria a Jobs o mérito de transformar a tecnologia em produtos atrativos, transformando pessoas em vorazes consumidores da marca. E ele se tornaria sinônimo dessa febre a cada apresentação de um novo item, sempre vestido com sua blusa preta de gola alta e sua calça jeans.

Em 2001, com o lançamento do iPod, a empresa ajudou na consolidação do formato MP3. E, com a criação da iTunes Music Store, sua loja virtual, dois anos depois, revolucionou a distribuição de música digital ao comercializar canções por US$ 0,99 cada.

O período de maior crescimento da Apple coincide com o drama pessoal vivido por Jobs, diagnosticado com um tipo de câncer raro no pâncreas, em 2004. Por um tempo ele se licenciou do cargo para tratar a doença.

No ano seguinte ao seu afastamento, em discurso proferido aos formandos da Universidade de Stanford, o designer e empresário contou como era ser desenganado –médicos lhe deram apenas seis meses de vida– e festejou sua melhora. Na ocasião citou uma frase tirada de um livro, e que seria seu lema pessoal: “stay hungry and stay foolish” (“continue com fome, continue bobo”), algo como “queira sempre aprender mais”.

Jobs apresenta o iPod (Foto:  Susan Ragan - 23.out.2001/Reuters)
Steve Jobs apresenta o iPod (Foto: Susan Ragan – 23.out.2001/Reuters)

De volta às atividades, Jobs viu no crescimento do mercado de smartphones uma chance de o iPod se tornar obsoleto. Com isso, decidiu criar um celular que também tivesse as funções do tocador digital. Nascia assim, em 2007, o primeiro iPhone.

No ano de 2010, em uma luta contra a doença, ele se afasta novamente da gigante da tecnologia. Desta vez para fazer um transplante de fígado.

Em seu retorno à Apple, a grande cabeça pensante e estrela dos lançamentos da empresa apresentou ao mundo o iPad. O aparelho que unia vídeo, música, livro e game em pouco tempo estava em diversas casas pelo mundo. O tablet virou instrumento de trabalho para alguns e entretenimento para outros.

Em 2011, mais uma vez se licenciou do cargo. Fez uma aparição na apresentação do iCloud —serviço de armazenamento em nuvem— em junho, mas sua magreza disputou a atenção com o produto. Cerca de dois meses depois renunciou ao comando da Apple e em seu lugar assumiu Tim Cook.

No dia 5 de outubro de 2011, Steve Jobs, criador da Apple e grande responsável por transformar a empresa de tecnologia e seus produtos em objeto de culto de seus consumidores morre em Palo Alto, no Estado da Califórnia, aos 56 anos.

A empresa do Vale do Silício fechou suas lojas em todo mundo durante três horas e transmitiu ao vivo para elas shows de Coldplay e Norah Jones como forma de homenagear seu criador. Em 14 de outubro, dia do lançamento do iPhone 4S, fãs também fizeram tributos a Jobs, com fotos deles próprios vestindo a tradicional blusa preta de gola rulê e calça jeans, marcas registradas do designer e empresário visionário.

Com suas tradicionais vestimentas e mais magro que o normal, Steve Jobs mostra o iPad 2 ao público, em conferência da Apple (Foto: Beck Diefenbach - 2.mar.2011/Reuters)
Com suas vestes tradicionais e mais magro que o normal, Jobs mostra o iPad 2 ao público (Foto: Beck Diefenbach – 2.mar.2011/Reuters)
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Há 20 anos, Nintendo 64 e o novo e revolucionário ‘Super Mario’ desembarcavam nos EUA e no Brasil https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/09/29/ha-20-anos-nintendo-64-e-o-novo-e-revolucionario-super-mario-desembarcavam-nos-eua-e-no-brasil/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/09/29/ha-20-anos-nintendo-64-e-o-novo-e-revolucionario-super-mario-desembarcavam-nos-eua-e-no-brasil/#respond Thu, 29 Sep 2016 05:00:01 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/marioapresentação-180x135.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=1034 Há 20 anos, a Nintendo lançava nos Estados Unidos –três meses após sair no Japão– um de seus videogames mais controversos, mas de grande influência para o futuro da indústria dos games: o Nintendo 64.

Com o lançamento do console no mercado norte-americano, foi questão de poucos dias para que as grandes redes de varejo no Brasil tivessem o produto em suas prateleiras. Apesar de custar em média R$ 650 (US$ 199 nos EUA) –na época, muito dinheiro–, a proximidade com o Dia das Crianças e as facilidades no parcelamento fizeram com que o videogame se esgotasse em muitas lojas.

Munido de um processador de 64 bits, o N64 era mais potente que seus rivais Sony Playstation e Sega Saturn, que possuíam 32 bits cada um. Isso ficava evidente na qualidade gráfica dos jogos. Mas o terceiro console de mesa da Nintendo tinha um calcanhar de aquiles ante seus concorrentes: o cartucho.

O console Nintendo 64 e seus controles coloridos (Foto: Reprodução)
O console Nintendo 64 e seus controles coloridos (Foto: Reprodução)

Enquanto os videogames da Sony e Sega utilizavam o CD (Compact Disc) como mídia para seus jogos, que era o que havia de mais moderno na época, a empresa de Kyoto (Japão) apostava ainda nos cartuchos.

A escolha da Nintendo se deu pelas demoradas telas de carregamento que a mídia usada pelos rivais proporcionava e também para coibir a pirataria –o que não aconteceu. O maior problema disso foi no que diz respeito ao armazenamento. Enquanto os CDs podiam armazenar em média 650 MB de conteúdo, os cartuchos eram limitados a 32 MB.

Com isso, as então populares CGs (cenas em computação gráfica), as músicas orquestradas e os diálogos entre personagens –que faziam parte da maioria dos grandes lançamentos da época– ficavam de fora dos games lançados para o console da “Big N” por falta de espaço. Outro problema era custo de produção elevado dos cartuchos, que afastou grandes produtoras, algumas delas antigas parceiras da Nintendo, como a Square.

A controversa mídia escolhida pela Nintendo (Foto: Reprodução)
A controversa mídia escolhida pela Nintendo (Foto: Reprodução)

Porém, com um pouco mais de investimento era possível trazer jogos que antes pareciam inviáveis de rodar no N64, devido as limitações já citadas. O grande exemplo fica com a Capcom, que apesar de ter abandonado o console nos primeiros anos, conseguiu com a ajuda de estúdios menores colocar o clássico Resident Evil 2 -com suas CGs e vozes- em um cartucho maior, de 64 MB, graças a um novo novo tipo de compressão criado. Para efeito de comparação, no Playstation o game foi distribuído em dois discos (mais de 1 GB).

A opção pelo cartucho é muito provável a maior causa da derrota da Nintendo naquela geração de videogames. O seu aparelho vendeu cerca de 33 milhões de unidades no mundo, contra 102 milhões do Playstation.

Isso não significa que o Nintendo 64 tenha sido um fracasso. Pelo contrário. O arsenal de franquias próprias e a parceria com a desenvolvedora Rare trouxeram jogos revolucionários e divertidíssimos aos gamers e influenciaram o futuro da indústria. E o mascote Mario foi o primeiro dessa fila de sucessos.

INOVAÇÕES

Em “Super Mario 64”, jogo de lançamento do console, o criador das principais propriedades intelectuais da Nintendo, Shigeru Miyamoto, mostrou ao mundo o primeiro jogo de plataforma 3D.

Sem perder a identidade do personagem, criada em jogos para o “Nintendinho” (8-bits) e Super Nintendo (16-bits), o game apresentou grandes cenários para serem explorados em três dimensões, movimento de câmera livre e visão em primeira pessoa para inspecionar o ambiente. O tradicional jeito de acabar com os inimigos pulando sobre a cabeça deles, além de outras adições no gameplay, também se fizeram presentes. Outra novidade: era primeira vez que ouvíamos a voz de Mario.

O game foi um marco e depois dele vários outros copiaram o seu estilo. Alguns com competência, outros nem tanto, como aconteceu com a maioria dos jogos do Sonic.

Edição da Folhinha de 30 de agosto de 1996 dá destaque ao novo videogame da Nintendo e a "Super Mario 64", que seriam lançados no mercado norte-americano e, consequentemente, também chegariam ao Brasil
Edição da Folhinha de 30 de agosto de 1996 dá destaque ao novo videogame da Nintendo e a “Super Mario 64”, que seriam lançados no mercado norte-americano e, consequentemente, também chegariam ao Brasil (Foto: Folhapress)

Outras franquias do N64 que inovaram e se tornaram inspiração para futuros lançamentos foram “Goldeneye 007” e “The Legend of Zelda: Ocarina of Time”.

No jogo do espião britânico James Bond, produzido pela Rare, os jogadores foram apresentados a um divertido multiplayer competitivo para até quatro pessoas, com tela dividida. Isso mesmo! O Nintendo 64 possuía quatro entradas para controles. O game serviu como base para a maioria dos FPS (jogos de tiro em 1ª pessoa) que vieram depois.

Tela dividida em quatro no multiplayer de "Goldeneye 007" da Rare para Nintendo 64 (Foto: Reprodução)
Tela dividida em quatro no multiplayer de “Goldeneye 007” da Rare para Nintendo 64 (Foto: Reprodução)

Já “The Legend of Zelda: Ocarina of Time” –considerado um dos melhores jogos de todos os tempos– trouxe, além de belos gráficos e uma aventura épica, o pioneiro “Z-Targeting”, que consistia em utilizar o botão Z do controle para travar a mira em um inimigo e assim golpeá-lo de forma eficaz, principalmente em um ambiente de movimentação 3D. O recurso de travamento é utilizado até hoje em diversos jogos, como em Dark Souls 3 e The Witcher 3, presentes na atual geração de videogames.

O personagem Link, de "The Legend of Zelda: Ocarina of Time", apresenta o "Z-Targeting" ao mundo (Foto: Reprodução)
Link de “The Legend of Zelda: Ocarina of Time” apresenta o “Z-Targeting” ao mundo (Foto: Reprodução)

O legado deixado pelo Nintendo 64 vai além de seus jogos. O console inovou com seu controle em forma de tridente, seu direcional analógico –que apesar de não ter sido inventado pela “Big N”, foi popularizado por ela– e o botão Z, este em forma de gatilho, perfeito para jogos de tiro. Com o passar dos anos, estes itens foram copiados e aperfeiçoados pelos concorrentes.

A marca também foi a responsável por sair da mesmice dos videogames e controles nas cores preto e cinza. Controladores verdes, vermelhos, azuis e amarelos podiam ser encontrados desde o lançamento. Depois de um tempo, a Nintendo também lançou versões coloridas do console, inclusive temáticas, como a do Pikachu. Algo bem comum nos dias atuais.

Outra novidade apresentada pelo N64 foi o Rumble Pak. O acessório vibrava com o impacto de veículos, explosões, tiros e golpes de personagens, o que trazia uma maior imersão. O efeito de vibração virou tendências nos videogames que vieram depois, claro que aperfeiçoados.

 

O 64 Disk Drive acoplado no videogame da Nintendo (Foto: Reprodução)
O 64 DD acoplado no videogame da Nintendo (Foto: Reprodução)

GAME OVER

Quem pensa que a única bola fora da Nintendo com o console foi o uso de cartuchos está enganado.  O 64DD (Disc Drive), prometido logo no início do ciclo de vida do aparelho e adiado diversas vezes até o seu lançamento no Japão, foi o grande desastre! O drive, um trambolho que era acoplado na parte de baixo do N64, era compatível com grandes disquetes regraváveis de 64 MB. A ideia era que ele funcionasse para jogos e conteúdo adicionais (DLC’s???). A demora no lançamento e a falta de praticidade do aparelho de disquetes gigantes contribuiu para que o público perdesse o interesse e ele ficasse restrito apenas ao mercado nipônico.

 

NOVA CARTADA

Agora, 20 anos depois, a Nintendo planeja inovar mais uma vez. Apelidado de NX, o novo videogame da empresa está previsto para março de 2017. Mas suas especificações e visual ainda são uma incógnita. Tudo que se sabe sobre ele são especulações feitas em cima de diversas patentes registradas.

Acredita-se que ele será um misto de portátil com console de mesa e que, pasmem, usará cartuchos como mídia. Caso isso se concretize, a aposta dessa vez pode dar certo. Os atuais videogames usam o Blu-Ray para jogos, mas estes discos têm uma leitura muito lenta, o que obriga os games neste formato serem sempre instalados nos discos rígidos dos aparelhos.

Resta aguardar pelo anúncio oficial. Com certeza a Nintendo irá inovar e trazer muita diversão aos gamers, pois é isso que sempre se pode esperar dela.

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