Acervo Folha https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br No jornal, na internet e na história Fri, 19 Feb 2021 13:40:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Há 5 anos, Kevin Espada morreu em partida do Corinthians na Libertadores https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/02/20/ha-5-anos-kevin-espada-morreu-em-partida-do-corinthians-na-libertadores/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/02/20/ha-5-anos-kevin-espada-morreu-em-partida-do-corinthians-na-libertadores/#respond Tue, 20 Feb 2018 09:00:12 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/02/AHi_j0157-1-150x150.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=7908 A noite de 20 de fevereiro de 2013 registrou um dos capítulos mais tristes da história do futebol.

Na cidade de Oruro, a 230 km de La Paz, o Corinthians realizava sua primeira partida na Taça Libertadores-2013, diante do boliviano San José.

E o que tinha tudo para ser uma empolgante estreia, já que o time defendia o título sob o comando do técnico Tite e tinha aberto o placar aos 5 min de jogo –gol de Guerrero–, transformou-se em pesadelo.

Guerrero festeja com Ralf após abrir o placar contra o San Jose em Oruro (Foto: Aizar Raldes – 20.fev.2013/AFP)

Isso porque um sinalizador lançado da torcida corintiana contra fãs do time local presentes no estádio Jesús Bermúdez atingiu Kevin Douglas Beltrán Espada, 14.

Os ferimentos provocados pela explosão do artefato no rosto do jovem foram fatais. Kevin, torcedor fervoroso do San José, chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu. O caso causou comoção imediata.

Por segurança, já no intervalo do jogo, a polícia retirou integrantes da comissão técnica, jogadores não relacionados para a partida e membros da diretoria do Corinthians das tribunas –eles foram levados ao vestiário–, a fim de evitar que fossem alvos de reação da torcida local.

A notícia se espalhou tão rápido, que, ao mesmo tempo em que o Corinthians sofria o empate em campo, aos 15 min do 2º tempo, um grupo de pessoas já gritava fora do estádio chamando os brasileiros de “assassinos”.

“Eu trocaria meu título mundial pela vida desse menino”, disse o técnico Tite, após o jogo. Emocionado, ele não comentou a partida. Mesma atitude de Edu Gaspar, então gerente de futebol corintiano, que chorou ao falar de Kevin.

Kevin Espada, à direita, que morreu em estádio da cidade de Oruro (Foto: Arquivo Pessoal)

A delegação alvinegra teve que ficar por mais de uma hora no vestiário após o jogo.

Enquanto isso, a polícia boliviana efetuava a prisão de 12 torcedores corintianos —alguns deles levaram cerca de seis meses para deixar a prisão.

RESPONSABILIDADES

Apesar de o presidente Mário Gobbi ter considerado a morte do jovem uma fatalidade, no dia seguinte ao jogo o Corinthians, recebeu a notícia de que a Conmebol punia o clube, destinado-o a jogar sem torcida nas partidas em casa e impedindo-o de levar torcedores como mandante.

Ao mesmo tempo, o inquérito policial afirmou que a morte de Kevin foi provocada por “traumatismo craniano facial aberto pela ação do projétil”, de plástico, com 2,5 cm de diâmetro e 20 cm de comprimento, que entrou pelo globo ocular e atravessou o crânio”.

Infográfico publicado pela Folha em 22 de fevereiro de 2013 (Folhapress)

Com base nessas informações, a polícia de Oruro informou que os 12 corintianos presos, alguns ligados a Gaviões da Fiel e a Pavilhão Nove, iriam responder por homicídio.

Em meio a recursos do Corinthians e pedidos de soltura dos torcedores, o corpo de Kevin foi sepultado no dia 22 de fevereiro, acompanhado de uma multidão, em Cochabamba, onde morava.

Naquele momento, como descreveu Xico Sá, colunista da Folha à época, o exercício de se colocar no lugar da família, que recebeu o filho morto, no do torcedor corintiano que comprou ingresso e não pôde testemunhar o time em campo, no da Conmebol cobrada a punir alguém e no do próprio autor do disparo, que poderia jamais imaginar que provocaria um óbito, àquela altura “é nada”, quando um caixão é fechado para sempre.

Mas eis que surgiu então o autor do disparo, apresentado pela Gaviões da Fiel. Então com 17 anos, Helder Alves Martins assumiu ter lançado o sinalizador.

“Peço perdão, para a família do Kevin e para a dos meninos presos. Eu me sinto a pior pessoa do mundo, me arrependo amargamente”, afirmou. Antes, explicou: “Estávamos comemorando o gol, e eu fui acender o sinalizador, como se fosse igual aos outros. Apertei a parte de baixo e não aconteceu nada. Quando puxei de novo, disparou para a torcida”, disse Martins.

Ele reforçou à época que a confissão não visava proteger ninguém.

Torcedores pedem a libertação dos 12 presos em Oruro, na Bolívia, durante partida do Corinthians contra o San Jose, no Pacaembu (Foto: Ricardo Nogueira – 10.abr.2013/Folhapress)

Em 11 de abril, o Ministério Público de São Paulo decidiu processar Martins por homicídio.

Mesmo com a confissão e o processo no Brasil, só em 6 de junho –o Corinthians deixou a Libertadores em 15 de maio, em arbitragem polêmica contra o Boca Juniors–, 7 dos 12 torcedores foram libertados –eles chegaram ao Brasil três dias depois.

Em 2 de agosto, a Justiça da Bolívia rejeitou apelação da família de Kevin e libertou os cincos torcedores ainda presos em Oruro. Na ocasião, o pai do adolescente, Limbert Beltrán, disse que a confissão de Martins “foi uma armação”.

Para piorar, 22 dias depois o processo no Brasil contra Martins foi arquivado após a Justiça boliviana abrir investigação com o mesmo teor. Como ele não pode ser extraditado, não corre o risco de ser punido.

Martins, porém, acabou sendo preso mais tarde. Em 3 de abril de 2016, foi detido após uma briga nas Clínicas após o clássico Palmeiras x Corinthians. Na ocasião, 29 torcedores foram detidos. Entre eles também estavam Tadeu Macedo de Andrade e Leandro Silva, que ficaram 156 dias detidos na Bolívia.

Doze dias depois, porém, em 15 de abril, na maior ação contra torcidas organizadas em São Paulo, chamada de Cartão Vermelho, o DHPP prendeu 26 pessoas, entre elas Martins, acusado de participar da briga entre organizadas na av. Doutor Arnaldo.

À época as torcidas e integrantes da operação disseram que a ação, liderada pelo então secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes, teve motivação política.

O certo é que, cinco anos depois da morte de Kevin Espada, a violência entre as torcidas está bem viva.

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Há 40 anos, com gol de Basílio, Corinthians gritou ‘É campeão’ e encerrou quase 23 anos de jejum https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/10/13/ha-40-anos-com-gol-de-basilio-corinthians-gritou-e-campeao-e-encerrou-quase-23-anos-de-jejum/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/10/13/ha-40-anos-com-gol-de-basilio-corinthians-gritou-e-campeao-e-encerrou-quase-23-anos-de-jejum/#respond Fri, 13 Oct 2017 08:00:09 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/10/AHi_j0006-180x136.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=5548 “Quinta-feira, 13 de outubro de 1977, às 23h03, milhões de azares e feitiços se acabaram, sepultados pelo último chute de um feroz bombardeio. Basílio deu esse último chute, aos 37 minutos do segundo tempo, o mais importante dos milhões de chutes dados desde 6 de fevereiro de 1955. O Corinthians é o campeão paulista de 1977.”

Assim começava a reportagem da Folha sobre o fim de uma longa espera, de quase 23 anos, da torcida corintiana para festejar um título importante.

A última grande conquista havia sido o Campeonato Paulista de 1954 (decidido só em fevereiro de 1955). Depois disso, o time do Parque São Jorge havia ganhado apenas torneios sem expressões e dividido com outros três times, Santos, Botafogo e Vasco, o título do Torneio Rio-São Paulo de 1966 .

Os corintianos só voltaram a sorrir, de verdade, em 1977.

Para chegar à final do Estadual daquele ano, o Corinthians derrotou o São Paulo por 2 a 1 (o empate classificaria o time tricolor), no dia 2 de outubro. O triunfo fez com que a equipe alvinegra acabasse como primeira colocada em um grupo composto também por Portuguesa e Guarani.

No vestiário corintiano, a alegria era tanta que o presidente do clube do Parque São Jorge na época, Vicente Matheus, pediu ao porteiro que liberasse a entrada de alguns torcedores que queriam celebrar a classificação com os atletas. “Deixa eles entrarem porque hoje é festa”, disse.

A adversária na final da competição era a Ponte Preta, que havia se classificado ao liderar uma chave com Palmeiras, Santos e Botafogo-SP. O time de Campinas era um dos destaques do torneio e contava com grandes jogadores, como o meia Dicá, o atacante Rui Rei e os zagueiros Oscar e Polozzi.

O local da decisão do torneio gerou muita polêmica. A Federação Paulista de Futebol definiu que as partidas fossem disputadas no estádio do Morumbi, apesar de o presidente da Ponte Preta, Lauro Morais Filho, ter proposto levar um dos jogos para Campinas. “Só posso dizer que o torcedor do interior continua sendo o eterno sacrificado”, disse Morais Filho. Segundo a Federação Paulista, o estádio são-paulino foi escolhido por questões de segurança.

Apesar do longo jejum do Corinthians para levantar a taça, o técnico da equipe, Oswaldo Brandão, comentou que seus jogadores estavam serenos. O treinador também lembrou que ele havia prometido um título quando começou a trabalhar no clube. “Naquela época, quando assumi –dia 28 de março–, fiz um pedido a Deus: que me ajudasse a fazer o Corinthians campeão. Acho que toda a torcida merece, e pelo jeito estou sendo atendido”, afirmou Brandão.

MAIS PERTO DO TÍTULO

O sonho de Brandão e de todo corintiano ficou mais próximo de ser realizado. O time bateu a Ponte por 1 a 0, em um duelo muito equilibrado, no primeiro confronto da final, dia 5 de outubro. Palhinha foi o autor de um curioso gol. Após ser lançado, ele arrancou e chutou forte. O goleiro Carlos fez a defesa, mas no rebote a bola bateu no rosto do corintiano e entrou.  O Corinthians estava perto do delírio.

Entusiasmada, a torcida  escolheu a avenida Paulista como palco das comemorações.  “O jogo termina, a avenida Paulista é invadida por bandeiras corintianas. Começa o Carnaval da vitória. Os passos trançados nos pés acostumados às caminhadas aos estádios agora sambam sob o batuque mal ensaiado de charangas mais preocupadas com o grito ‘campeão!’ do que mesmo com o ritmo que soa dos tamborins e bumbos”, relatou a reportagem da Folha.

Para ser campeão, bastava vencer a segunda partida. Caso empatasse ou  fosse derrotado, uma terceira partida seria marcada. A hora de levantar a taça estava chegando.

Supersticioso, o presidente do clube, Vicente Matheus,  já tinha preparado a sua roupa para usar durante a partida decisiva. Nos últimos dois vitoriosos jogos, o cartola havia vestido um traje com calça amarela e camisa estampada em tons de amarelo, de seda pura italiana. Não seria agora que ele iria trocar. Além disso, ele havia proibido que sua mulher lavasse o conjunto com medo de que a água também levasse os bons fluidos embora, pois roupa suja não se lava em uma hora de decisão.

FESTA PRONTA, MAS…

No dia do jogo, em um domingo, dia 9 de outubro,  a manchete de Esporte da Folha foi: “É hoje, Coríntians” (grafia usada na época pelo jornal). A expectativa era imensa na cidade.

Os torcedores encheram o Morumbi, registrando o recorde de público no estádio em uma partida de futebol. Foram 138.032 pagantes, além de 8.050 menores de idade.

Estava tudo pronto para o grito de campeão ecoar no Morumbi, mas foi a Ponte Preta quem comemorou. O time de Campinas venceu,de virada, por 2 a 1  e estragou os planos corintianos.

“O que vocês querem que eu fale sobre essa derrota? Não posso dizer nada, são coisas do futebol”,  disse o técnico Brandão.

Assim, a decisão do torneio ficou para o dia 13 de outubro, uma quinta-feira. Quem vencesse levava a taça. Se empatasse, o duelo iria para prorrogação. No tempo extra, o Corinthians jogava pelo empate por ter um maior número de vitória na competição.

JOGO FINAL

O público no Morumbi não foi tão grande como ao do jogo anterior (86.677 pagantes), mas os torcedores estavam empolgados. O Corinthians começou a partida melhor, atacando mais o rival. Aos 17 minutos do primeiro tempo, um lance gerou uma grande polêmica.  O atacante ponte-pretano Rui Rei reclamou furioso após uma falta com o juiz Dulcídio Wanderley Boschilia. Recebeu o cartão amarelo, mas continuou a reclamar. Em seguida, levou o vermelho.

Com um jogador a mais em campo, o time do Parque São Jorge pressionou bastante até balançar as redes. Aos 37 min da etapa final, depois de um intenso bate-rebate na área, a bola sobrou para Basílio que chutou certeiro: 1 a 0. O placar não mudou mais, e o Corinthians era, enfim, campeão!

“Se eu tivesse que resumir a história do Corinthians, seria com meu gol. É o grito de libertação. Tudo aquilo que bate, rebate, volta, põe a bola pra dentro, para poder gritar é campeão”, escreveu Basílio para Folha, no centenário do clube, em 2010.

Após o apito final, vários torcedores invadiram o campo, ajoelharam-se no gramado, subiram nas traves. A festa se espalhou pela cidade. Funcionários celebraram junto com patrões, e vários estabelecimentos comerciais nem abriram.

O governador paulista, Paulo Egídio, chegou até a aconselhar o empresariado a abonar as faltas dos torcedores corintianos que deixaram de trabalhar no dia seguinte da vitória.  Até o texto de abertura do caderno de Esporte da Folha sobre o título pedia paciência aos patrões. “Sexta-feira, 14 de outubro de 1977. Que os chefes de seção, professores, departamentos pessoais e fiscais de cartão de ponto fiquem sabendo do ponto facultativo decretado ontem por um chute forte e alto de Basílio, capaz de balançar as redes durante todo o dia de hoje. Mas que não se preocupem: segunda-feira eles aparecerão de novo, outras vozes, outro jeito, nova vida. Dizem que renasceram ontem.”

Em sua história, o Corinthians ganharia muitos outros títulos estaduais, nacionais e internacionais, mas o de 1977 foi especial. O jornalista Juca Kfouri lembrou da importância daquela conquista, em sua coluna na Folha, antes de o time disputar (e vencer) a final da Libertadores em 2012.

“O que estava em jogo naquela decisão contra a Ponte Preta era o fim de um trauma que já durava mais de duas décadas, um sofrimento sem fim, uma verdadeira humilhação, que precisava acabar para parir uma nova era. Que veio. Algo que quem não viveu não é capaz de imaginar”, escreveu Juca Kfouri.

 

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Há 100 anos, Corinthians e Palmeiras disputavam pela primeira vez o maior clássico paulista https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/05/06/ha-100-anos-corinthians-e-palmeiras-disputavam-pela-primeira-vez-o-maior-classico-paulista/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/05/06/ha-100-anos-corinthians-e-palmeiras-disputavam-pela-primeira-vez-o-maior-classico-paulista/#respond Sat, 06 May 2017 05:00:43 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/17046147-180x120.jpeg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=3784 “É o Bin Laden invadindo as Torres Gêmeas”, diz o ex-meia do Corinthians Marcelinho Carioca. “Esse é o jogo mais importante, com certeza é o nosso maior rival”, afirma Evair, ex-atacante do Palmeiras.

É difícil descrever um clássico com a dimensão de Corinthians x Palmeiras. Ainda mais porque são 100 anos, completados neste sábado (6), de jogos memoráveis, de uma rivalidade que só aumentou ao longo do tempo e que é considerada a maior do futebol paulista, de acordo com pesquisa Datafolha feita neste ano com moradores da cidade de São Paulo.

Apesar de o Corinthians ter sido fundado em 1910, e o Palmeiras, então Palestra Itália, em 1914, as duas equipes vieram a se enfrentar somente em 1917. Mas há uma explicação para isso.

O futebol paulista vivia um momento de cisão. Existiam dois campeonatos estaduais. Um organizado pela LPF (Liga Paulista de Futebol), da qual o clube alvinegro fazia parte, e outro pela Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos), que contava a presença dos palestrinos.

Dois fatores apimentaram o primeiro confronto. Um era a presença de Bianco Spartaco Gambini, um habilidoso zagueiro que deixou o já bicampeão paulista Corinthians (1914 e 1916) para jogar no Palestra Itália, que, em sua segunda participação no campeonato, buscava o título inédito. O outro era a expectativa criada pela imprensa e pelos torcedores de ambos os times, já que os dois elencos eram apontados como os mais fortes, ao lado do então tetracampeão, o Club Athletico Paulistano (1905, 1908 e 1913 e 1916).

O jogo foi realizado no Parque Antárctica*, numa tarde de domingo, dia 6 de maio.

Depois de um primeiro tempo muito disputado, no qual prevaleu o 0 a 0, o time alviverde voltou melhor para a segunda etapa. O destaque da partida foi o ponta direita Caetano Izzo, autor de três gols. Placar final: Palestra Itália 3 x 0 Corinthians.

Naquele ano de 1917, o Paulistano consolidou sua posição de time a ser batido após conquistar novamente o título. Palestra Itália e Corinthians ficaram com o segundo e terceiro lugar, respectivamente.

No entanto, na década seguinte, o clube da elite paulistana viu seus dois rivais mais novos se fortaleceram e perdeu sua hegemonia.

A contar daquela tarde de domingo no Parque Antárctica, um dos 16 estádios que já receberam o duelo, os arquirrivais se enfrentaram 353 vezes, de acordo com levantamento realizado pelo Banco de Dados Folha, com 125 vitórias do Palmeiras, 121 triunfos do Corinthians e 107 empates.

 

Neste ano do centenário do dérbi, as duas equipes se enfrentaram uma vez, em partida válida pela primeira fase do Campeonato Paulista, em 22 de fevereiro. No Itaquerão, o Corinthians saiu vencedor, com gol do atacante Jô: 1 a 0. Os próximos encontros serão pela 13ª (12.jul.2017) e 32ª (5.mai.2017) rodadas do Campeonato Brasileiro.

Mas, enquanto a bola não rola novamente entre os arquirrivais paulistas, leia mais sobre os 100 anos do clássico e veja vídeo com ex-jogadores e torcedores no especial que a Folha preparou em folha.com/derbi100.

 

*Animação Vapor 324

 

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Aos 75 anos, Ademir da Guia fala sobre gratidão ao Palmeiras e o pai, ídolo do arquirrival Corinthians https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/04/03/aos-75-anos-ademir-da-guia-fala-sobre-gratidao-ao-palmeiras-e-o-pai-idolo-do-arquirrival-corinthians/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/04/03/aos-75-anos-ademir-da-guia-fala-sobre-gratidao-ao-palmeiras-e-o-pai-idolo-do-arquirrival-corinthians/#respond Mon, 03 Apr 2017 05:00:26 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/04/ADEMIR_DA_GUIA-Topo-180x120.jpeg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=3439 Um tranquilo septuagenário, de camisa polo listrada, bermuda e boné, sentado em um banco sob as sombras das árvores em uma manhã ensolarada. A cena, que parece comum, ganha outros ares quando um garoto, que aparenta ter seus 12 anos, fala para mãe: “Olha, é o Ademir da Guia! Vamos pedir para tirar uma foto com ele”.

A imagem se repetiu algumas vezes, com pessoas de várias idades, que naquele momento frequentavam a sede social do Palmeiras, em Perdizes, zona oeste de São Paulo. Ademir da Guia, que completa 75 anos nesta segunda-feira (3), esbanja simpatia ao atender os fãs, enquanto aguarda para ser entrevistado pela reportagem da Folha.

Considerado o maior ídolo da história do Palmeiras, o Divino, como é chamado, herdou este apelido do pai, o ex-jogador Domingos da Guia, e o honrou ao longo da carreira, com genialidade no passe e classe ao conduzir a bola, como se flutuasse em campo.

O camisa 10 atuou 16 anos pelo clube (1961 a 1977), quando foi o maestro da Primeira e da Segunda Academia palmeirense. Foram 903 jogos (515 vitórias, 233 empates e 155 derrotas), 154 gols e muitos títulos, como o Campeonato Paulista (1963, 1966, 1972, 1974 e 1976) e o Brasileiro (1967*, 1969, 1972 e 1973).

O meia deixou os gramados em decorrência de problemas respiratórios. Coincidência ou não, a partir da aposentadoria do craque, o Palmeiras amargou uma longa fila de títulos –mais de 16 anos, até vencer o Paulista de 1993– e viu o rival Corinthians ascender. Fora das quatro linhas, foi vereador por SP, mas passou longe de ter algum destaque.

Na entrevista, em frente ao seu busto de bronze, no Palmeiras, Ademir falou sobre o que o clube representa em sua vida, a inesquecível final do Campeonato Paulista de 1974 e o pai, o Divino Mestre, que foi ídolo no Corinthians. Antes, porém, brincou com o fotógrafo: “De tanto fazer foto olhando pra cima, vou ter que fazer massagem para destravar as costas”.

Ademir da Guia segura retrato do título de 1974 (Foto: Joel Silva – 08.dez.2016/Folhapress)

O que o Palmeiras representa na sua vida?

O Palmeiras me trouxe com 19 anos lá do Bangu (Rio), acreditou no meu futebol e me deu oportunidade. Então toda a minha carreira, tudo aquilo que eu consegui fazer, na verdade, eu devo ao Palmeiras. Joguei com grandes jogadores durante 16 anos. Foram duas fases muito boas das Academias, uma com o técnico Filpo Núñes e outra com o Oswaldo Brandão, quando ganhei títulos importantes, porque para jogar em uma equipe grande como o Palmeiras, você precisa sempre vencer. Também, graças ao clube, disputei uma Copa do Mundo [em 1974, na Alemanha Ocidental].

Nesses 16 anos em que foi jogador do Palmeiras, você disputou vários clássicos. Qual equipe foi a mais complicada de enfrentar e qual o jogo que ficou marcado em sua memória?

Dependendo do ano, nós tínhamos uma equipe que era mais difícil de se jogar. Na década de 1960, foi o Santos. Teve uma época em que o São Paulo nos dava mais trabalho, mas sempre o Corinthians foi o grande rival, aquele que o torcedor queria ganhar. “Olha, não podemos perder”, vinham falar conosco. Já o jogo que ficou gravado foi a final do Campeonato Paulista de 1974 [Palmeiras 1 a 0, gol de Ronaldo], em que jogamos no Morumbi com um público de mais de 100 mil pessoas, muitos deles corintianos. Eles estavam numa fila de mais de 20 anos.

Neste Palmeiras campeão brasileiro de 2016, qual jogador que mais chamou sua atenção pela técnica?

Pela técnica? A técnica que existia antigamente eu acho que ficou um pouco para trás. Os nossos pontas, por exemplo, eram jogadores que tinham habilidade, um drible sensacional, eles iam até a linha de fundo, cruzavam. Isso passou. Para eu te falar o jogador que é técnico hoje, é difícil, porque é todo mundo correndo, lutando, batalhando, defendendo, atacando… Tem muito lançamento. Na minha época, por exemplo, os gols de cabeça saiam mais em escanteios. Hoje, o jogador cobra o arremesso lateral de longe para dentro da área e o gol sai.

Ademir, até hoje seu pai é considerado um dos maiores zagueiros da história do Corinthians, clube pelo qual foi ídolo.  Como foi quando você chegou do Rio, justamente para jogar no rival?

Meu pai, como eu, começou no Bangu. Depois, passou pelo Vasco, jogou no Nacional, do Uruguai, no Boca Juniors, da Argentina, Flamengo, Corinthians e, por fim, voltou ao Bangu. Ele, mesmo sendo um zagueiro, era muito técnico, não dava chutão, sempre saia jogando. Eu herdei muito do meu pai [a técnica], só que eu preferi jogar um pouquinho mais para a frente, porque eu gostava também de fazer gols. Meu pai falava assim para mim, pouco antes de eu ir jogar no Palmeiras: “Ademir, eu joguei quatro anos no Corinthians e não consegui ser campeão [de um título de grande expressão]”. Aí eu falava pra ele: “Pai, fica tranquilo, que eu vou jogar no Palmeiras e vou ser campeão”. Daí, ele falava: “Mas lembre-se de que eu fui o melhor da família”. “É claro que você foi o melhor”, eu sempre concordava com ele (risos). Meu pai jogou a Copa do Mundo da França [1938], foi titular. Na época em que ele jogou no Uruguai, não iam jogadores brasileiros para lá, porque o futebol uruguaio era campeão do mundo, era onde estavam os grandes jogadores. Também era difícil um brasileiro jogar na Argentina, e ele conseguiu essa proeza.

Colaborou DIEGO ARVATE

*Roberto Gomes Pedrosa e Taça Brasil no mesmo ano

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Há 45 anos, time da Folha venceu o Corinthians https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/01/30/ha-45-anos-time-da-folha-venceu-o-corinthians/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/01/30/ha-45-anos-time-da-folha-venceu-o-corinthians/#respond Mon, 30 Jan 2017 17:53:13 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/01/time-da-folha-180x108.png http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=2493 O título que você leu não está errado. No dia 30 de janeiro de 1972, a equipe Folhas, formada por Folha de S.Paulo e Folha da Tarde, venceu o Corinthians, de virada, em pleno Parque São Jorge.

Tá certo que aquele Corinthians era formado por dirigentes e funcionários, o que não tirava o mérito da vitória do jornal, já que entre os titulares estavam ex-jogadores como Sarno, na época técnico do profissional, e Luizinho. O médico e comentarista esportivo Osmar de Oliveira (1943-2014) também participou da peleja pelo time da zona leste.

O jogo valia pelo 1º Torneio de Integração do Meio Esportivo, promovido pelo próprio clube alvinegro.

Na partida, o time de Parque São Jorge saiu na frente, mas tomou a virada após a expulsão de Urubatão e o cansaço de Sarno e Luizinho. Placar final: 3 a 1 para a Folha.

Quer saber como foram os gols e quais “atletas” foram os melhores em campo? Leia mais no Acervo Folha.

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Dom Paulo Evaristo Arns e seu coração corintiano https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/12/14/dom-paulo-evaristo-arns-e-seu-coracao-corintiano/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/12/14/dom-paulo-evaristo-arns-e-seu-coracao-corintiano/#respond Wed, 14 Dec 2016 14:37:11 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/principal-180x118.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=1943 Dom Paulo Evaristo Arns nasceu em 14 de setembro de 1921, em Forquilhinha (SC), mas viveu boa parte de sua vida em São Paulo. Foi na capital paulista que ele esteve perto de uma grande paixão: o Corinthians.

Com uma história marcada pela luta política, contra a tortura da ditadura militar e a favor das Diretas Já, o religioso também é lembrado quando o assunto é futebol e o seu time do coração.

Evaristo Arns nunca escondeu a admiração pelo clube. Publicou, inclusive, o livro “Corintiano Graças a Deus!” (Editora Planeta), em 2004, com pequenas crônicas sobre momentos de dificuldade e de alegria do clube.

O amor futebolístico do líder católico era tanto que virou texto na Folha. “Desta vez é pra valer!” foi publicado em um caderno especial dedicado ao Corinthians, em 5 de dezembro de 1976, mesma data da semifinal do Campeonato Brasileiro contra o Fluminense. O dia da invasão corintiana no estádio do Maracanã, no Rio.

Evaristo Arns escreveu sobre a expectativa do fim do jejum corintiano, que na época era de 22 anos. Falou também sobre como começou sua amizade com Alfredo Trindade, ex-presidente alvinegro, descrito pelo religioso como “o homem que ganhou o último campeonato de nosso time, em 1954”.

Contou que nunca ia ao estádio, mas que sofria “como todos sofrem”, e que era vaiado quando em alguma reunião o apresentavam como corintiano. “Mas tenho a certeza de que a maioria sempre está ao meu lado”, escreveu antes do trecho abaixo, que ganhou destaque na capa do especial:

“Ser corintiano significa viver com o povo, amar São Paulo e continuar em pé, quando todos vacilam.”

Era o recado de Arns sobre o que é torcer para o Corinthians: ter esperança.

E com essa esperança que ele encerrou seu texto: “Depois de amanhã, vou tirar de novo a grande flâmula do Corinthians que ganhei em janeiro de 1974, com autógrafos e carinhosa dedicatória de todos os seus jogadores. Desta vez é pra valer!”.

Naquele dia, 70 mil corintianos viram seu time sair vitorioso nos pênaltis -4 a 1-, após empate em 1 a 1 no tempo normal. A fila parecia estar chegando ao fim. O Timão estava na final do Campeonato Brasileiro de 1976.

Uma semana depois, a equipe alvinegra perdeu o título para o Internacional, 2 a 0, mas o religioso manteve a fé, e no ano seguinte, junto com a nação corintiana, viu o Corinthians campeão paulista.

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Em 96, Corinthians escapou de tragédia no Equador https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/11/29/em-96-corinthians-escapou-de-tragedia-na-equador/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/11/29/em-96-corinthians-escapou-de-tragedia-na-equador/#respond Tue, 29 Nov 2016 19:09:49 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2016/11/tratada-1-180x112.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=1862 O Corinthians passou por apuros em 1º de maio de 1996, quando um incêndio no avião que levaria a equipe de Quito (Equador) para São Paulo causou pânico e feriu jogadores e outros passageiros.

O clube alvinegro havia vencido a equipe equatoriana do Espoli por 3 a 1, em partida de ida, válida pelas oitavas de final da Taça Libertadores da América.

No retorno ao Brasil, piloto do Boeing 727 da empresa brasileira Fly Linhas Aéreas não conseguiu decolar e a pista molhada pela chuva impediu melhor frenagem da aeronave, que atravessou o muro do Aeroporto Internacional Mariscal Sucre –a 40 km da capital Quito– e caiu de bico na avenida adjacente.

O avião teve o trem de pouso quebrado e uma de suas turbinas pegou fogo. Os 90 passageiros, entre eles jogadores, dirigentes, jornalistas e torcedores, saíram às pressas pelo tobogã de emergência.

Dos atletas a bordo, o meia Tupãzinho queimou a perna esquerda e o zagueiro Alexandre Lopes e o goleiro se feriram. Nenhum com gravidade.

O defensor André Santos, amigo dos integrantes do Mamonas Assassinas, mortos em um acidente aéreo em 2 de março do mesmo ano, disse ter se lembrado da banda na hora.

O avião que levaria a delegação corintiana de volta a São Paulo (Foto: 1º.mai.1996/France Press)
O avião da Fly Linhas Aéreas que levaria a delegação corintiana de volta a São Paulo (Foto: 1º.mai.1996/France Press)

Já os craques Edmundo e Marcelinho Carioca não se machucaram, mas foram os últimos a desembarcar, pois tentaram ajudar o torcedor Antônio Murilo de Oliveira Jr., na época com 260 kg, que havia ficado entalado em uma das saídas de emergência. O rapaz acabou salvo por Paulo Roberto Perondi, segurança do Corinthians, e o então presidente da Gaviões da Fiel, Paulo Eduardo Romano, o Jamelão. Eles foram chamados de heróis pelo elenco.

As autoridades locais afirmaram que o excesso de combustível no tanque do avião foi o motivo do acidente. Antes, o copiloto havia declarado que o excesso de peso poderia ter impedido a decolagem, algo que foi negado pela companhia aérea.

Traumatizados, a maioria dos corintianos precisaram de calmantes para retornar ao Brasil. Anos depois, em entrevista ao UOL, o ex-volante Zé Elias disse nunca mais ter conseguido viajar tranquilo de avião. E que foi preciso o médico do Timão, o doutor Joaquim Grava, buscá-lo em casa para a partida contra o Palmeiras, dias depois, em Presidente Prudente. O atleta de 20 anos só chorava, pois teria que voar até a cidade do interior paulista.

Duas décadas depois do incidente com o clube, o Corinthians usa a cor verde em seu site oficial em solidariedade à Associação Chapecoense de Futebol, que perdeu nesta terça (29) quase que sua delegação inteira em um acidente aéreo na Colômbia.

Folha relembra outras tragédias aéreas do futebol

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No Há 50 Anos desta semana, Pelé amplia jejum do Corinthians e governo planeja alterar Constituição https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/10/15/no-ha-50-anos-desta-semana-pele-amplia-jejum-do-corinthians-e-governo-planeja-alterar-constituicao/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/10/15/no-ha-50-anos-desta-semana-pele-amplia-jejum-do-corinthians-e-governo-planeja-alterar-constituicao/#respond Sat, 15 Oct 2016 19:42:59 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=1318 No “Há 50 anos” desta semana, tivemos assuntos que foram do mundo esportivo a assuntos policiais e políticos.

No domingo passado, o tema foi a vitória do Santos contra o Corinthians, que, em 1966, amargava jejum sempre que o rival entrava em campo com Pelé.

Há 50 Anos - 9.out.2016

Em 10 de outubro de 1966, chamou a atenção da cidade de São Paulo um roubo milionário, em um apartamento de um industrial, que perdeu Cr$ 200 milhões em joias.

 

Há 50 Anos - 10.out.2016

A partir de terça-feira, dia 11 de outubro de 1966, a situação política tomou o noticiário, primeiro com a expectativa de que o presidente Castello Branco alterasse pontos da Constituição.

 

Há 50 Anos - 11.out.2016

No  dia em que atualmente festejamos Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida, em 1966 foi pautado pela divulgação por parte do governo federal de que seria mantida a eleição indireta do presidente e vice da República, assim como a dos governadores dos Estados.

 

Há 50 Anos - 12.out.2016

Já no dia 13 de outubro, a explosão de três bombas caseiras perto do Palácio dos Campos Elíseos, onde estava o governador de SP, Laudo Natel, e sua família, chamou a atenção e pautou investigação do DOPS.

 

Há 50 Anos - 13.out.2016

Na sexta-feira, uma ação da Prefeitura de São Paulo mobilizou 600 homens para realizar limpeza de ruas dos bairros da capital, com a ajuda de tanques de irrigadores, caminhões e coletores de lixo.

 

Há 50 Anos - 14.out.2016

Por fim, em 15 de outubro, há 50 anos, a Folha informou que 90 famílias de uma favela no bairro do Tatuapé, em São Paulo, estavam prestes a serem despejadas.

Há 50 Anos - 15.out.2016

Você pode conferir esses e outros Há 50 Anos publicados pela Folha no www.acervo.folha.com.br

 

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Artilheiro do Brasil em Copas, Ronaldo faz 40 anos https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/artilheiro-do-brasil-em-copas-ronaldo-faz-40-anos/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2016/09/22/artilheiro-do-brasil-em-copas-ronaldo-faz-40-anos/#respond Thu, 22 Sep 2016 05:00:02 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2016/09/FespCorinthiaAtleFolha21818__BLOG-180x98.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=917 Ronaldo, Ronaldinho, Ronalducho ou, como ficou mais conhecido, Ronaldo Fenômeno completa 40 anos nesta quinta (22). De promessa no pequeno São Cristóvão (RJ) a ídolo mundial no Corinthians, 18 anos dedicados ao futebol se passaram, e Ronaldo foi do céu ao inferno com contusões e alguns eventos extracampo.

O jogador brilhou no futebol no Campeonato Brasileiro de 1993, pelo Cruzeiro, quando fez 12 gols em apenas 14 partidas –dois tentos a menos do que o artilheiro do torneio, Guga, do Santos, que disputou 20 jogos. Desse Brasileiro ficou a imagem do moleque atrevido que, numa falha do goleiro Rodolfo Rodriguez, do Bahia, tomou a bola e a empurrou para as redes, na goleada de 6 x 0 do Cruzeiro sobre o tricolor baiano, quando balançou as redes cinco vezes.

Em menos de dois anos Ronaldo saiu do Cruzeiro e foi para o PSV Eindhoven (Holanda). Apesar do curto tempo no time holandês, marcou 54 gols em 57 jogos e os primeiros problemas nos joelhos começaram a aparecer. Do PSV, Ronaldo rumou para o Barcelona onde ficou por dois anos e recebeu seu primeiro prêmio de melhor jogador do mundo pela Fifa.

O sucesso no Barcelona fez a Inter de Milão insistir no sonho de ter o craque (o time italiano já tentara tirá-lo do Cruzeiro em 1993) e em 1997, finalmente, Ronaldo vestia a camisa da Inter.

Um ano depois, ainda vivendo sua lua de mel com o time italiano, Ronaldo tem seu primeiro grande revés na carreira: a final da Copa-1998. O episódio envolvendo diretamente o craque, ficaria marcado não só pela suposta convulsão de Ronaldo mas também pela grande vitória francesa por 3 a 0.

Fora dos gramados por quase dois anos, Ronaldo voltaria de sua primeira recuperação contra a Lazio em 12 de abril de 2000 e no primeiro drible seu joelho direito saiu do lugar. Iniciou nova recuperação no dia seguinte e somente 15 meses depois voltaria a jogar.

Da Inter de Milão, Ronaldo rumou para o time dos galácticos do Real Madrid (com Luís Figo, Roberto Carlos, Zidane e Raul), onde voltou a exibir seu melhor futebol. Antes, porém, coroou sua maior redenção: a Copa-2002 e a artilharia (oito gols). E o final de 2002 se mostrou perfeito, com Ronaldo eleito novamente melhor jogador do mundo pela Fifa.

Fora dos gramados o craque colecionou namoradas. Casamentos foram três: 1) Milene Domingues, com quem ficou de 1999 a 2003 e teve Ronald, seu primeiro filho.  2) Daniela Cicarelli, com que ficou apenas três meses. E 3) Bia Antony, ao lado de quem ficou de 2008 a 2012 –dessa união nasceram Maria Sophia e Maria Alice.

Foi no início da relação com Bia Antony que Ronaldo se envolveu num dos episódios pelos quais é lembrado em mesas-redondas de fãs e de desafetos: a noite em que o craque foi para um motel com dois travestis no Rio de Janeiro. Na ocasião a Folha deu quase uma página sobre o episódio: “Atacante, que não nega ter procurado programa, para na delegacia após discussão“.

Ronaldo ainda reconheceu, por exame de DNA, em 2009, a paternidade de Alexander, fruto de seu curto relacionamento com Michele Umezu, em 2004.

CORINTHIANS E APOSENTADORIA

No final de 2008, enquanto fazia tratamento de recuperação do joelho, Ronaldo chegou a treinar no Flamengo e, quando todos acreditavam que o craque deixaria a Europa para finalmente retornar ao Rio, numa jogada de marketing, Corinthians e Ronaldo surpreenderam a todos.

Em 12 de dezembro de 2008, Ronaldo foi anunciado como reforço do Corinthians. Cerca de 6.000 torcedores foram ao Parque São Jorge receber e ovacionar o craque.

De 2009 a 2011 (quando se despediu do futebol), Ronaldo conquistou dois títulos pelo Corinthians: o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, ambos de 2009.

Apesar de serem apenas duas conquistas com a camisa do Corinthians, Ronaldo caiu nas graças da torcida com grandes exibições contra seus rivais. Contra o Palmeiras marcou seu primeiro gol pelo clube alvinegro, eliminou o São Paulo na semifinal do Paulista e, na final contra o Santos, foi determinante no primeiro jogo, na Vila Belmiro, onde marcou dois gols, um deles de cobertura.

Sem a Libertadores, título até então muito ambicionado pelo Corinthians e sua torcida, e sentindo cada vez mais os efeitos das cirurgias e do sobrepeso no corpo, Ronaldo decidiu retirar-se do futebol. Além dos títulos e dos 35 gols que fez no Corinthians (na foto do alto, ele comemora gol contra o Atlético-PR em 6 de maio de 2009) , o atacante carioca é ainda o maior artilheiro da seleção brasileira em Copas do Mundo, com 15.

Arte_Ronaldo_gols

COPA-2014 E EMPREENDIMENTOS

Aposentado dos gramados há dez meses, em dezembro de 2011, Ronaldo passou a integrar o conselho de administração do comitê organizador da Copa (COI). Na primeira entrevista como membro do conselho, pronunciou uma das frases mais polêmicas sobre o evento que estava a caminho: “Sem estádio não se faz Copa. Não se faz Copa do Mundo com hospital”.

No mesmo ano concentrou sua energia na agência 9ine (fechada recentemente), que agenciava atletas, cuidava de direitos de imagem e realizava captação de patrocinadores.

Com faro para os negócios, em dezembro de 2014, o ex-atacante, junto a outros três empresários, tornou-se um sócio do Fort Lauderdale Strikers, time da North American Soccer League (NASL), liga secundária dos EUA.

O jogador saiu de campo em 2011, mas não saiu dos holofotes. É garoto-propaganda da AmBev, Nike (contrato vitalício), Claro, Extra e ainda comentarista da TV Globo.

Cinco dias antes de seu aniversário, Ronaldo Fenômeno celebrou seus 40 anos ao lado da namorada, Celina Locks, e de amigos em um restaurante de Ibiza (Espanha). Se depender de dinheiro, amigos e lazer, outros 40 ainda virão.

 

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