Acervo Folha https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br No jornal, na internet e na história Fri, 19 Feb 2021 13:40:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 1988: Folha desmascara banda fake do hit ‘Pipi Popô’, idealizada pelos Titãs https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/18/1988-folha-desmascara-banda-fake-do-hit-pipi-popo-idealizada-pelos-titas/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/18/1988-folha-desmascara-banda-fake-do-hit-pipi-popo-idealizada-pelos-titas/#respond Tue, 18 Dec 2018 09:00:03 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/PIPI-POPO-320x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10583 No final de 1988, um sucesso meteórico começava a fazer barulho nas FMs. Era o proibidão “Pipi Popô”,  uma marchinha nonsense do grupo fake Vestidos de Espaço, feita para o Carnaval de 89.

Com referência clara à homossexualidade [“Seu pipi no meu popô, seu popô no meu pipi…”], o hit foi o escolhido para ser a faixa-título do único trabalho do grupo, um compacto de duas músicas.

No lado B do disco está a mais elaborada, porém menos difusa, “A Marcha do Demo”, feita em homenagem ao compositor popular Lamartine Babo (1904-1963), dos clássicos “O Teu Cabelo Não Nega” e “Linda Morena”.

O grupo era formado pelos “farsantes” Pepino Carnale, 37 –que assina as composições do disco–, Lola, 26, Zeno, 25, e Sebastian, 23, todos nomes fictícios para aumentar ainda mais o ar de mistério diante do então novo fenômeno musical.

O propósito era fazer com que o público acreditasse que o Vestidos de Espaço fosse uma banda real. Outra estratégia era salvaguardar as identidades dos músicos de estúdio e dos verdadeiros letristas.

Mas a brincadeira durou poucas semanas, já que em 3 de dezembro daquele ano, a Folha, por intermédio do repórter Mario Cesar Carvalho, tornou público o enigma.

“É tudo mentira. Vestidos de Espaço, o grupo que está nas rádios com a marchinha ‘Pipi Popô’, nunca entrou num estúdio de gravação”, revelou o jornal.

A reportagem mostrou que quem estava por trás das letras, dos instrumentos e vozes, eram os Titãs, à época em processo de gravação do seu 5° álbum de estúdio, “Õ Blésq Blom” (Warner), das músicas Miséria, Flores e O Pulso.

Os vocais tiveram também as contribuições secretas da então integrante do Kid Abelha, Paula Toller, do produtor musical e ex-Mutante Liminha, do engenheiro de som Vitor Farias e do traquejado músico, escritor e poeta Jorge Mautner, que foi quem batizou a banda. Segundo Mautner, a expressão “vestido de espaço” era usada na Grécia Antiga para dizer que uma pessoa estava despida. 

A reportagem veio acompanhada de uma entrevista exclusiva com dois dos integrantes fake: Pepino Carnale, que o jornal revelou ser o artista plástico Fernando Zarif (1960-2010), e Lola, que era representada pela modelo Bronie, uma das mais requisitadas para desfiles entre os anos 70 e 80.

Na tentativa de mostrar a verdade dos fatos, o jornal perguntou aos falsos músicos se eles sabiam que as marchinhas do compacto eram cantadas e tocadas pelos Titãs, ao que Carnale respondeu: “Quem? Deve haver algum engano. Se isso for uma intriga, eu entro na justiça e processo. Os Titãs formam um grupo interessante. Mas nós fazemos outra coisa. Rock é coisa de colonizado”.

Antes, a Folha havia questionado a banda sobre a possibilidade de “Pipi popô” ser censurada por causa de sua conotação homossexual. Carnale rechaçou o cenário ao afirmar que a música “é muito casta” e que “não existe orgasmo e nem penetração na letra”.

Sobre o poder de influência da marchinha nas crianças, Carnale e Lola, num tom intelectualizado, responderam que “a cultura de massa infantil é onanística” e que a composição foi pensada para ser “uma coisa anti-onanística”.

Os porta-vozes do grupo aproveitaram a entrevista para reforçar que o Vestidos de Espaço não era uma banda de mentira, e sim um projeto que culminaria no lançamento de um LP para o ano seguinte, que não chegou a ser concretizado pelo grupo.

Conforme a biografia “A Vida Até Parece uma Festa – Toda a História dos Titãs” (Record), escrita pelos jornalistas Luiz André Alzer e Hérica Marmo, lançada em 2003, as marchinhas “Pipi popô” e “Marcha do Demo” começaram a ser trabalhadas entre setembro e outubro de 87, no estúdio Nas Nuvens (Rio).

As músicas foram feitas durante os intervalos das gravações do 4º LP dos Titãs, “Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas”, dos sucessos “Comida”, “Diversão” e “Lugar Nenhum”, lançado em 88 pela Warner.

“Aproveitávamos o tempo para brincar com faixas e bagunças perdidas no estúdio”, disse Charles Gavin, em 1995, em entrevista para a MTV.

“Pipi Popô é uma composição super infantil, embora com uma certa tendência homossexual. Era uma brincadeira!”, disse Paulo Miklos, também para a MTV, anos após a produção do disco.

Em janeiro de 1989, com o estouro de “Pipi Popô” nas rádios, um manifesto organizado por um estudante de nome Fábio Moura, de 24 anos e estagiário de uma agência de publicidade, pedia a censura da marchinha nas rádios.

A ideia do estudante, segundo a Folha publicou na ocasião, surgiu após o seu retorno dos EUA, onde cursou marketing por dois anos na universidade estadual do Missouri, em Springfield.

Fábio disse ter ficado chocado ao voltar para o Brasil, onde, na sua visão, “tudo estava indo para pior”, até que ele resolveu se manifestar contra um estado de coisas, entre as quais a execução de “Pipi Popô” na mídia.

Empenhado em manter a “ordem”, o estagiário reuniu alguns colegas do Mackenzie e do Anglo, onde havia estudado, para coletar assinaturas em oposição a marchinha, que ele classificou como “símbolo da corrupção no país”.

O estudante, que contou à Folha ser da Igreja Batista e confessou então ser grande admirador de Paulo Maluf, disse que sua principal oposição era ao efeito maléfico que a audição da música poderia causar aos mais velhos e, principalmente, às crianças.     

Para Fábio, que conseguiu 244 assinaturas, “Pipi Popô” estimulava o homossexualismo infantil. “Quem já tem a tendência, vai virar de qualquer jeito. Mas ouvindo essa música, a criança, que é ingênua e pura, vai querer brincar de ‘Pipi Popô’ com os amiguinhos”, afirmou.

Em 14 de janeiro, uma semana após a publicação da reportagem, a leitora da Folha Duane Barros da Fonseca, do Rio, que teve sua carta publicada na coluna “Painel do Leitor”, retrucou o manifesto do estagiário ao chamá-lo de “ridículo”. “O manifesto que pede a censura da música é simplesmente ridículo. Seu organizador devia se preocupar com problemas mais sérios. Manifestos políticos não irão melhorar a moral do país”, escreveu Fonseca.

No mesmo dia em que revelou o segredo dos Titãs e da Warner, o jornal relembrou outros episódios envolvendo bandas fake pelo mundo, como foi o caso do conjunto Klaatu, que, quando do lançamento em 1976 do seu primeiro LP (sem créditos e fotos), deixou rumores de que quem estaria por trás das gravações do álbum seriam os Beatles, por causa de similaridades com a sonoridade do álbum “Sgt. Pepper’s  Lonely Hearts Club Band”, gravado pelo quarteto inglês em 1967.

As identidades dos componentes do Klaatu eram desconhecidas até pela própria gravadora da banda. A verdade só veio à tona dois anos depois, em 1978, quando foi revelado que o conjunto era formado por quatro músicos canadenses de estúdio, que acabaram entrando no ostracismo.

Outra história citada pela reportagem é a dos célebres roqueiros Robert Plant e Jimmy Page, ex-membros do Led Zeppelin, que em 1985 gravaram um disco com “baladinhas açucaradas” sob o nome de Honeydrippers, “provavelmente, tentando escapar à fúria dos fãs conservadores do Led”.

Confira as letras das duas marchinhas do compacto “Pipi Popô”

Pipi Popô 
(Arnaldo Antunes e Branco Mello)

Seu popô no meu pipi

Seu pipi no meu popô

Meu pipi no seu popô

Meu popô no seu pipi

 

Seu pipi no meu popô

Seu popô no meu pipi

Meu popô no seu pipi

Meu pipi no se popô

 

Pipi popô, popô pipi,

Pipi popô popô pipi popô pipi

Pipi popô

 

A Marcha do Demo
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Branco Mello e Paulo Miklos)

Não foi por falta de aviso

Não foi por falta de alarde

Agora nas chamas do inferno

O seu corpo arde

 

Já dizia o Capitão Nemo

Cuidado com o Demo, cuidado com o Demo

Já dizia Pero Vaz

Cuidado com o Satanás

 

Não foi por falta de aviso

Não foi por falta de alarde

Agora nas chamas do inferno

O seu corpo arde

 

Já dizia Maria Antonieta

Cuidado com o Capeta, cuidado com o Capeta

Já dizia pai Jeú

Cuidado com o Belzebu

 

Não foi por falta de aviso

Não foi por falta de alarde

Agora nas chamas do inferno

O seu corpo arde

 

Já dizia Napoleão

Cuidado com o Cão, cuidado com o Cão

Já dizia Santo Antônio

Cuidado com o Demônio

 

Não foi por falta de aviso

Não foi pro falta de alarde

Agora nas chamas do inferno

O seu corpo arde

 

Já dizia Lamartine Babo

Cuidado com o Diabo, cuidado com o Diabo

Já dizia Simbá o Marujo

Cuidado com o Dito Cujo

 

Não foi por falta de aviso

Não foi por falta de alarde

Agora nas chamas do inferno

O seu corpo arde

Agora nas chamas do inferno

O seu corpo arde

 

 

 

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1993: Frank Zappa deixou rock and roll órfão de seu humor e inventividade https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/04/1993-frank-zappa-deixou-rock-e-musica-orfaos-de-seu-humor-e-inventividade/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/04/1993-frank-zappa-deixou-rock-e-musica-orfaos-de-seu-humor-e-inventividade/#respond Tue, 04 Dec 2018 19:01:03 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/Zappa-320x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10592 O mundo da música nesta terça-feira (4) completa 25 anos sem um de seus ícones: Frank Zappa.

Como bem escreveu o jornalista Fábio Massari em 1997, na Folha, com Frank Vincent Zappa é difícil ficar no meio de caminho. “É amar ou odiar. Ficar indiferente frente à música do ‘american composer’ requer sacrifício.”

Isso porque o americano nascido em 21 de dezembro de 1940, em Baltimore, foi um workaholic da música, tendo lançado mais de 60 álbuns ao longo de 30 anos de carreira e ter sido sempre imprevisível.

Em 1978, porém, num show em Paris, o guitarrista tocou durante três horas, inventando versões de suas “The Illinois Enema Bandit” e “The Torture Neves Stops”, aproveitando as brechas das músicas para fazer gozações com ingleses, para delírio dos franceses.

A efervescência surgiu na infância, quando vivia com o pai, a mãe e três irmãos mais novos. Agarrou-se à música e dela jamais se desprendeu. Foi baterista, compositor, vocalista e guitarrista, e não só isso.

A sua banda, Mothers of Invention, formada em 1964, como descrito em 1983 pelo jornalista Pepe Escobar na Folha, materializou o que Zappa construía em mente, que misturava música, paródias pop, referências clássicas (Edgard Varèse e Béla Bartók), improvisos de jazz de vanguarda, teatro de variedades e comédia burlesca.

Imagem de Frank Zappa que ilustra “You Are What You Is”, álbum duplo do cantor lançado em 1981 (Crédito: Divulgação)

Com um bigode e cavanhaque que também viraram símbolo, Zappa tinha um humor impagável. Exemplo disso: com a banda usando máscaras de gases, de repente todos os músicos ignoravam o público e cessavam a música, e o baterista se levantava para engraxar os sapatos de Zappa. No limite da paciência do espectadores, ele ironizava: “Isto traz à tona todas as hostilidades dentro de vocês, não é?”.

E poucos souberam brincar como Zappa, que reunia desde ácidas críticas ao establishment, deboche e improvisos únicos com a guitarra que o colocam ao lado de Jimi Hendrix, Jeff Beck e Eric Clapton. Um exemplo do que falava: “Não usem drogas, crianças! Elas arrasam o fígado, o coração, a cabeça e, de modo geral, fazem com que vocês fiquem que nem os seus pais”.

Não à toa e por ter deixado uma das mais inacreditáveis discografias, Zappa teve seu nome incluído no Hall da Fama do rock and roll, em 1995, (“Repórteres de rock são pessoas que não sabem escrever, entrevistando gente que não sabe falar para leitores que não sabem ler”, dizia) e também deixou um enorme legado no jazz. Ganhou ainda Grammy póstumo pelo conjunto da obra, em 1997.

Para dar uma ideia de como a obra de Zappa influenciou a música, nada menos do Paul McCartney disse que, se não fosse “Freak Out” (1966), não haveria “Sgt. Pepper” (1967), dos Beatles.

O americano, que também chamou a atenção por participações políticas —chegou “a se lançar” a Presidência dos EUA— e virou tema de filme, morreu em 1993, aos 52 anos, vítima de câncer na próstata.

Abaixo você confere um texto do músico, escrito e publicado pela Folha em 3 de abril de 1983.

Americanos e mediocridade
“A América deveria se orgulhar das coisas que foram produzidas aqui e são excepcionais, diferentes, ousadas, e não coisas das coisas que se fingem de excepcionais, diferentes e ousadas. A América deveria optar pelo que realmente conta. Mas os americanos não optam, porque nunca são expostos a isso. O trabalho transgressivo nunca chega ao rádio, e nunca é comentado. Porque tudo que é ouvido sobre a dita vida musical nos EUA é de autoria de pessoas em jornais e revistas que não estão qualificadas para a tarefa; não são capazes de diferenciar uma composição boa de uma péssima, e não sabem diferenciar uma ótima composição mal tocada de uma composição medíocre que ganhou um grande tratamento molto vibrato por uma orquestra importante (…) É o clima dos tempos. Você faz alguma coisa realmente ousada, e fica com sua vida na palma da mão. Todo mundo quer ficar com a mediocridade.”
Frank Zappa
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1948: Nasce Ozzy Osbourne, que comeu morcego, cheirou formiga e se tornou ‘O Príncipe das Trevas’ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/03/1948-nasce-ozzy-osbourne-que-comeu-morcego-cheirou-formiga-e-se-tornou-o-principe-das-trevas/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/12/03/1948-nasce-ozzy-osbourne-que-comeu-morcego-cheirou-formiga-e-se-tornou-o-principe-das-trevas/#respond Mon, 03 Dec 2018 09:00:12 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/Ozzy-careta__BX-320x213.jpg https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=10522 Três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, nasce em Birmingham, na Inglaterra, John Michael Osbourne, o Ozzy, mundialmente conhecido por um apelido dado na escola como provocação por sua dislexia.

Após passar por uma série de empregos na juventude e ter cometido pequenos crimes que acabaram levando-o a uma sentença de prisão por roubo, aos 20 anos ele se junta a Geezer Butler, Tony Iommi e Bill Ward para formar a banda Polka Tulk Blues.

O conjunto, depois, se tornaria Earth, mas, como havia um grupo de mesmo nome, os músicos decidiram adotar Black Sabbath, referência a um filme de Boris Karloff e título da canção que abre o primeiro trabalho do quarteto, em 1970.

Nos vocais da banda, que inaugurava um novo gênero, o heavy metal, Ozzy ficou até 1979, onde emprestou sua voz em nove discos e cravou sucessos como “N.I.B”, “Paranoid”, “Iron Man” e “War Pigs”.

Sobre o “divórcio” com o Sabbath, Ozzy disse em entrevista à Folha, em 1995, que “a banda é como uma ex-namorada: desejo tudo de melhor para ela, mas tenho minha própria vida”.

Capa do primeiro disco da banda Black Sabbath (Divulgação)

A partir de 1980, Ozzy inicia sua carreira solo e já no primeiro disco emplaca três canções executadas até hoje em suas turnês: “Crazy Train”, “Mr. Crownley” e “Suicide Solution”.

Desta última há duas controversas: Ozzy disse ser em homenagem ao ex-vocalista do AC/DC, Bon Scott, morto em 1980, mas Bob Daisley (ex-baixista e principal letrista de Ozzy) afirmou que a letra faz alusão ao próprio cantor. E o suicídio de um fã cujos pais processaram o cantor como responsável por sua morte.

Em 1985, Ozzy desembarcou no Rio de Janeiro para a primeira edição do Rock in Rio. Realizou dois shows, um em 16 de janeiro e outro no dia 19. Na ocasião explicou a Folha sua fama de mau.

“Faço as pessoas sentirem medo porque elas gostam de sentir essa sensação. Para mim tanto faz, sou tão interessado em Deus como no Diabo. Se querem horror, tomem lá, que todo mundo se diverte e eu ainda ganho dinheiro”, disse o “Príncipe das Trevas”, como também é conhecido.

Na década de 80, ele lançou praticamente um disco por ano. Já nos anos 1990, foram apenas quatro trabalhos. Porém o primeiro deles, “No More Tears” (1991), também deixou uma marca com a canção título e “Mama, I’m Coming Home”, tocadas até hoje quando está no palco.

‘THE OSBOURNES’

Com a aposentadoria anunciada inúmeras vezes e sempre de volta à estrada, os anos 2000 acabaram mais lembrados pelo reality show “The Osbournes” do que pelos sete discos.

Com quatro temporadas na MTV, os telespectadores viram outra pessoa. O cotidiano de Ozzy, a inseparável (e empresária) Sharon, os filhos Jack e Kelly, além dos gatos e cachorros, foram transmitidos de 2002 a 2005. Prevaleceram os diálogos esculachados, os palavrões, e o dia a dia de uma família cujo “chefe” apalermado foi motivo de muitas risadas.

Num dos episódios, ao ser maquiado e penteado para ir a um jantar na Casa Branca com George W. Bush, o roqueiro disparou: “Não quero parecer a Cher”.

Sua contribuição para a música juntamente com a fase no Black Sabbath, no entanto, vão além da caricatura que ficou por causa do programa.

Nada menos do que 162 produções, sejam de longas, de documentários ou de séries de TV, já usaram alguma de suas canções ou do Sabbath.

Talvez a mais famosa e na memória dos fãs mais jovens seja a música tema do “Homem de Ferro”, protagonizado por Robert Downey Jr. Sobre ela, Ozzy declarou sem nenhum pudor: “Gostaria de não ter que tocar ‘Iron Man’ todas as noites”.

BEATLES

Com 18 shows no Brasil –já computados os de sua última passagem, em maio deste ano–, Ozzy disse que precisava diminuir o ritmo. Apesar de a turnê No More Tours Tour ter programação até 2020, o “Padrinho do Heavy Metal” afirmou “não estou me aposentando, só não vou mais cair na estrada por longos períodos em turnês“.

Para quem já comeu morcegos, mordeu pombos, cheirou formigas (relatos podem ser conferidos na autobiografia “Eu sou Ozzy”) e bebeu hectolitros de álcool, um descanso é merecido.

Fã confesso dos Beatles (“A maior coisa da minha vida foram os Beatles. Agradeço a Deus por eles.”), falando à Folha oito anos atrás, foi questionado sobre se havia alguma coisa que ainda gostaria de fazer. “Sim, tocar com Paul McCartney”, disse.

Quem sabe um dia o novo setentão da praça não realiza seu sonho. Afinal, seu ídolo segue ativo, com disco novo (“Egypt Station”) e sem pistas de uma possível aposentadoria.

Trecho do livro “Eu sou Ozzy” (Reprodução)
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1948: Nasce Kate Pierson, vocalista e fundadora da banda B-52’s https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/04/27/1948-nasce-kate-pierson-vocalista-e-fundadora-da-banda-b-52s/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/04/27/1948-nasce-kate-pierson-vocalista-e-fundadora-da-banda-b-52s/#respond Fri, 27 Apr 2018 10:00:55 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/Kate__abre_241795-work-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=9264 Difícil falar de Kate Pierson sem falar do grupo norte-americano de new wave B-52’s. Nascida no estado americano de Nova Jersey, Catherine Elizabeth Pierson é cantora, compositora, multi-instrumentista e uma das fundadoras da banda.

O conjunto foi fundado em 1976, na Geórgia, e tem o nome retirado do penteado tipo bolo de noiva usados pelas vocalistas —a própria Kate e Cindy Wilson.

Ainda hoje é reconhecida pelos sucessos “Rock Lobster” (primeiro single da banda), “Roam”, “Love Schack” e “Private Idaho”, quanto pelos penteados extravagantes, roupas coloridas e letras debochadas.

Kate está na formação desde o início e se você não quem ela é ou pelo menos não se lembra, duas coisas podem ajudar: ela é a ruiva e ficou mundialmente famosa por suas parcerias com Iggy Pop na canção “Candy” e com o REM em  “Shiny Happy People”.

Ela é a mais velha dos quatro integrantes (o quinto, Ricky Wilson, irmão de Cindy, morreu em decorrência de Aids em 1985). Ao todo, esteve quatro vezes (1985, 1999, 2009 e 2013) no Brasil. A primeira apresentação ficou marcada na mente de Kate. “Um dos momentos mais icônicos [do B-52’s] foi tocar no Rock in Rio”, disse ela em 2013, em entrevista para a revista.

Kate Pierson, Fred Schneider, Keith Strickland e Cindy Wilson, do grupo norte-americano B-52’s. (Divulgação)

Além de elogiar o público de São Paulo que esteve nos shows de 2009 e dizer que “sempre foi ótimo” voltar ao Brasil, a ruiva comentou sobre sua união com Monica Coleman, com quem está desde 2003. Ela disse que ainda não estão casadas, mas, “quando a lei sair, Monica e eu faremos um lindo casamento”.

Apesar de o último sucesso ser a música “Os Flintstones”, em 1994, e de o B-52’s ainda lançar o álbum “Funplex” em 2008, Kate se reinventou, tanto que em 2015 lançou o disco solo “Guitars and Microphones”.

A revista americana Rolling Stone classificou o trabalho com três estrelas e o definiu assim: “Enquanto [Kate] Pierson não anda muito longe da nave-mãe B-52’s, ela deixa as guitarras de surfe para trás, exceto no single do new wave-y “Mister Sister”, um hino LGBT que Cyndi Lauper provavelmente desejaria ter escrito”.

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Referência no rap, Sabotage, que completaria 45 anos, era fã de Chicos https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/04/03/referencia-no-rap-sabotage-que-completaria-45-anos-era-fa-de-chicos/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/04/03/referencia-no-rap-sabotage-que-completaria-45-anos-era-fa-de-chicos/#respond Tue, 03 Apr 2018 11:00:15 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/Sabotage-320x213.jpeg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=8873 Mesmo com uma curta trajetória profissional, o paulistano Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage, –que completaria 45 anos nesta terça-feira (3)– virou um dos ícones do rap nacional.

O músico lançou em 2000 o seu primeiro CD, “Rap É Compromisso”, e estava em ascensão quando morreu em 2003, assassinado a tiros em São Paulo.

A sua carreira recebeu outro impulso com o seu trabalho no filme “O Invasor”, de 2002. Ele liderou a trilha sonora e também atuou como ator.

O diretor de “O Invasor”, Beto Brant, citou justamente um trecho da música-tema composta por Sabotage quando ganhou o prêmio de melhor direção no festival de Brasília.

“O que nos resta é espalhar que Deus existe e agora é a hora, porque a paz plantada aqui irá dar flor lá fora”, disse.

O rapper também ajudou o cantor Paulo Miklos a se preparar para interpretar o papel de um matador de aluguel no filme. Ele ensinou várias gírias para o vocalista dos Titãs .

“Ele era de uma empatia fantástica, era sedutor, tinha uma vivacidade e uma alegria impressionantes. Era muito poeta, tinha muito a dizer e tinha um traço muito dele. Se diferenciava de tudo, tinha uma capacidade violenta. É lamentável que não tenha sido muito percebido, mas sua música já era da rapaziada mais nova, o cara era um ídolo para eles”, declarou Miklos, após a morte do cantor.

CHICO SCIENCE

“O Invasor” também recebeu prêmios de melhor trilha sonora em festivais de cinema, como o de Brasília e o do Recife. E ir a Pernambuco foi especial para ele por um outro motivo. Era o estado natal do cantor Chico Science (morto em 1997) .

O rapper paulistano, inclusive, fez a música “Alto Zé do Pinho” (o nome é em referência a um bairro do Recife) para homenagear Science.

“Uma vez o Sabotage foi a Recife receber um prêmio por ter atuado no filme ‘O Invasor’ e pirou com a cidade. Ele dizia que se sentia especial só de estar na terra do Chico Science. Voltou e escreveu a música”, afirmou o produtor Tejo Damasceno.

A música, que tem participações do Otto, da Nação Zumbi e do rapper Sombra, de São Paulo, faz parte do álbum “Violar”, lançado pelo Instituto em 2015.

MAIS CINEMA

Depois de “O Invasor”, o rapper participou do filme “Carandiru” (2003), de Hector Babenco. Interpretou o papel de Fuinha, detento viciado em drogas, mas também atuou como uma espécie de consultor.

O ator Caio Blat definiu a participação de Sabotage, que teve um tio preso naquela cadeia, como “termômetro” para outros atores. “Ele conhecia alguns dos personagens que estão no filme”, disse.

O rapper cresceu em uma área violenta na zona sul de São Paulo. Comentava que onde vivia nem era possível denunciar os crimes que via.

“Nasci num mundo sujo, na favela do Canão, no Buraco Quente. Pequeno, vi pessoa morta na minha porta e minha mãe tentando esconder isso de mim. Não pode denunciar, senão eles vêm atrás da sua família”, declarou.

CHICO BUARQUE

Em entrevista para a revista Trip, Sabotage afirmou que escutava, desde criança, músicas de Pixinguinha e Chico Buarque e que uma canção, em especial, marcou a sua vida, na época em que esteve envolvido com drogas.

“Quando ouvia ‘O Meu Guri’ [de Chico Buarque], aquilo era o meu retrato no morro. Porque eu era vendedor de droga. E, quando vinha a polícia, corria para dentro do morro, guardava os bagulhos em tal lugar, a arma em outro, trocava de roupa e ia para dentro do meu barraco. Chegava lá, meu pai estava vendo televisão, e meu coração batendo na boca”, afirmou.

“Aí entravam os homens, perguntavam se ele não tinha visto nada e ele ‘não, não’. Ficava olhando para mim, para os policiais, e quieto. Ele tinha medo dos caras, mas eu dizia para ele: ‘Você não viu nada, não vai falar nada. Se vierem aqui falar que vendo droga, você não diz nada’ ”, continuou.

Com duas passagens pela polícia –por porte e tráfico de drogas–, Sabotage comentava que conseguiu mudar de vida por meio da música. “Foi o rap que me salvou”, dizia.

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‘Please Please Me’, primeiro álbum dos Beatles, faz 55 anos https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/03/22/please-please-me-primeiro-album-dos-beatles-faz-55-anos/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2018/03/22/please-please-me-primeiro-album-dos-beatles-faz-55-anos/#respond Thu, 22 Mar 2018 09:00:33 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/Beatles-320x213.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=8722 Não importa a época, o país ou mesmo a roda de discussão, quando o assunto é os melhores álbuns de todos os tempos sempre há discos dos Beatles. O que passa a ser banal, já que em quase todos os debates de história da música, de estilos, de inovações e de sucesso a banda britânica é citada –seja por críticos ou leigos.

Há 55 anos, os quatro garotos de Liverpool lançavam na Inglaterra seu primeiro álbum: “Please Please Me”.

O êxito musical deles pode ser medido por dois motivos. O primeiro é que alguns de seus álbuns, e não somente este, figuram nas listas de melhores discos de todos os tempos –caso de “Rubber Soul” (1965) e “Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band” (1967). E, em segundo lugar, porque o sucesso estrondoso no mundo, e não apenas na Inglaterra, criou a onda que os seguiu onde quer que fossem, a “Beatlemania”.

Em 2013, o jornalista Thales de Menezes escreveu que “o sucesso de massa dos Beatles cruzou o Atlântico para disseminar entre os garotos a vontade de formar uma banda, numa dimensão que consolidou o rock até hoje”. “Para um álbum que gerou tanto barulho e ainda está à venda 50 anos depois, até que ‘Please Please Me’ foi gravado sem grande investimento.”

Essa é a constatação que Paul McCartney fez anos depois ao comentar o sucesso do disco: “Foi incrivelmente barato, sem bagunça, apenas um esforço nosso. No final do dia, você tinha um álbum”.

E final do dia não é força de expressão. O produtor da banda, George Martin, alugou o estúdio da gravadora EMI, e no dia 11 de fevereiro de 1963 às 10h começaram as gravações. Duas sessões de três horas haviam sido agendadas, mas não foram suficientes. Martin conseguiu mais uma, para o mesmo dia.

Ao final de 9h45min foram gravadas dez faixas para o álbum que possui 14. As outras quatro já estavam prontas e foram lançadas antes como singles: “Love Me Do”/”P.S. I Love You” (outubro de 1962) e “Please Please Me/”Ask Me Why” (janeiro de 1963).

Uma das músicas de maior sucesso da banda foi “Twist and Shout”, eternizada na voz de John Lennon. Mas a tarefa não foi fácil. Como o cantor estava muito gripado, Martin deixou a faixa (que possui vocal forte e berros) para ser gravada por último.

Lennon resistiu a apenas uma tentativa, e a canção ficou registrada. “A última música quase me matou”, disse o músico anos mais tarde. “Tentei uma segunda tomada, mas a voz de John havia desaparecido”, disse Martin.

“Please Please Me” levou dois meses para alcançar o topo da parada britânica dos discos mais vendidos. Quando chegou ao número 1, ficou por 30 semanas, só superado por “With the Beatles”, segundo álbum da banda.

Em 2012, a revista americana Rolling Stone colocou o álbum na posição 39 de um total de 500 dos maiores de todos os tempos.

Capa de “Please Please Me”, primeiro álbum dos Beatles, de 1963 (Divulgação)
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Nos anos 1970, artistas brasileiros cantaram em inglês e fizeram sucesso como estrangeiros https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/12/04/nos-anos-1970-artistas-brasileiros-cantaram-em-ingles-e-fizeram-sucesso-como-estrangeiros/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/12/04/nos-anos-1970-artistas-brasileiros-cantaram-em-ingles-e-fizeram-sucesso-como-estrangeiros/#respond Mon, 04 Dec 2017 07:00:46 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/WINTER-1434ee-180x122.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=6534 Se a década de 1970 foi marcada pela interferência da censura do regime militar na música brasileira, por outro lado, houve uma explosão da música estrangeira no Brasil. Em São Paulo, as duas emissoras mais populares entre os jovens, Difusora e Excelsior, levaram ao ar 31.754 músicas internacionais contra 10.683 nacionais em 1977.

A disco music, conhecida aqui como “som discothéque”, dominava o mundo. Nos bailes, a juventude lotava lugares como o Círculo Militar e o Clube Pinheiros para assistir aos shows de bandas cover de seus grupos de rock preferidos. Reportagem da Folha de 1978 mostra que, num programa de rádio para a juventude, eram transmitidas 11 músicas estrangeiras de 15 em 15 minutos.

Nesse período, cantores como Terry  Winter (foto acima), Morris Albert, Chrystian, Tony Stevens, Mark Davis, Dave Maclean e Steve Maclean, entre outros, foram contratados pelas poucas gravadoras que existiam no país e se destacaram ao frequentar trilhas de novelas e emissoras de rádio com suas músicas românticas. O que estes artistas tinham em comum? Eram brasileiros que usavam pseudônimos estrangeiros e cantavam em inglês. Sucesso garantido.

“Até há dois anos, mais ou menos, o público brasileiro não os aceitava como brasileiros. Assim que descobriam que um Paul McDonald ou William Diamond, de quem gostavam tanto e vibravam com suas músicas cantadas em inglês, era um João da Silva qualquer, paravam de comprar seus discos. Hoje a coisa mudou, e com uma vantagem: estão sendo, aos poucos, lançados nos Estados Unidos e na Europa através de discos brasileiros e como brasileiros”, conta o jornalista Dirceu Soares em reportagem de janeiro de 1977.

O Blog do Acervo Folha recorda alguns artistas brasileiros que participaram deste fenômeno musical dos anos 1970.


TERRY WINTER
Considerado o primeiro brasileiro a cantar em inglês e se passar por estrangeiro, Thomas William Standen, filho de brasileiros e neto de ingleses, começou a fazer sucesso como Terry Winter em 1972, com a música “Summer Holiday”. Outra canção que tocou muito na primeira metade da década de 1970 foi “Our Love Dream”. Nos anos 1980, o cantor fez dueto com Silvia Massari na música “Lovely Love”, que integrou a trilha sonora da novela global “A Gata Comeu” (1985).

THE LIGTH REFLECTIONS
Em 1972, a banda The Ligth Reflections lançou no disco “Tell Me Once Again”, que tinha a faixa homônima como seu maior sucesso. Em um ano, “Tell Me Once Again” vendeu mais de 1 milhão de cópias. O grupo fez show em países da América Latina. Em 1983, Ney Mato Grosso gravou a faixa “Calúnias (Telma, Eu Não Sou Gay)”, versão do hit  “Tell Me Once Again”, com o grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados.

MORRIS ALBERT
Maurício Alberto Kaysermann é o mais lembrado entre os artistas que cantavam o inglês “made in Brazil” nos anos 1970. “Feelings”, gravada em 1973, é seu maior sucesso e foi regravada por artistas como Barbara Streisand, Shirley Bassey, Andy Williams, Ella Fitzgerald, Julio Iglesias, Nina Simone, Richard Clayderman e a banda punk The Offspring. Morris Albert fez sucesso em mais de 50 países. “Feelings” faz parte da trilha sonora da novela “Cuca Legal” (1975), da Rede Globo.

DAVE MCLEAN
José Carlos Gonzales já cantava em inglês com sua banda The Buttons, mas seu grande sucesso foi “Me and You”, música de sua carreira solo como Dave McLean que participou da novela “Os Ossos do Barão” (1973), da Rede Globo.

CHRYSTIAN
Em 1977, José Pereira da Silva Neto, um garoto de 20 anos, revelou à Folha que, por contrato com a gravadora TopTape, foi obrigado a ficar enrustido longe do público e da televisão. Chrystian gravou “Don’t Say Goodbye”, que fez parte da trilha sonora da novela “Cavalo de Aço” (1973). A cantor faz parte da dupla sertaneja Chrystian & Ralf. Nos anos 1970, Ralf Richardson da Silva, irmão de Chystian e integrante da dupla, cantou “My Love For You”, com o pseudônimo Don Elliot.

MARK DAVIS
O cantor, compositor e ator Fábio Júnior  gravou “Don´t Let Me Cry”, que entrou na trilha sonora da novela “Barba Azul”, da TV Tupi, em 1974. Fábio também utilizou o pseudônimo Uncle Jack.

STEVE MCLEAN
Os grandes sucessos de Hélio Eduardo da Costa Manso como Steve McLean são as músicas “True Love”, que virou tema da novela “O Grito” (1975), e “Sweet Sounds Oh Beautiuful Music”, da novela global  “Locomotivas” (1977). O cantor, que também foi vocalista da banda Sunday, ainda gravou “Forever Alone”, que entrou na trilha da novela “O Casarão” (1976).

PETE DUNAWAY
Nos anos 1970, o cantor e compositor Otávio Augusto Fernandes Cardoso escreveu canções e produziu temas para novelas das emissoras Tupi e Globo. Otávio foi executivo da Som Livre e RGE. Como produtor, trabalhou com Rita Lee e produziu o primeiro disco de Guilherme Arantes. Como Pete Dunaway, fez sucesso com as músicas “I’ll Be Fine” e “Believe Me Darling”.

MICHAEL SULLIVAN
Ivanilton de Souza Lima utilizou o pseudônimo Michael Sullivan por exigência da gravadora TopTape. O cantor e compositor, que integrava a banda Renato e Seus Blue Caps, compôs a música “My Life”, que entrou na trilha da novela “O Casarão” (1976), da Rede Globo. Michael Sullivan produziu trabalhos de Tim Maia. Alcione, Sandra de Sá, Balão Mágico, Trem da Alegria e Roupa Nova, entre outros. O cantor –que também fez participações no grupo The Fevers– foi parceiro do compositor Paulo Massadas por mais de uma década.

TONY STEVENS
Jessé é conhecido nacionalmente por sua música “Porto Solidão”, exibida no Festival MPB Shell (1980). O cantor também participou do fenômeno “made in brazil” como Tony Stevens, cantando as músicas “Flying Hight” e “If You Could Remember”.

 

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Há 35 anos, morreu Adoniran Barbosa, autor de ‘Trem das Onze’ e bamba do samba paulista https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/11/23/ha-35-anos-morreu-adoniran-barbosa-autor-de-trem-das-onze-e-bamba-do-samba-paulista/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/11/23/ha-35-anos-morreu-adoniran-barbosa-autor-de-trem-das-onze-e-bamba-do-samba-paulista/#respond Thu, 23 Nov 2017 07:00:32 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/12-127x180.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=6362 No dia 23 de novembro de 1982, morria João Rubinato, vítima de enfisema pulmonar. Mais conhecido como Adoniran Barbosa, tinha 72 anos.

Sua mulher, Matilde Luttif, que o acompanhava no quarto do hospital, disse que Adoniran “morreu como um passarinho”. De acordo com ela, o compositor morreu pobre. Deixou uma casa, a aposentadoria de Cr$ 125 mil (equivalente hoje a R$ 4.052), mais Cr$ 60 mil (cerca de R$ 1.945) por trimestre, referente a direitos autorais.

A última aparição pública de Adoniran foi como destaque da escola de samba Colorados do Brás, no Carnaval de 1982. Um problema burocrático quase o impediu de desfilar como destaque: sua roupa não tinha as cores da escola. E seu último trabalho profissional foi um comercial da Volkswagen, em setembro do mesmo ano.

O próprio compositor afirmou que Adoniran veio do nome de um amigo boêmio –Adoniran Alves– e Barbosa foi uma homenagem ao sambista carioca, Luis Barbosa.

Nascido em Valinhos (SP), no dia 6 de agosto de 1910, criou uma linguagem própria, utilizando em suas composições a forma como os imigrantes italianos, dos bairros do Brás e do Bixiga, costumavam falar.

O compositor Adoniran Barbosa (à dir.) posa para foto com seu pai, Ferdinando Rubinato (centro), e com seu irmão mais velho

Trabalhou como tecelão, faxineiro, ajudante de encanador, pedreiro, mascate e ajudante de carregador de vagões, onde ajudava o pai ferroviário. Também trabalhou como garçom na casa do ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, do governo Epitácio Pessoa. “Eu usava roupas bonitas e comia muito bem.” Nessa época Adoniran tinha 12 anos.

Nunca foi músico. Dizia que não aprendeu a tocar violão por preguiça. Em 1930, venceu um concurso de calouros da rádio Cruzeiro do Sul, com a canção “Filosofia”, de Noel Rosa –em 1935, ele venceu o concurso da Prefeitura de São Paulo para músicas de carnaval com a composição “Dona Boa”, em parceria com J. Emerê e gravada por Raul Torres para a Columbia.

Lá esteve com os radialistas Vicente Leporace, Blota Junior e Sagramor de Scuvero. Adoniran vendia anúncios e cantava.

Em 1934, foi apresentado a Otávio Gabus Mendes, da Record, que simpatizou com Adoniran e o levou aos estúdios da rádio, onde começou a fazer o programa “Zé Conversa”, escrito por Osvaldo Moles e que mais tarde seria seu parceiro.

Recebia 30 mil réis por mês pelo programa, o que era muito pouco. “Eu falava com o Otávio todos os dias. Queria ir para a folha de pagamento, ter um salário. Um dia ele me disse: fale com o Barreto Machado, ele ganha um conto de réis por mês. Pode dividir com você”.

Machado era funcionário público e ator nas horas vagas. Adoniran explicou o caso, e Machado concordou em dividir seu salário.

Depois, Osvaldo Moles passou a produzir outros programas, e Adoniran cantava, fazia teatro e humorismo.

Adoniran Barbosa e Maria Amélia, artistas da Rádio Record

Em seus programas, Moles satirizava o povo paulistano, especialmente os de origem italiana que viviam no Brás, Bixiga e Barra Funda.

Criou para Adoniran o personagem Charutinho, um malandro paulistano que vivia numa maloca.

Entre 1942 e 1945, o compositor participou do programa infantil “Escola Risonha e Franca”, onde interpretava o personagem Barbosinha Mal Educado da Silva. Participou também do programa “O Crime Não Compensa”, onde Adoniran interpretava a voz do bandido e que foi levado ao ar de 1944 a 1954.

Ele não se considerava um compositor tipicamente carnavalesco. Compôs poucos sambas que chamava de “puro sangue”, feitos na medida para o Carnaval. Entre eles, “Malvina” –primeira música dele gravada pelos Demônios da Garoa, composta em 1944 ou 1945.

No final dos anos 1940, gravou “Saudosa Maloca”, com “êxito relativo”, como costumava dizer. A música teve enorme sucesso depois que foi gravada pelo grupo Demônios da Garoa, em 1955. Depois, veio o “Samba do Arnesto”. Nestas duas composições, Adoniran deixou sua marca e começou a fazer uma crônica da cidade.

O cantor e compositor Adoniran Barbosa ao lado dos integrantes do Demônios da Garoa

Mas seu grande sucesso veio em 1964, quando os Demônios da Garoa gravaram “Trem das Onze”, que ele considerava seu verdadeiro “sucesso internacional”.

“Vila Esperança” foi sua grande contribuição para o Carnaval nos anos 1960. Apresentada em 1969, no 1º Festival de Músicas de Carnaval da TV Tupi, classificou-se em segundo lugar. É considerada uma das mais belas músicas carnavalescas de todos os tempos.

Entre suas parcerias ele gostava de citar a que fez com Vinícius de Moraes, um poeta “culto”, que o tinha criticado anteriormente pelos erros de português. Adoniran não deu importância às declarações do poeta, tanto que musicou uma poesia do escritor carioca, transformando-a na valsa “Bom Dia, Tristeza”.

Às críticas que recebia Adoniran rebatia: “Só faço samba pra povo“. “Por isso faço letras com erros de português, porque é assim que o povo fala. Além disso, acho que o samba, assim, fica mais bonito de se cantar.”

“Adoniran Barbosa e Convidados”, de 1980, foi seu último LP. Produzido por Fernando Faro, o cantor e compositor reuniu neste disco Clementina de Jesus, Carlinhos Vergueiro, Elis Regina, Djavan, Gonzaguinha, Clara Nunes, MPB 4, Roberto Ribeiro, Vânia Carvalho e o grupo Nosso Samba.

Uma das faixas deste disco, “Tiro ao Álvaro”, acabou sendo um dos últimos sucessos de Elis Regina, morta em janeiro de 1982.

Além do rádio e da música, Adoniran também trabalhou no cinema, com a atriz Derci Gonçalves, o diretor Lima Barreto entre outros. Na TV, participou de alguns programas e novelas.

Em 1970, tristonho, queixava-se da cidade. “Até 1960, São Paulo ainda existia. Depois, procurei, mas não achei São Paulo. O Brás, cadê o Brás? E o Bixiga, cadê? Mandaram-me achar a Sé. Não achei. Só vejo carros e cimento armado.”

Também protestava contra os rodízios de pizza: “Onde já se viu isso? Rodízio de pizza é várzea”.

“O samba que faço hoje? Tudo bem, Modelo 19, estrangeiro residente, americanizado. Os autores dessa coisa dizem que sou superado. Que não atualizei meu jeito de fazer samba. Pois não mudo e não mudo. Azar dos que não gostam da minha música. Você sabe que até Vinícius de Moraes foi meu crítico? Pois um dia musiquei uma de suas poesias. O samba chama-se ‘Bom Dia, Tristeza’. Ah, mas o que me emocionou mesmo foram os cumprimentos que recebi junto com a Matilde, no dia da estreia do filme ‘Eles Não Usam Black Tie’. A música do filme é minha (“Nóis não usa blequitai”) e, na porta do cinema, aquela juventude a me abraçar e dizer que a trilha era maravilhosa. Ah, rapaz, que felicidade.”

Reportagem exibida no programa “Fantástico”, da TV Globo, em 12 de novembro de 2017, mostrou que os objetos deixados por Adoniran estão sem destino.

Roupas, óculos, discos, gravatas borboleta, chapéus, entre outras relíquias estão encaixotadas na Galeria do Rock, no centro de São Paulo. São mais de mil objetos que foram deixados para a sua filha única, Maria Helena. Entre eles está uma miniatura do Trem das Onze, feita pelo próprio compositor.

A advogada dos herdeiros, Luciana Arruda, afirmou ao “Fantástico” que a filha do sambista entende que o acervo não pode ficar mantido de forma privada nem escondido.

A família procurou a ajuda do poder público. Nos anos 2000, parte dos objetos foi exibida no cofre de um banco, em um teatro e em seguida no MIS (Museu da Imagem e do Som), onde o acervo não ficou todo junto, motivo pelo qual a filha temia perder as peças.

Neste meio-tempo, o acervo foi levado para ser catalogado na USP, transferido para um sítio e depois guardado em um galpão.

No início de novembro deste ano, a administração da Galeria do Rock aceitou guardar as peças do sambista, que morava a três quadras dali.

 

 

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OUTROS ROCK IN RIO: Vaias, garrafadas, micos, nudes e polêmicas fizeram parte do festival no país https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/09/08/outros-rock-in-rio-vaias-garrafadas-micos-nudes-e-polemicas-fizeram-parte-do-festival-no-pais/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/09/08/outros-rock-in-rio-vaias-garrafadas-micos-nudes-e-polemicas-fizeram-parte-do-festival-no-pais/#respond Fri, 08 Sep 2017 05:00:01 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/08/Nick-Oliveri-180x120.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=4746 Pouco antes do primeiro Rock in Rio, em 1985, circulavam boatos de uma profecia de Nostradamus sobre um grande encontro de jovens na América do Sul que terminaria em tragédia, com a morte de milhares de pessoas. Contra esse burburinho, a organização do megafestival deixou a cargo de um astrólogo a missão de tranquilizar a todos.

Boato dispersado, o evento foi realizado sem maiores problemas. Ao menos para o público…

Em seu debute, o festival trouxe uma série de bandas internacionais de peso.  Na estreia dos shows, em 11 de janeiro de 1985, dia em que tocariam Whitesnake, Iron Maiden e Queen, a missão de dar início ao festival foi dos brasileiros Ney Matogrosso, Erasmo Carlos e Pepeu Gomes e Baby Consuelo.

O lineup do dia deixava evidente a discrepância de estilos musicais das atrações. O próprio rock do Queen, do Whitesnake (hard rock) e do Iron Maiden (heavy metal) continha diferenças, mas que não se comparavam ao abismo que separava os estilos musicais deles com os dos músicos brasileiros.

Ney Matogrosso abriu o evento e foi alvo de caretas e vaias por parte do público. Porém nada que comprometesse sua apresentação. Já Erasmo Carlos, o Tremendão, sentiu a fúria roqueira de cerca de 80 mil pessoas presentes na Arena Jacarepaguá –segundo a Folha— ao tocar “Sexo Frágil”. O cantor chegou a dizer em entrevistas que descobriu que aquela “nova tribo” não gostava da Jovem Guarda. Já Baby Consuelo e Pepeu Gomes, com sua guitarra, passaram praticamente ilesos.

Bombeiros jogam água para refrescar o público durante o primeiro Rock in Rio, em 1985 (Foto: Jorge Cecílio/Folhapress)

Paula Toller, do Kid Abelha, também sofreu com a rejeição. No quinto dia de festival, quando tocariam Scorpions e AC/DC, a vocalista perdeu a paciência e mostrou o dedo do meio para a plateia.

Lobão foi a vítima da segunda edição do Rock in Rio, em 1991, realizada no estádio do Maracanã.

Considerado à época um dos bons nomes do rock nacional, o músico teve a ingrata missão de tocar no mesmo dia que bandas de heavy metal, como Sepultura, Megadeath e Judas Priest –o Guns N’ Roses encerraria a noite.

“Vai tomar no cu, seus babacas” (sic), disse o cantor com o dedo médio em riste, devido às vaias, aos xingamentos e aos objetos atirados pela galera que o assistia. O show não durou dez minutos. Ao sair do palco, o músico antecipou seu gran finale ao pedir para a bateria da escola de samba Mangueira entrar no palco. Sobrou para eles, também.

Dez anos depois, foi a vez de Carlinhos Brown sentir a ira do metal. Ou melhor, do plástico das garrafas jogadas pelo público. Mais polido do que Lobão, o cantor baiano interrompeu o show e disse: “Pode jogar o que quiser, porque eu sou da paz e nada me atinge”. O discurso pacifista não funcionou.

Mas não foram só os músicos brasileiros que sofreram com as vaias.

Na edição de 2001, a cantora norte-americana Britney Spears decepcionou seu público na noite mais teen do Rock in Rio. Adolescentes –não metaleiros– criticaram e vaiaram o playback descarado da artista, assim como as incessantes paradas no show para a troca de roupa e a ideia de aparecer enrolada numa bandeira dos EUA.

Para piorar a situação da estrela pop, um de seus “pitis” com sua equipe durante os intervalos foi captado por um microfone aberto e foi parar no Napster (espécie de avô do Spotify).

MICOS E MEMES

A cantora brasileira Ivete Sangalo –artista que mais vezes se apresentou no Rock in Rio– colocou o público jovem para pular e cantar suas músicas em 2013. Animada com a euforia de seus fãs, Ivete resolveu ter seu momento rock, cantando “Love of My Life”, do Queen. Há quem tenha gostado, mas muitos torceram o nariz, como o jornalista da Folha Thales de Menezes.

“Desde o primeiro dia do evento, a versão constrangedora que Ivete Sangalo fez para ‘Love of My Life’, do Queen, despontava como a grande lambança de 2013. Mas, no último sábado, o americano e desconhecido Phillip Phillips conseguiu superá-la com a versão mais sem graça possível de ‘Thriller’, de Michael Jackson”, escreveu Menezes em sua avaliação do evento.

Em 2011, em sua terceira vez no festival, Axl Rose, vocalista do Guns N’ Roses –na época o único da formação original–, subiu ao palco de baixo de chuva forte, usando chapéu sobre sua tradicional bandana e uma capa amarela grossa. Meio fora de forma, nem parecia a mesma pessoa do show de 1991, auge do grupo.

Não foi só o modelito de Axl que não agradou, a banda num todo não foi bem. Apesar de tocar alguns clássicos, como “Sweet Child O’Mine” e “Welcome to the Jungle”, o conjunto musical desfilou muitas músicas de seu último álbum, “Chinese Democracy” (2008), abominado pela crítica.

Falando ainda sobre vestes esquisitas, em 2015 a cantora Rihanna fez um show curto devido ao seu atraso, mas empolgante. Só que a roupa da artista pop acabou chamando tanta atenção que virou meme. Ela foi comparada a Axl e ao personagem Walter White, do seriado “Breaking Bad”, entre outras zoeiras.

Axl em 2011

 

Walter White, de Breaking Bad

 

Cataratas do Niáguara em Pica-pau

 

Capa de chuva

 

MANDA NUDES

Quando as roupas não foram o centro das atenções no Rock in Rio, a ausência delas é que causou furor.

A cantora Cássia Elller fez um show bem rock and roll para o público em 2001, mostrando seus maiores sucessos, covers e… Os seios!

Durante versão de “Come Together”, dos Beatles, Cássia levou os fãs ao delírio ao levantar a blusa.

O gesto da cantora, morta em 29 de dezembro daquele mesmo ano, foi repetido durante show em sua homenagem, na edição de 2015, quando Tacy de Campos –que a interpretava num musical teatral– levantou a camiseta, acompanhada por Zélia Duncan.

Só que no Rock in Rio de 2001 teve muito mais do que topless de Cássia Eller.

O baixista Nick Oliveri, do conjunto musical Queens of Stone Age, durante show em que aparece nu no Rock in Rio 2001

Na época ainda pouco conhecidos pelo público brasileiro, os americanos do Queens of the Stone Age tinham a missão de não virarem o Carlinhos Brown ou o Lobão da vez num dia em que tocariam para o público metaleiro de Sepultura e Iron Maiden.

Mesmo com problemas no som e toda a animosidade da plateia, a banda liderada pelo vocalista e guitarrista Josh Homme fez boa apresentação. O baixista Nick Oliveri estava tão à vontade que tocava completamente nu.

A atitude despertou a ira do juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude, Siro Darlan, que do camarote vip mandou que prendessem o músico em flagrante.

Uma verdadeira operação de guerra foi armada para prender o peladão. Depois de muita confusão e negociação entre empresário, organização do evento e comissários do Juizado de Menores, o baixista, já vestido, pôde terminar a apresentação antes de ser conduzido até a van que o levaria para o Juizado.

“No meu país, isso não é problema”, disse Oliveri. “Todo mundo aparece nu na TV aqui [no Brasil] no Carnaval.” “Peço desculpas ao povo brasileiro”, disse ao juiz. Darlan o repreendeu e o liberou na sequência.

O baixista levou o “prêmio” de melhor figurino do Rock in Rio 3, segundo o caderno “Ilustrada”, da Folha.

Em 2015, já consolidado como um grupo de rock de respeito e sem Nick Oliveri na banda, o QOTSA voltou ao festival e foi saudado pelo público brasileiro com uma porção de tetas desinibidas e saltitantes.

POLÊMICA CERVEJEIRA

O vocalista Bruce Dickinson, do Iron Maiden, durante o lançamento da cerveja Trooper (Foto: Divulgação)

Às 2h do dia 23 de setembro de 2013, o Iron Maiden encerrava o Rock in Rio com um grande show. Até aí, tudo normal, já que a banda tem um repertório enorme de hits e uma legião de fãs espalhados por todo o planeta.

Ainda no palco, o vocalista Bruce Dickinson abriu uma cerveja para se refrescar. “A cerveja de vocês é tão ruim que tive que trazer a minha”, disse o cantor, bem-humorado, mostrando o rótulo e o endereço do site da Trooper, marca da bebida alcoólica da banda.

O problema é que a Heineken pagou R$ 23 milhões pela exclusividade de vender long necks a R$ 10 no evento. Procurada na época, a cervejaria disse que esperaria por detalhes para decidir quais medidas tomar.

A propaganda de Dickinson deu tão certo que o site da cerveja ficou inacessível em plena madrugada devido à quantidade de pessoas que tentavam acessá-lo.

Ainda bem que a suposta profecia de Nostradamus sobre uma grande tragédia durante a realização do primeiro Rock in Rio não se concretizou. Agora, que venha a edição 2017…

 

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HÁ 50 ANOS: À Folha, músico Wilson Simonal fala sobre seu tempo como militar e racismo https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/07/17/ha-50-anos-a-folha-musico-wilson-simonal-fala-sobre-seu-tempo-como-militar-e-racismo/ https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/2017/07/17/ha-50-anos-a-folha-musico-wilson-simonal-fala-sobre-seu-tempo-como-militar-e-racismo/#respond Mon, 17 Jul 2017 05:00:11 +0000 https://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/simonal-180x140.jpg http://acervofolha.blogfolha.uol.com.br/?p=4473 Em entrevista à Folha nesta edição de segunda-feira (17), o músico Wilson Simonal falou sobre a importância do Exército em sua carreira e sobre racismo, um tema que, segundo o próprio, ele nunca escapa.

Para Simonal, foi no Exército que ele percebeu o dom de dominar público, o valor da entonação e que há um segredo na maneira de falar, olhar e se portar. “É necessário que eu veja o público e que ele me vejaº, disse.

Sobre racismo, o músico, que já foi barrado na entrada de uma boate, lamentou: “Tenho muita pena de pessoas que medem o valor de alguém pela cor da pele”

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