Líder da Revolução Cubana, Fidel completa 90 anos
O ex-ditador cubano Fidel Castro completa neste sábado (13/08) 90 anos. O líder da Revolução Cubana nasceu em 1926, em Bíran, hoje província de Holguín, leste de Cuba.
Oriundo de escolas católicas, aos 19 anos entrou para Universidade de Direito de Havana, onde iniciou sua militância política como líder estudantil. Já em 1950 começou a trabalhar como advogado.
No ano de 1952, o ex-presidente cubano Fulgencio Batista (1940-1944) tomou o poder da ilha através de um golpe de Estado. Motivado a terminar com a ditadura instalada, no ano seguinte, Fidel liderou um ataque ao quartel La Moncada, em Santiago de Cuba. Porém, a missão fracassou e o jovem acabou preso, condenado a 15 anos de confinamento.
Após passar dois anos na prisão, o guerrilheiro foi libertado por uma anistia e logo em seguida se exilou no México, onde conheceu o revolucionário argentino Ernesto Che Guevara.
Volta a Cuba em 1956, e junto a Che Guevara e rebeldes organiza uma guerrilha com o propósito de colocar fim a uma das ditaduras mais violentas do continente americano. E foi assim que, em 2 de janeiro de 1959, entraram na capital Havana e colocaram um ponto final no governo de Fulgencio. No poder, Fidel instaura uma política nacionalista, que inclui reforma agrária, educação e assistência médica ao povo.
A revolução tornou-se um símbolo contra a ação imperialista norte-americana depois que contrarrevolucionários treinados pela CIA fracassaram ao tentar invadir a Baía dos Porcos, em 1961. Na ocasião, Fidel declarou que a Revolução Cubana tinha caráter socialista e se alinhava à União Soviética. Em retaliação, um ano depois, EUA impôs um embargo econômico à ilha.
CRISE DOS MÍSSEIS
Em 1962, em plena Guerra Fria, o avião espião norte-americana U-2 flagrou mísseis soviéticos instalados na ilha caribenha. Com isso, o governo dos Estados Unidos ameaça invadir o país, caso o arsenal não fosse retirado. Dias depois, a União Soviética concorda em retirar os armamentos e o presidente John Kennedy decide pela não invasão.
Com uma postura extremamente nacionalista, Fidel tornou Cuba o único país latino-americano a atingir metas de educação, como a erradicação do analfabetismo, ainda em 1962, de acordo com relatório da Unesco (ONU).
Apesar dos avanços sociais proporcionados pelo seu governo, Fidel Castro também é muito criticado por perseguir opositores de seu regime comunista, com prisões e exílio.
Nas últimas décadas, em um movimento para mostrar que a ilha não está afastada do restante do mundo, Fidel Castro teve encontros com importantes líderes mundiais, inclusive da Igreja Católica, como o os papas João Paulo 2º (1998) e Francisco (2015), ambos em Havana. No ano de 2003, veio ao Brasil para a posse do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em julho de 2006, após cirurgia no intestino, licenciou-se do cargo de presidente e colocou seu irmão Raul Castro em seu lugar. Dois anos após a licença, anunciou que não retornaria à Presidência.
Ainda influente na política de seu país, o ex-ditador recentemente criticou a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à ilha. Além de não receber o americano –que se encontrou apenas com Raul Castro–, Fidel escreveu um artigo para o jornal estatal “Granma” no qual contestou o discurso do líder americano, que pregou uma reaproximação entre os dois países: “Não necessitamos que o império nos entregue de presente nada”, afirmou em seu texto.