Há 80 anos, nascia Jack Nicholson, vencedor de três Oscar e um dos maiores atores de todos os tempos
Há 80 anos, nascia em Neptune City, no Estado de Nova Jersey, o ator, diretor e produtor Jack Nicholson.
Três vezes premiado com o Oscar (duas vezes como melhor ator e uma como ator coadjuvante) e indicado 12 vezes, Nicholson é um dos melhores atores de sua geração.
Atuou em 75 filmes, já considerando “Toni Erdmann” (ainda sem data de lançamento), e dirigiu outros quatro.
Debutou em 1958 no filme “The Cry baby Killer” (1958) e passou a década seguinte fazendo vários papéis em filmes de baixo orçamento, a maioria deles dirigida por Roger Corman, conhecido como o rei dos filmes B.
No final da década de 1960, o ator apareceu poucos minutos ao lado de Peter Fonda e Dennis Hopper no filme “Sem Destino” (1969) –também dirigido por Hopper–, mas foi o suficiente para ter sua primeira indicação ao Oscar.
Nos início dos anos 70, enumerou quatro indicações, sendo três seguidas como ator principal, e venceu a primeira em 1976 pela performance em “Um Estranho no Ninho” (1975), de Milos Forman.
À época Nicholson definiu como “um extremo prazer em trabalhar com a realidade”. Já sobre sua vitória no Oscar, declarou: “Isso vem demonstrar que existem tantos alienados na Academia quanto em qualquer outra parte”.
Antes de encarnar Jack Torrance, em “O Iluminado” (1980), dirigido por Stanley Kubrick, Nicholson passou a década de 1970 trabalhando com respeitados diretores.
Antes de Forman, trabalhou com Roman Polanski em “Chinatown” (1974), com Michelangelo Antonioni em “Profissão: Repórter” (1975) e com Elia Kazan em “O Último Magnata” (1976) –atuando ao lado de Robert De Niro e Tony Curtis.
Também trabalhou com o diretor Arthur Penn no western “Duelo de Gigantes” (1976), onde contracenou ao lado do, para ele, maior de todos os atores, Marlon Brando.
Nicholson também interpretou o vizinho paquerador Garrett Breedlove, ao lado de Shirley MacLaine e Debra Winger, mãe e filha, respectivamente, que tem uma relação conflituosa. Novamente, ele foi indicado ao Oscar e venceu, desta vez como ator coadjuvante.
O ator de mais de 70 filmes praticamente não repetiu personagens, embora o sorriso e as sobrancelhas arcadas –seja em diálogos irônicos ou de terror– sejam sempre os mesmos.
Ele já foi o diabo, o Coringa de Batman, um vagabundo (“Nicholson está em seu melhor papel” foi a crítica de Carlos Eduardo Lins da Silva), coronel da Marinha, Jimmy Hoffa, médico (para o qual recebeu o maior cachê de sua carreira, de US$ 20 milhões), homem-lobo, entre outros. Nem todos com o mesmo sucesso de crítica e de bilheteria.
Novamente dirigido por James L. Brooks, Nicholson brilhou como Melvin Udall, um escritor com TOC, no filme “Melhor É Impossível” (1997) . Na estreia nos cinemas brasileiros, o crítico Inácio Araujo, deixou claro o papel do ator com o título “Jack Nicholson dá show em comédia”.
O papel lhe rendeu seu terceiro Oscar, o segundo como melhor ator. Apesar dos êxitos (três estatuetas) e de ser consagrado em Hollywood, Nicholson não escondeu o nervosismo pela vitória. “Suei quase meio litro de água quando anunciaram meu nome”, confessou.
VIDA PESSOAL
John Joseph Nicholson, também conhecido como “Mulholland Man” (em referência a Mulholland Drive, em Beverly Hills), foi abandonado pelo pai e cresceu acreditando que sua avó era sua mãe, mas sua mãe verdadeira era quem ele acreditava ser sua irmã mais velha. Só soube da história quando a verdade foi revelada por uma reportagem da revista “Time”.
Na vida real, cumpriu a sina de “bad boy” durante anos: foi dependente de drogas, se envolveu diversas vezes com a polícia e esteve em diferentes clínicas de reabilitação.
Notório conquistador, Nicholson é pai de cinco filhos, com três mulheres diferentes, e se casou apenas uma vez, com a atriz Sandra Knight (de 1962 a 1968).
Embora o relacionamento mais duradouro tenha sido com Anjelica Huston –17 anos juntos–, a união acabou quando Huston descobriu que a também atriz Rebecca Broussard estava grávida de Nicholson.
Sobre a polêmica de o ator estar sofrendo do Mal de Alzheimer, o site de entretenimento da Folha, o F5, explicou do que se tratava e desmistificou o boato que entristeceu os fãs brasileiros.
Fã de boxe e do Los Angeles Lakers, o ator se esforçou para levar uma vida comum, sem a companhia de guarda-costas ou agentes. Mas os óculos escuros, as expressões e os gritos contra árbitros não deixam dúvida de quem está ali.
Afinal, Nicholson usa óculos escuros (com lentes de prescrição, por conta de sua grave miopia) mesmo em ambientes fechados. E, como ele mesmo diz, “com meus óculos de sol, sou Jack Nicholson. Sem eles, sou um gordo de 70 anos”. Agora, 80.