Folha relembra França e Portugal em finais da Euro
A Eurocopa realizará neste domingo sua 15ª decisão.
Criado em 1960, o campeonato foi disputado pela primeira vez na França, sede da atual disputa, quando a União Soviética sagrou-se campeã.
Nas 14 edições até aqui, um tabu separa os finalistas desta tarde: Portugal nunca foi campeão, e a França nunca foi vice.
A França chegou à decisão em 1984 e em 2000. E sagrou-se campeã nas duas oportunidades.
Na primeira, na final contra a Espanha, a equipe francesa levou o título, conforme informou a Folha em 28 de julho de 1984, graças à somatória de dois fatores: um inspirado Platini (nove gols em cinco jogos) e à infelicidade do goleiro basco Arconada, vítima de um frango “inesquecível”, mais erros do árbitro Vojtek Christov. O jogo terminou 2 a 0, com gols de Platini e Bellone, e marcou a última vez que um anfitrião ergueu a taça na Eurocopa (então o 7º Campeonato Europeu de seleções).
A segunda participação francesa na decisão ocorreu em 2000 e de forma bastante sofrida, diante da Itália. A França perdia o jogo até os 48min do segundo tempo –Delvecchio colocara os italianos em vantagem aos 5min da segunda etapa. Apesar de jogarem melhor, os italianos sofreram no último lance do segundo tempo o gol de Wiltord, em chute cruzado. O “gol de ouro”, que definiu o título francês, foi marcado pelo franco-argentino Trezeguet, aos 14min da prorrogação.
Na ocasião, a Folha relatou que a cidade de Paris repetiu a festa realizada pela conquista da Copa do Mundo de 1998 –a Espanha, depois, superou esse feito ao conquistar Copa (2010) e duas Eurocopa (2008 e 2012) na sequência. Além de agora tentar manter o pé quente na decisão, a França tenta igualar Espanha e Alemanha, que ostentam três títulos cada uma.
O que mais chama a atenção, porém, é que nas duas campanhas vitoriosas a França enfrentou Portugal nas semifinais. E nas duas vezes precisou da prorrogação para garantir o passaporte à decisão.
Em 23 de junho de 1984, em Marselha, a França sofreu. Depois de levar 1 a 0, gol de Domergue, Portugal empatou o jogo com Jordão e levou a disputa para a prorrogação. Jordão colocou os portugueses em vantagem, mas Domergue e, como relatou a Folha, o “excelente” Platini (de pênalti) viraram o placar.
Em 2000, no texto “Na ‘morte súbita’, França elimina Portugal, a surpresa da Eurocopa”, a Folha informou que Zidane, de pênalti, fez o gol decisivo aos 12min do segundo tempo da prorrogação, após empate de 1 a 1 no tempo regulamentar.
Já Portugal disputou apenas uma final, quando o torneio foi disputado em casa. Comandado à época pelo técnico Luiz Felipe Scolari, amargou o vice em 4 de julho de 2004 ao perder para a Grécia por 1 a 0. Com o título, “Nem Scolari ilumina Portugal”, a Folha mostrou que naquela decisão a equipe grega finalizou apenas quatro vezes –Portugal, com Cristiano Ronaldo e Figo, chutou 17 vezes–, acertando apenas a cabeçada do atacante Charisteas, que decretou a vitória e o título.