Crianças também são vítimas de massacres
Um atentado como o de Nice (França) choca o mundo e, naturalmente, todos questionam a causa/a motivação. Diplomatas e chefes de Estado enviam telegramas ao mandatário do país atingido. Mas, entre tantas vidas ceifadas, fica a pergunta: quantas crianças foram atingidas?
Este blog relembra cinco grandes tragédias, incluindo a desta quinta-feira (14) na França, que chamaram a atenção para o número de crianças mortas.
A que mais deixou vítimas ocorreu na Rússia, em 2004. No dia 1º de setembro, uma escola de Beslan, na república da Ossétia do Norte, foi alvo de sequestro por rebeldes tchechenos. A ação terminou dois dias depois, com a morte de crianças e terroristas. Ao todo foram 330 pessoas mortas, entre essas 186 crianças, além dos 32 terroristas.
Quando a escola foi tomada pelos rebeldes, a Folha noticiou na capa “Terror faz crianças reféns em escola russa”. Após 48 horas, quando as forças de segurança russa invadiram a escola e a tragédia se consumou, o jornal dedicou quatro páginas para o ocorrido. Em “Crianças matavam sua sede com urina”, reportagem informou o drama vivido na escola e uma infografia descreveu o passo a passo do sequestro e seu desfecho.
Quase dez anos antes, em abril de 1995, a tragédia ocorreu nos EUA. Timothy McVeigh, um ex-soldado do país, estacionou um caminhão contendo explosivos em frente ao prédio federal Alfred P. Murrah, em Oklahoma. A explosão causou a morte de 168 pessoas, sendo 19 crianças, e deixou mais de 500 feridos. A capa da Folha com o título “Terror explode prédio nos EUA” e uma foto de um bombeiro carregando uma criança no colo reportou aos leitores a dimensão do drama.
McVeigh foi condenado a sentença de morte e foi executado seis anos depois, na Penitenciária Federal de Terre Haute, no Estado de Indiana. A Folha cobriu a execução com seu correspondente em Nova York, Sérgio Dávila, que relatou “McVeigh olha testemunhas antes de morrer”.
O atentado em Nice já contabiliza 84 mortos. Dez dessas vítimas eram crianças, de acordo com autoridades francesas. O número de feridos chega a 202 e não se sabe, até o fechamento deste post, quantos sobreviverão.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque neste sábado (16) ao dizer que o homem tunisiano que atropelou dezenas de pessoas durante a celebração do feriado da Queda Bastilha era um “soldado” do grupo.
A Folha publicou o depoimento “Vi uma data que celebra uma libertação virar um dia de dor”, em que Tarima Nistal descreve como a comemoração de uma data nacional se tornou um pesadelo.
Outra tragédia ocorreu em janeiro deste ano, na Nigéria, quando o Boko Haram (milícia extremista que se notabilizou por sequestrar meninas e transformá-las em mulheres-bomba) ateou fogo em crianças num atentado na Vila de Dalori, que fica a 5 km de Maiduguri. Em “Boko Haram ataca vilarejos e causa a morte de 86 pessoas na Nigéria”, o jornal destacou a atrocidade que vitimou dezenas de inocentes.
E não é só fora do Brasil que crianças são vítimas.
O dia 7 de abril de 2011 está marcado no Rio de Janeiro, em especial no bairro de Realengo. Foi lá que o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, armado com dois revólveres calibres 38 e 32, matou 12 adolescentes e se suicidou. A Folha informou na ocasião que o massacre em Realengo não tinha precedentes no Brasil e repercutiu no mundo todo.