Há 20 anos, bomba matou 2 e ameaçou Olimpíada
Há exatos 20 anos, um atentado deixou dois mortos e 111 feridos na Olimpíada de Atlanta-96.
O relógio marcava 2h20 (horário de Brasília) de 27 de julho de 1996, quando o parque Centenário, em Atlanta, tremeu com a explosão de uma bomba.
Até então, os Estados Unidos apresentavam o maior esquema de segurança para uma edição dos Jogos Olímpicos, com 35 mil pessoas envolvidas.
O artefato foi detonado durante um show do grupo de rock Jack Mack and a Heart Attack ao ar livre e estava em uma das torres de som e luz, a 40 metros do palco.
O FBI (Federal Birô de Investigação) tratou a explosão da bomba como ato terrorista, já que a polícia encontrou mais dois artefatos explosivos no parque Centenário e outra bomba caseira no estádio Olímpico, onde foi feito um minuto de silêncio pelas vítimas (foto no alto). O órgão associou à época o caso ao sequestro de avião DC-10 pelo libanês Saado Ibrahim.
Cerca de 50 mil pessoas assistiam ao show. O turco Milih Uzunyol, 37, que trabalhava como cinegrafista da TV estatal TRT, e a norte-americana Alice Hawthorne, 44, morreram no local. Ele, de ataque cardíaco, ela, atingida por estilhaços da explosão.
Houve pânico e correria, e a tragédia só não foi maior porque um engenheiro de som percebera uma sacola suspeita em frente à torre de som. Ele ligou para a polícia e começou a afastar as pessoas mais próximas do local.
O atentado chegou a ameaçar o prosseguimento da 26ª edição dos Jogos na Era Moderna, mudou a rotina do Parque Olímpico em Atlanta e levou a apreensão a familiares de atletas.
O presidente dos Estados Unidos à época, Bill Clinton, declarou que se empenharia pessoalmente para descobrir o autor do atentado a fim de “fazer justiça e puni-lo”, lembrando que sua filha Chelsea estivera três dias antes no mesmo parque.
Em outubro de 1998, dois anos depois da Olimpíada, o FBI identificou o autor do atentado: Eric Rudolph. Ele tinha servido no Exército americano e passou então a figurar na lista dos dez mais procurados. A recompensa para quem ajudasse a encontrar Rudolph poderia chegar a US$ 1 milhão.
Rudolph, que também tinha cometido atentado contra clínica de aborto, só foi capturado em 2003, no Estado do Alabama. Confessou ter praticado os atentados para protestar contra o aborto e o homossexualismo e disse que não pretendia ferir “civis inocentes”, e sim “constranger o governo dos Estados Unidos diante do mundo por sua permissão abominável ao aborto”. Ao confessar, escapou da pena de morte, mas foi condenado a quatro períodos de prisão perpétua em 22 de agosto de 2005.