Há 70 anos, Festival de Cannes teve sua 1ª edição
Nesta terça-feira (20), o Festival Internacional de Cinema de Cannes (França), um dos mais importantes do mundo, completa 70 anos. Na ocasião, os 11 filmes selecionados para participar do evento receberam o “Grande Prêmio”.
A Palma de Ouro, considerada uma das distinções mais importantes do cinema mundial, foi criada apenas 1954, por Robert Favre Le Bret (1901-1987) –que presidiu o festival de 1972 a 1984–, e o seu primeiro premiado foi filme americano “Marty” (1955), do diretor Delbert Mann.
Das 69* edições realizadas até hoje, o Brasil levou a premiação máxima somente em 1962, com “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte. Todavia conquistou outros importantes prêmios em Cannes, como o de melhor atriz, em 1986, vencido por Fernanda Torres com a sua performance no filme “Eu Sei Que Vou Te Amar”, e o prêmio do júri de melhor curta, em 1977, com “Di Cavalcanti”, de Glauber Rocha. O cineasta baiano inclusive já havia sido premiado como melhor diretor na edição de 1969, com o longa “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”.
Em 2016, o Brasil viveu a expectativa de conquistar sua segunda Palma de Ouro com o longa-metragem “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. O filme despertou atenção mundial não somente por sua qualidade, mas também pelo protesto feito pelo diretor e seu elenco, que conta com a estrela Sonia Braga, durante a sessão de gala que exibiu a película.
Em posse de cartazes com os dizeres em inglês e francês “Um golpe está acontecendo no Brasil”, “o Brasil não é mais uma democracia”, “Dilma Vamos resistir com você” e “54 milhões de votos foram queimados”, a equipe conseguiu dar maior repercussão internacional ao momento político brasileiro, de acordo com o cineasta.
Apesar de ter sido muito aplaudido durante suas sessões no festival e de ter recebido críticas positivas da imprensa especializada, “Aquarius” perdeu o prêmio para o drama inglês “I, Daniel Blake”, de Ken Loach.
Em compensação, o longa “Cinema Novo”, de Eryk Rocha (filho de Glauber Rocha), foi eleito o melhor documentário, e o curta “A Moça Que Dançou Com o Diabo”, de João Paulo Miranda Maria, recebeu menção especial do júri.