No ‘Há 50 Anos’ desta semana, a tensão política e a ameaça do governo federal de cassar mandatos
No “Há 50 Anos” desta semana, publicado em Cotidiano, o retrato do conturbado momento político pelo qual passou o Brasil em outubro de 1966.
A semana foi aberta com a notícia, em 23 de outubro de 1966, de que o governo do presidente Castello Branco dispunha de uma lista de 312 pessoas que poderiam, a qualquer momento, ter o mandato cassado ou ter os direitos políticos suspensos.
No dia seguinte, em mais um desdobramento das intenções do governo, a fim de suprimir a oposição, a Folha informou que o presidente Castello Branco já tinha em mãos uma lista com o nome de 86 parlamentares, 36 federais e 50 estaduais, que teriam o mandado cassado.
No dia 25 de outubro de 1966, em uma tentativa de amenizar os rumores sobre as cassações de mandatos, o Conselho Nacional de Segurança informa que a reunião realizada em Brasília, que durou duas horas e meia, teve como assunto o funcionalismo público e a política de reajuste salarial.
Na quarta-feira, a iminência de cassações de mandatos de parlamentares voltou ao noticiário, com a informação de que o governo federal monitorava os passos de Carlos Lacerda, que preparava um manifesto de oposicionistas, que contaria com apoio dos ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart.
No dia 27 de outubro de 1966, a Folha publicou declaração do presidente Castello Branco, durante visita em São Paulo, em que ele considerou “ofensa” a insinuação de que as articulações feitas pelo governo nada mais visavam do que a perpetuação no poder.
Na sexta-feira, como antecipado pela imprensa, a notícia de que Carlos Lacerda divulgou o manifesto da Frente Ampla, em que chama o governo de Castello Branco de “antidemocrático” e “antinacional”. Sem ter a assinatura dos ex-presidentes Juscelino Kubitschek e de João Goulart, o manifestou foi desqualificado pelo governo, que o considerou apenas “um artigo”.
E, neste sábado (29), o “Há 50 Anos”, em mais um desdobramento da tensão política, traz a informação de que os presidentes da Câmara, Adauto Cardoso, e do Senado, Auro de Moura Andrade, articulavam uma resistência às intenções do Executivo de realizar cassações.
Antes de encerrar este post, um convite a conferir as últimas publicações do Blog do Acervo Folha.
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