Há 15 anos, Daniele Hypólito conquistou o primeiro pódio do Brasil em Mundiais de ginástica artística
Em 4 de novembro de 2001, a ginasta Daniele Matias Hypólito protagonizou um feito inédito na ginástica artística feminina.
Com então 17 anos, a atleta paulista conquistou a medalha de prata no Mundial de Ghent, na Bélgica.
Embalada pela trilha sonora do filme “A Múmia”, a pequena brasileira, de 1,45 m, obteve 9,487 pontos no solo, ficando atrás apenas da romena Andreea Raducan, que tirou 9,550 e alcançou o bicampeonato mundial.
“Não esperava. Vinha progredindo, mas na hora você não vê nada. Só sei que estou muito feliz”, afirmou Daniele à Folha.
A façanha histórica coroava o melhor momento vivido por Daniele até então na carreira, marcada por lutas pessoais e contusões.
Descoberta de uma maneira inusitada, aos cinco anos de idade, quando fazia estrelinhas na rua onde morava em Santo André (SP), Daniele clamou por apoio após o resultado, que marcou o primeiro pódio do Brasil em Mundiais de ginásticonc artística.
“Rezo para surgir um patrocinador, seja ele qual for. Minha família não tem dinheiro, meu pai é manobrista, minha mãe faz colchões para o Flamengo, é uma vida dura. Não passo fome, mas tenho problemas”, disse Daniele na entrevista concedida à Folha em que chegou a perguntar à reportagem: “Você acha que vai ter gente no aeroporto?”.
À época a principal companhia da ginasta era o irmão mais novo, Diego Hypólito, com quem ia a sessões de cinema –seu programa favorito. Ambos sonhavam naquele momento em disputar juntos a Olimpíada de 2004. O sonho foi realizado em 2008, 2012 e 2016 –na Olimpíada do Rio, inclusive, assistiu ao irmão conquistar a prata no solo.
Confira a entrevista de Daniele Hypólito à Folha em 4 de novembro de 2001.