Há 85 anos, nascia o cineasta tcheco Milos Forman

Há 85 anos, nascia em Cáslav (República Tcheca) o cineasta Milos Forman. Radicado nos Estados Unidos, Forman é reconhecido pela direção do aclamado “Um Estranho no Ninho” (1975), que garantiu cinco estatuetas do Oscar (ator e atriz, fotografia, roteiro e diretor) das nove indicações.

Forman tem 20 filmes em seu currículo como diretor. Os dez primeiros foram quase todos realizados em países da Europa, especialmente na República Tcheca. Exceção foi “Procura Insaciável” (1971), filmado nos Estados Unidos.

Para o diretor que a partir de “Um Estranho no Ninho” teria seu nome na maior premiação do cinema, quase uma década antes já era indicado ao Oscar. Com “Os Amores de uma Loira” (1966), Forman teve seu trabalho duplamente indicado. Em 1967, ele disputava (mas não levava) as estatuetas de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar e no Globo de Ouro.

Mas foi dirigindo Jack Nicholson e Louise Fletcher que conquistou o estrelato. O filme baseado no livro de Ken Kesey, de 1962, conta a história de Randall McMurphy (Nicholson), que, para se livrar da prisão, finge ser louco e vai para um hospital psiquiátrico.

Subervetendo e criticando os procedimentos do hospital, McMurphy satiriza enfermeiros e pacientes. O que ele não conta é com a rigidez e os métodos ortodoxos da enfermeira Mildred Ratched (Fletcher) –em 2003 foi eleita pela American Film Institute a quinta maior vilã do cinema, na lista dos 100 maiores heróis e vilões.

Já coroado com o Oscar, o filme estreou no Brasil em maio de 1976. Na ocasião a Folha dedicou uma página inteira à obra de Forman em “A ironia de um louco no inferno da tranquilidade”.

Jack Nicholson em cena de “Um Estranho no Ninho”, de Milos Forman (Foto: Divilgação)

Após o sucesso de seu 11º filme, o cineasta teve o privilégio de ver suas outras películas invariavelmente indicadas ora no Oscar ora no Globo de Ouro.

“Ragtime” (1981), outro filme baseado em livro, recebeu oito indicações ao Oscar, mas não venceu em nenhuma categoria. Três anos depois chegava aos cinemas “Amadeus”, obra que retrata as vidas dos compositores Wolfgang Amadeus Mozart e Antonio Salieri.

O filme foi indicado em 11 categorias do Oscar e venceu em oito delas, incluindo melhor fotografia e direção.

Mais de uma década depois, Forman reaparece nas grandes premiações com outros dois filmes, que não arrebataram Oscars, mas foram bem no Globo de Ouro.

“O Povo Contra Larry Flynt” (1996) narra a história do editor da revista americana “Hustler” e seus problemas com as instituições americanas. O filme recebeu cinco indicações ao Globo de Ouro, vencendo em duas delas: Melhor Diretor e Melhor Roteiro.

No mesmo dia em que o caderno Ilustrada trazia a crítica de Inácio Araujo, havia também a entrevista que Woody Harrelson, dera a Elaine Guerini, em Los Angeles, na qual declarava que “Flynt era um lutador”.

Woody Harrelson em cena do filme “O Povo Contra Larry Flynt” (Foto: Divulgação)

Em maio de 2000 chegava aos cinemas do Brasil “O Mundo de Andy”, protagonizado por Jim Carrey. O filme é a cinebiografia de Andy Kaufman (1949-1984), cantor, dançarino e ator norte-americano.

Três anos depois de “Larry Flynt”, outra obra de Forman ficava de fora do Oscar, mas aparecia novamente no Globo de Ouro. De suas duas indicações (melhor ator e melhor comédia ou musical), venceu em uma: o ator Jim Carrey levou o prêmio por sua performance na pele de Kaufman.

O diretor tcheco rodou ainda outras três obras, mas que não tiveram a repercussão a que Forman se acostumou. Mas isso não tira o brilho de todas as anteriores.

Afinal, como ele afirmou certa vez, “diretor é a pequena parte de tudo, pequena parte do roteirista, pequena parte do ator e pequena parte do editor. O bom diretor é aquele que escolhe para esta profissão pessoas que são melhores do que ele é”.