Há 25 anos, morria a arquiteta Lina Bo Bardi
No dia 20 de março de 1992, morria aos 78 anos, em decorrência de uma embolia pulmonar, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi.
Achilina di Enrico Bo, conhecida como Lina Bo, nasceu em Roma em 5 de dezembro de 1914. Casou-se em 1946 com Pietro Maria Bardi, que a convite do empresário Assis Chateaubriand se muda para o Brasil para fundar o Masp (Museu de Arte de São Paulo).
Estabelecidos no país, naturalizam-se brasileiros em 1951. O projeto do museu foi desenhado por Lina em 1957 e inaugurado em 1968.
O desenho moderno e seu vão livre de 74 metros tornaram-se ícones em São Paulo. Em 2003 foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Outras duas obras suas marcam a arquitetura da cidade. Lina assinou o projeto do Sesc Pompeia. Uma antiga fábrica deu lugar a um centro de convivência, esportes e arte, que foi inaugurado em 1982 e até hoje é referência cultural.
Um ícone da arquitetura moderna no país, a Casa de Vidro, na verdade, a casa de Lina, além de ser um projeto ousado, foi o primeiro construído da arquiteta radicada no Brasil. Uma antiga fazenda de chá (Muller), no bairro do Morumbi, foi escolhida para construção iniciada entre 1950 e 1951.
Lá, Lina e Pietro Maria Bardi viveram por mais de 40 anos. O jardim da Casa de Vidro ocupa uma área de 7.000 m². Hoje, aberto para visitação e onde funciona o Instituto Bardi, a vegetação transformou-se numa floresta particular.
Outras obras que merecem destaque são o Solar do Unhão, em Salvador, onde funciona o Museu de Arte da Bahia, o Teatro Oficina e a Igreja do Divino Espírito Santo do Cerrado, em Uberlândia (MG). Projetada em 1975 a pedido dos freis Fúlvio e Egydio Parisi, a igreja foi construída em sistema de mutirão, num trabalho em conjunto entre arquiteto e mão-de-obra.
“Pode ser que a grande obra seja a capelinha miserável de Uberlândia. Feita sem dinheiro, com os padres franciscanos e prostitutas. O Masp é menos importante que aquilo”, resumiu a arquiteta sobre a igreja.
Seus projetos inspiram releituras e mostras que provam que suas obras não perderam o fascínio original.