Omar Sharif, o galã ‘exótico’ de ‘Doutor Jivago’, completaria 85 anos nesta segunda-feira (10)

Alberto Nogueira

O ator egípcio Michel Demitri Chalhoub, mundialmente conhecido como Omar Sharif (1932-2015), faria 85 anos anos nesta segunda-feira (10), caso ainda estivesse vivo.

Nascido em Alexandria, no Egito, filho de um rico comerciante do setor madeireiro, amigo do rei Farouk, o artista formou-se em matemática e física pela Universidade do Cairo e estudou arte dramática na Royal Academy, de Londres.

Sua carreira no cinema começou nos anos 1950, em filmes egípcios, mas o reconhecimento mundial veio com o papel de Sherif Ali (foto acima), um líder do deserto, em “Lawrence da Arábia” (1962), de David Lean. O filme, que conta a história do arqueólogo e escritor britânico Thomas Edward Lawrence –interpretado por Peter O’Toole–, que adere e ajuda a organizar a guerrilha árabe contra o império colonial inglês durante a Primeira Guerra Mundial, marcou a passagem de Sharif ao cinema do Ocidente.

Considerado por Hollywood um galã de beleza exótica, o ator viveu personagens de diversas nacionalidades, como mexicanos, árabes, russos e alemães. Chegou, inclusive, a fazer papel do guerreiro mongol Genghis Khan e do guerrilheiro argentino Che Guevara.

Além de “Lawrence da Arábia”, Sharif ficou conhecido pelos filmes “A Queda do Império Romano” (1964), “Funny Girl” (1968) e “Doutor Jivago” (1965), este último uma das maiores bilheterias da história do cinema norte-americano.

Julie Christie e Omar Sharif em “Doutor Jivago” (Foto: Divulgação)

Porém o sucesso internacional não caiu muito bem em seu país. Ex-cristão, convertido ao islamismo no início da década de 1950 para casar-se com a atriz muçulmana Faten Hamama (1931-2015), foi criticado por beijar a atriz norte-americana Barbara Streisand, com quem fez par romântico em “Funny Girl”, por ela ser judia, pró-Israel.

A vida do egípcio não foi apenas de sucessos. Após algum tempo sem muito destaque nas telonas, em 2000, chegou a dizer que passou os últimos 25 anos fazendo “porcarias”, em referência à época em que aceitava qualquer papel para poder bancar seu vício em jogos e corridas de cavalos.

Mas, posteriormente, o filme europeu “Monsieur Ibrahim” (2003) lhe rendeu um César, considerado uma espécie de Oscar do cinema francês, e uma premiação no Festival de Veneza.

Durante a carreira, o ator egípcio já havia sido premiado com três Globos de Ouro e indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por seu papel em “Lawrence da Arábia”.

Afastado da vida pública por causa do Alzheimer, Sharif morreu no Cairo (Egito), no dia 10 de julho de 2015, aos 83 anos, em decorrência de um ataque cardíaco. Ele deixou seu único filho, Tarek Sharif.