Há 90 anos, nascia Joseph Ratzinger, o papa Bento 16, primeiro a renunciar em seis séculos de papado
Há 90 anos, nascia em Marktl am Inn, na Baviera (Alemanha), Joseph Aloisius Ratzinger, mais conhecido como papa Bento 16.
O pontífice ficou marcado por suceder João Paulo 2º (1920-2005), um dos mais longevos papados, e por ser o primeiro papa a renunciar em 600 anos.
Bento 16 foi o 265º papa da Igreja Católica e o primeiro eleito no século 21. Ficou apenas sete anos como pontífice, sendo eleito em 19 de abril de 2005 e renunciando em 11 de fevereiro de 2013.
Joseph Ratzinger entrou para o seminário em 1939 e interrompeu os estudos quando foi convocado pelas Forças Armadas alemãs em 1943, na Segunda Guerra Mundial.
Em 1951, foi ordenado padre. Seis anos depois, conseguiu o doutorado em teologia e, em 1977, foi nomeado arcebispo de Munique e Freising.
Em 1981, ano em que o papa João Paulo 2º sofreu um atentado na praça São Pedro, no Vaticano, Ratzinger foi indicado como guardião da doutrina da igreja e se tornou prefeito da Congregação da Doutrina da Fé.
Tornou-se decano do Colégio dos Cardeais, em 2002, e três anos depois, após a morte de João Paulo 2º, foi eleito papa.
O alemão esteve no Brasil de 9 a 13 de maio de 2007. A Folha dedicou um guia com 24 páginas sobre a visita do papa, que incluía encontro com autoridades, canonização de frei Galvão (primeiro santo brasileiro) e missa na basílica de Aparecida.
Durante visita ao Brasil, declarou que apoiava a excomunhão de políticos favoráveis ao aborto –comentando decisão recente de deputados mexicanos que legalizaram a prática na Cidade do México no final de abril.
Erudito, conservador e pouco carismático, ele não suportou as denúncias de pedofilia no clero e o escândalo “Vatileaks” –vazamento de documentos por seu ex-mordomo– e, alegando motivo de saúde, renunciou.
Bento 16 foi o décimo papa a deixar voluntariamente o comando da Igreja Católica entre os 265 existentes. E foi o primeiro a fazê-lo em seis séculos.
“Não tenho mais forças para exercer [o papado]”, disse ele, em latim, a um grupo de cardeais reunidos para um discussão sobre o reconhecimento de novos santos.
Aos 85 anos, Joseph Ratzinger deixava o posto mais alto da Igreja Católica e cargo de influência mundial para ser papa emérito, prometendo “obediência” ao seu sucessor.
Era a primeira vez que a igreja convivia com um fato novo: dois papas vivos –um, titular, o outro, emérito.
Saiu oficialmente da igreja em 28 de fevereiro de 2013 e retirou-se para a residência de verão papal em Castel Gandolfo (30 km do Vaticano).
Em outubro de 2016, seu ex-secretário pessoal, Georg Ganswëin, declarou que o papa emérito está “quase cego” e vê “muito mal com o olho esquerdo”.