Há 50 anos: Veja o que foi notícia na Folha nos dias 15, 16, 17, 18 e 19 de maio de 1967
Em SP, presidente abre trabalhos em audiência com Abreu Sodré (15.mai.1967)
Arthur da Costa e Silva inicia nesta segunda (15) suas atividades como presidente da República em São Paulo, com audiência com o governador do Estado, Abreu Sodré, no Horto Florestal, na zona norte.
O mandatário, que havia comunicado no sábado (13) que prepara um “anúncio de grande interesse para o país e para SP”, despachará da Casa de Verão do governo paulista.
Perguntado sobre o encontro desta manhã com o presidente, Abreu Sodré disse que tratará de assuntos econômicos e tecnológicos, de interesse das entidades de economia mista de SP e da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista).
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Costa e Silva tem reunião com Abreu Sodré a portas fechadas (16.mai.1967)
Nesta segunda (15), o presidente Costa e Silva recebeu o governador e o prefeito de São Paulo, na Casa de Verão do Governo paulista, no Horto Florestal (zona norte da capital).
A reunião com o governador Abreu Sodré durou cerca de duas horas e foi cercada de sigilo. Ninguém soube o que foi conversado durante o encontro. O prefeito Faria Lima aguardou, em outra sala, até que a reunião terminasse.
À tarde, o Palácio dos Bandeirantes divulgou que o governador “declarou-se plenamente satisfeito com o encontro” e constatou “perfeita identidade de pontos de vista sobre a agenda examinada”.
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Costa e Silva discursa em quartel e diz que a ‘revolução continua’ (17.mai.1967)
Em almoço no 4º Regimento de Infantaria, em Osasco, na Grande SP, o presidente Arthur da Costa e Silva afirmou que “estamos em plena revolução”.
“Revolução de ideias, de princípios, de mentalidades, para dar a este país aquilo que ele merece: a estabilidade necessária para que haja progresso”, completou.
Disse ainda que, embora se sinta “constrangido na posição de civil”, pois não perdeu os hábitos de militar, considera-se civil “porque quer que a autoridade civil se reconstitua em bases sólidas”.
Os oficiais aplaudiram o presidente quando este citou que a “revolução continua”.
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Durante inauguração de viaduto, Costa e Silva diz precisar de SP (18.mai.1967)
“Preciso de São Paulo”, declarou nesta quarta (17) o presidente Arthur da Costa e Silva na cerimônia de inauguração do viaduto Alcântara Machado.
O presidente, que avaliou como proveitosa sua estadia em SP, considera o Estado importante para o futuro do país. A experiência de governo móvel, que pôs em prática, pela primeira vez em seu governo, deve ser repetida.
Tudo indica que será no Nordeste, possivelmente, no Recife (PE), “que oferece melhores condições”, segundo informou a assessoria da Presidência da República.
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Costa e Silva diz que ‘não se pode mais pedir sacrifícios ao povo’ (19.mai.1967)
O presidente Arthur da Costa e Silva voltou de São Paulo convencido de que é inadiável fazer a correção do resíduo inflacionário para atualizar o salário do trabalhador, que teve seu poder aquisitivo reduzido.
O presidente afirmou que “não se pode pedir mais sacrifícios ao povo” e por isso vai fazer novo apelo aos empresários para que ajudem o governo a combater a inflação e a promover a retomada do desenvolvimento.
Dividir os sacrifícios com o empresariado −concluiu Costa e Silva− será beneficiá-lo a médio prazo com o acerto da política econômico-financeira a ser implantada.