Há 20 anos, vocalista do INXS era encontrado enforcado pelo próprio cinto em quarto de hotel
Em um ano em que o rock perdeu Chris Cornell (Soundgarden e Audioslave) e Chester Bennington (Linkin Park), a morte de Michael Hutchence, vocalista do grupo australiano INXS, completa 20 anos. Em comum, os três foram vítimas do suicídio.
No dia 22 de novembro de 1997, Hutchence, então com 37 anos, foi encontrado enforcado com seu próprio cinto de couro de cobra, na suíte 524 do hotel Ritz Carlton, em Sydney, Austrália, sua terra natal.
Como o próprio nome da banda sugere (INXS = “em excesso”), o músico de cabelos longos e cacheados, de voz marcante, teve uma vida típica de astros do rock, com muito dinheiro, drogas e sexo envolvidos. E, assim como alguns de seus colegas de profissão, não escapou de um final trágico.
A carreira de Hutchence teve início quando, em 1977, os irmãos Farriss (Andrew, Tim e Jon) o convidaram para ser vocalista do grupo The Ferriss Brothers.
Três anos mais tarde, já com o nome de INXS, lançaram disco homônimo, sem muito sucesso. Os roqueiros começaram a despontar no cenário musical apenas em 1983, com o lançamento do single “Original Sin”, que no ano seguinte faria parte do álbum “The Swing”.
Mas os australianos conheceram a fama de verdade com o álbum “Kick”, que trouxe sucessos como “New Sensation”, “Need You Tonight”, “Never Tears Us Apart” e “Mystify” e vendeu cerca de 13 milhões de cópias.
Com “X”, em 1990, Hutchence e companhia seguiram emplacando hits. “Suicide a Blond”, “Disappear” e “By My Side” são exemplos.
Com Hutchence, o conjunto musical esteve no Brasil em duas oportunidades. No Rock in Rio 2, em 1991, e em 1994, quando tocou novamente na cidade carioca e pela primeira vez em São Paulo e Curitiba.
Porém o início da década trouxe a concorrência de bandas do movimento grunge, como Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden. “Welcome to Wherever You Are” (1992) pode ser considerado o último álbum relevante de estúdio do INXS, muito graças à música “Beautiful Girl”.
Sem conseguir despertar o mesmo interesse dos fãs, a banda caiu no ostracismo.
Neste meio-tempo, em 1995, Hutchence se envolveu com a apresentadora de TV Paula Yates. Na época, a britânica ainda era casada com o músico Bob Geldof, com quem tinha três filhas.
O caso tomou os noticiários, com a maioria da imprensa ficando ao lado de Geldof, que nunca aceitou a separação e entrou em uma longa a árdua luta na Justiça pela guarda das crianças.
O novo casal teve uma filha em meio a disputa judicial e problemas relacionados às drogas. Heavenly Hiraani Tiger Lily nasceu em junho de 1996.
Sobre a morte de Hutchence, Paula não se conformou com a versão oficial de suicídio. Para ela, o namorado teve a infelicidade de morrer durante um jogo erótico de auto asfixia. Porém policiais encontraram Prozac nas coisas do músico, um medicamento usado contra a depressão.
Paula morreu em setembro de 2000, devido a uma overdose de heroína. Sua filha com o líder do INXS acabou criada pelo ex-marido Geldof.
Após a morte de Hutchence, em 1997, o INXS tocou em algumas oportunidades com músicos convidados. Em 2005, o grupo retomou os trabalhos com JD Fortune nos vocais. Ele havia vencido o reality show “Rock Star”, criado para encontrar um novo vocalista para a banda.
O conjunto musical, que ao longo de sua trajetória vendeu mais de 30 milhões de discos, encerrou suas atividades em 2011.