Há 80 anos, nascia a atriz ganhadora de dois Oscar, ativista política e feminista Jane Fonda
Há 80 anos, nascia em Nova York (EUA) a atriz, escritora, ativista política, ex-modelo e guru de fitness Jane Fonda.
Filha de Frances Seymour Brokaw e de Henry Fonda e tendo confessado jamais ter sido encorajada pelo pai a seguir a carreira dele, ela frequentou o Actors Studio de Lee Strasberg, fez teatro na Broadway e estreou no cinema em 1960 no filme “Até os Fortes Vacilam”, ao lado de Anthony Perkins.
Em 1968, protagonizou seu filme mais icônico, “Barbarella”, do diretor francês Roger Vadim, com quem foi casada de 1965 a 1973. A personagem foi inspirada em Barbarella, heroína dos quadrinhos franceses de ficção, criada pelo ilustrador Jean-Claude Forest.
Quatro anos depois ganhou seu primeiro Oscar pelo desempenho em “Klute, O Passado Condena”, de Alan J. Pakula.
Nessa época já era uma ativista política e, em 1972, foi visitar o Vietnã do Norte. A viagem rendeu muitas críticas e o apelido de “Hanói Jane”.
“Recebo cartas e e-mails ofensivos até hoje, 40 anos depois, pela foto que fiz no Vietnã do Norte sentada naquela bateria antiaérea”, disse ao editor-executivo Sérgio Dávila durante entrevista em 2006.
Em 1979, ganhou seu segundo Oscar pelo papel de Sally Hyde, que vai trabalhar num hospital de veteranos e se apaixona por um ex-combatente que ficou paraplégico. O filme de Hal Ashby é um claro retrato do efeitos causados pela participação americana na Guerra do Vietnã.
MALHAÇÃO
Se nas décadas de 1960 e 1970, Jane Fonda participou de 29 produções, já na década seguinte ela foi mais seletiva (fez em apenas 9 filmes) e direcionou sua carreira para outras atividades.
As fitas VHS “Workout” (1982) com dicas de aeróbica venderam 17 milhões de cópias, tornando-se um ícone na divulgação dessa forma de exercícios.
Em 1984, sua riqueza, gerada a partir de filmes, produção e fitness, estava estimada em US$ 50 milhões.
ANOS 2000
Ausente de Hollywood desde 1990, Jane Fonda voltou às telas no filme “A Sogra”, de Robert Luketic. A partir dele participou de um filme a cada dois anos, intercalando com séries de TV.
A mais recente delas é “Grace e Frankie” –com a quarta temporada confirmada para janeiro. Jane Fonda contracena com Lily Tomlin –com quem fez “Como Eliminar Seu Chefe” (1980)–, na série da Netflix escrita por Marta Kauffman, criadora de “Friends”.
Mas Jane não vive só de cinema, TV e vídeos de malhação. Seu posicionamento político, suas declarações sobre envelhecimento e também sobre o emponderamento feminino são conhecidas ao redor do mundo.
Desde os manifestações contra a Guerra do Vietnã, por exemplo, Jane não era vista em passeatas até ressurgir em 2007 durante os protestos contra a Guerra do Iraque, onde outras estrelas da sétima arte caminharam lado a lado com desconhecidos.
Também esteve na Eco-92, no Rio de Janeiro, quando se declarou decepcionada ao saber que seu país não assinaria a Convenção da Biodiversidade (tratado para a preservação de espécies vivas).
Em 2012, durante o 8º Fórum da Longevidade em São Paulo, fez um alerta às mulheres que se submetem a plásticas. Ela disse que, apesar de já ter se submetido a várias delas, faz questão de manter as rugas.
“Quero que meu rosto pertença ao meu corpo, não posso mentir para meu namorado na cama. Deixar o rosto todo liso retira os traços e você vira algo que não é mais.”
FEMINISMO
Recentemente, Jane Fonda declarou que foi estuprada e sofreu abuso quando criança e disse sentir vergonha por não ter falado sobre Weinstein.
Dois anos atrás afirmou que “feminismo é dizer que queremos nos tornar um ser humano completo, com direitos e oportunidades iguais”. “Não é apenas ir contra os homens. A maioria dos meus amigos é feminista. Mas não posso falar o mesmo dos meus ex-maridos.”
Além de Roger Vadim, foi casada outras duas vezes. Com o ativista Tom Hayden, de 1973 a 1990, com quem teve dois filhos. E com o empresário Ted Turner (fundador da CNN), de 1991 a 2001.