Há 50 anos, fotógrafo de guerra e personalidades registrava uma das cenas mais icônicas do século 20

A Guerra do Vietnã (1954-1975) foi um dos conflitos mais sangrentos do século 20, ao lado das duas grandes guerras mundiais, e rendeu algumas imagens que se tornaram emblemáticas para a humanidade, como a do registro feito pelo fotógrafo Eddie Adams (Associated Press) do general sul-vietnamita Nguyen Ngoc Loan executando um comunista do Vietnã do Norte.

A fotografia, vencedora Pulitzer, mostrou ao mundo, há 50 anos, parte dos horrores do conflito no Oriente.

A CENA

O fotógrafo havia acabado de chegar em uma rua de Saigon, acompanhado de equipes de TV, quando um prisioneiro vietcongue foi trazido por um grupo de soldados.

Os jornalistas achavam que ele seria interrogado, mas o coronel Nguyen Ngoc Loan caminhou em direção ao comunista e, sem dizer uma palavra, atirou em sua cabeça.

A imagem feita por Adams do momento do disparo rodou o mundo e chocou a opinião pública americana.

Quatro anos depois, ele afirmou que a foto não demonstrava corretamente as circunstâncias do momento –e valeu a Loan, que foi viver nos Estados Unidos após a guerra, uma má reputação.

“Ele era um herói”, afirmou Adams a respeito do coronel.

Loan disse que havia executado um capitão vietcongue que havia sido o responsável pelo assassinato da família de um auxiliar seu algumas horas antes.

EDDIE ADAMS

Edward Thomas Adams nasceu na cidade de New Kensigton, no Estado da Pensilvânia, e trabalhou por 45 anos com fotografia.

Adams cobriu 13 guerras, começando como fotógrafo de combate do corpo de fuzileiros navais da Coreia, no início dos anos 50, e terminando na Guerra do Golfo, em 1991.

Ele trabalhou para AP e para as revistas “Time”, “Vogue”, “Vanity Fair” e “Parade”.

Além das cenas de guerra, também se notabilizou por retratar celebridades como Ronald Reagan, Fidel Castro, Jerry Lewis, Madre Teresa de Calcutá e Louis Armstrong.

Traduzia sua experiência afirmando que “nunca se sabe quem está olhando suas fotos ou como suas fotos vão afetar a vida de outras pessoas”. “Eu não saio com minha câmera para salvar o mundo. Eu saio para conseguir uma história.”

Morreu em Nova York, aos 71 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica (ELA), ou “doença de Lou Gehrig“, considerada pela medicina uma das mais cruéis enfermidades humanas.