Há 25 anos, bomba no WTC matou seis e feriu mais de 1.000 pessoas

Oito anos antes do maior atentado aos Estados Unidos –o 11 de Setembro–, no mesmo local, o World Trade Center foi abalado pela explosão de um carro-bomba que deixou seis mortos e mais de 1.000 feridos.

O plano terrorista começou em setembro de 1992, quando dois dos principais autores, Ahmad Ajaj e Ramzi Yousef, chegaram aos Estados Unidos vindos do Paquistão.

Ao desembarcar, agentes detiveram Ajaj, que viajou com passaporte falso, e confiscaram sua mala, que continha manuais de bombardeio e propaganda anti-americana. Yousef, viajando com um passaporte iraquiano, mas sob o nome Abdel Basit Mahmoud, solicitou asilo político. Ele foi detido por entrar nos Estados Unidos sem visto, mas posteriormente foi liberado.

Enquanto Ajaj esperava na prisão, Yousef começou a colocar em curso um plano que supostamente visava derrubar as torres gêmeas do World Trade Center. Em 1º de outubro, ele se mudou para um quarto alugado em Little Egypt, na cidade de Nova Jersey, com outro conspirador, Mohammed Salameh.

Eles compraram materiais de fabricação de bombas e os guardaram em um armário alugado. Durante janeiro e fevereiro de 1993, eles construíram uma bomba de 680 quilos.

Em 23 de fevereiro, Salameh alugou um furgão e, ao lado de Yousef, comprou vários tanques de gás hidrogênio, que foram carregados no veículo para ampliar o poder da explosão. No início da manhã de 26 de fevereiro de 1993, Mahmud Aboulihalima, outro conspirador, encheu os tanques de gás, e o furgão rumou para Lower Manhattan.

Ao meio-dia (14h horário de Brasília) a bomba foi detonada e levou pânico a toda cidade de Nova York. A explosão foi tão forte que foi sentida em até 2 km do epicentro e a qual especialistas consideraram “quase um milagre” que o número de mortes não tenha sido tão grande.

A força da explosão abriu uma cratera de 20 metros de profundidade por 33 metros de diâmetro em três andares do prédio.

Com a explosão, a fumaça subiu até o 46º dos 110 andares do edifício. Na garagem, acumularam-se 6.000 toneladas de destroços.

CONDENAÇÃO

O FBI e a CIA praticamente não conseguiram provas com a destruição do veículo. Da explosão restou somente a placa.

O furgão pertencia a uma agência de aluguel em Nova Jersey. Salameh retornou à agência para exigir de volta o dinheiro do depósito. A polícia então conseguiu prendê-lo, não demorando muito a identificar os outros integrantes do atentado.

Ramzi Yousef foi preso, mas sua sentença só foi definida cinco anos depois. O terrorista foi condenado a prisão perpétua a ser cumprida em uma solitária e só poderia receber visitas de seus advogados.

Computador de Ramzi Yousef, no Museu Nacional da Memória do 11 de Setembro, em Nova York (Jin Lee/Divulgação)

Além de Yousef, também foram condenados Mohammed Salameh, Ahmad Ajaj, Nidal Ayyad e Mahmud Aboulihalima. Todos a passar o resto da vida na prisão. Saíram do tribunal protestando contra o que chamaram de “injustiça”, e gritando: “Alá é grande.”

Após ouvir a sentença, Yousef acusou os EUA de terem “inventado o terrorismo internacional” e de serem os “açougueiros do mundo”. Atacou o governo americano por sua política de apoio a Israel e disse que, se puder, voltará ao terror.

8 ANOS DEPOIS

O prejuízo estimado do atentado foi de aproximadamente US$ 500 milhões. Autoridades alertaram para o risco de outros atentados, e o evento levou à alteração dos padrões de segurança de prédios públicos, aeroportos e linhas aéreas.

O que se viu mais tarde, infelizmente, é que nem toda a segurança foi efetivamente eficaz –seja para prédios comerciais, públicos, linhas aéreas ou para poupar vidas.

Em 11 de setembro de 2001 o ataque da rede terrorista Al-Qaeda atingiu as torres gêmeas do World Trade Center, o Pentágono e um campo na Pensilvânia.

Os atentados deixaram 2.753 mortos em Nova York, 184 no Pentágono e 40 na Pensilvânia.

A torre sul do World Trade Center é atingida por avião (Sean Adair – 11.set.2001/Reuters)