‘Dallas’, série que conquistou o público brasileiro, estreou há 40 anos

Considerada um clássico da TV americana, a série “Dallas” (CBS), criada por David Jacobs e produzida entre os anos de 1978 e 1991, conta a trajetória de três décadas de disputas entre duas famílias rivais: os Ewing e os Barnes.

“Eles se odeiam, mas são inseparáveis, na mais doce desarmonia. Ricos e poderosos, a simples menção a seu nome faz tremer desde o inspetor do quarteirão mais próximo até os senadores do estado do Texas. E o mais bonzinho deles, quando morrer, será certamente recebido no inferno pelo próprio Lúcifer. Eles são os membros da família Ewing”, diz o jornalista Gabriel Priolli Netto em reportagem da Folha sobre “Dallas”, em 1981.

Dallas estreou no dia 2 de abril de 1978 nos EUA. No Brasil, a série começou a ser exibida em 2 de novembro , na TV Globo.

Com 13 anos no ar e 14 temporadas, “Dallas” tem como estopim a luta de Cliff, membro da família Barnes, que acusa Jock Ewing pelo roubo de sua parte de um dos maiores impérios petrolíferos do país.

Para complicar ainda mais a trama, integrantes das famílias rivais, Bobby Ewing e Pamela Barnes, apaixonam-se. O casamento de Bobby e Pamela é mais um ingrediente no confronto televisivo que acabou conquistando americanos e brasileiros.

“Os conflitos que surgem a partir dessas personagens são sempre saborosos. A família cumpre religiosamente seu ritual de autodestruição, com particular dedicação às horas das refeições, onde voam alfinetadas para todos os lados. Há sempre um ewing chantageando outro, ou, no mínimo, corrompendo terceiros com subornos, ameaças, etc”, diz Gabriel Priolli Netto.

De acordo com reportagem da Folha de 1996, nos EUA, a série “Dallas” virou jogo, grife, história em quadrinhos e milhões de dólares nos bolsos dos patrocinadores. O seriado foi até citado por Ronald Reagan durante sua campanha presidencial.

Com sexo, poder e traição como principais ingredientes, a série tinha J.R. –interpretado pelo ator Larry Hagman (1931-2012)–, filho mais velho de Jock Ewing, como destaque.

“Nos EUA, J.R. virou um tipo de herói às avessas, despertando amor e ódio. As frases ‘Eu amo J.R.’ e ‘Eu odeio J.R.’ viraram slogan de campanha publicitária e marca de calça jeans”, informou reportagem de Turismo da Folha. O personagem também virou marca de cerveja, a “J.R.’s Beer”.

Em 2012, a Warner lançou a continuação da saga dos Ewing em “Dallas 2012”, no Brasil. Com foco em John Ross Ewing, filho de J.R., e Christopher Ewing, filho adotivo de Bobby, a série teve três temporadas e foi cancelada em 2016.

Colaborou Shirley Queiroz