Morto há 50 anos, Jim Clark trocou trabalho rural por velocidade da F-1

Em um acidente durante corrida de Fórmula 2, em Hockenheim, na Alemanha, em 7 abril de 1968, o piloto escocês Jim Clark morreu ao perder o controle do seu carro e capotar várias vezes.

Sua Lotus só foi parar entre as árvores, fora da pista, e acabou sendo completamente destruída. O que provavelmente provocou o desastre foi um furo no pneu.

Clark morreu aos 32 anos, quando era um ídolo no automobilismo. Após trocar os trabalhos rurais na Escócia pela carreira de piloto, o escocês havia conquistado dois títulos do Mundial de F-1 (1963 e 1965).

Sua família era proprietária de uma fazenda na região de Berwickshire, com rebanhos de ovelhas, perto da fronteira com a Inglaterra. Ele cresceu nessas terras, até que, aos 13 anos, passou a estudar em Edimburgo, capital do país.

De acordo a biografia de Clark no site da F-1, ele chegou a dirigir, em segredo, o carro da família pelos campos escoceses. Depois, conseguiu autorização dos pais para guiar os tratores.

Quando completou 17 anos, obteve a carteira de motorista. Nessa época, já havia voltado a viver e trabalhar na fazenda.

Para virar piloto, teve que superar a oposição da família que não gostava da utilização do carro para a prática esportiva.

Apoiado por amigos, que pagavam as inscrições para participar de corridas, começou a se destacar. E a sua carreira foi um sucesso.

A sua estreia em corridas na F-1 foi o GP da Bélgica em 19 de junho de 1960, aos 24 anos, pela Lotus (prova marcada por dois acidentes fatais que vitimaram os ingleses Chris Bristow e Alan Stacey).

O primeiro título mundial veio em 1963 após vencer sete corridas, em dez provas do campeonato. A segunda conquista, em 1965, foi sacramentada também em grande forma ao ganhar seis provas (a competição ainda teve outras quatro corridas).

No ano em que se tornou bicampeão da F-1, obteve um outro feito. Triunfou nas 500 Milhas de Indianápolis, nos Estados Unidos, uma das corridas mais tradicionais do mundo.

O escocês Jackie Stewart, que correu na F-1 com Clark, declarou que o amigo era um homem muito tímido, quase introvertido.

“Ele era um fazendeiro [típico] da fronteira, trabalhava em todos os tipos de lavoura, mas tinha ovelhas também. Ele, simplesmente, não estava acostumado em estar no centro das atenções. Ele se adaptou muito bem a isso, mas de uma maneira muito recatada e de forma digna”, afirmou Jackie Stewart para o jornal inglês Daily Mail.

Stewart afirmou que os carros da F-1 eram frágeis no quesito de segurança naquela época, só que Clark era tão bom que ele não se conformava com aquele acidente fatal.

“Jim era, simplesmente, um tipo de piloto que ninguém achava que iria morrer [em corridas].”