2013: Bombas explodem em maratona, matam 3 e levam pânico a Boston
Os Estados Unidos voltaram a sofrer com o terror em 15 de abril de 2013. Em um intervalo de cerca de dez segundos, duas bombas explodiram na Maratona de Boston, mataram três pessoas e feriram 264.
A Maratona de Boston é a corrida mais tradicional desse tipo no mundo, e cerca de 23.300 corredores participaram daquela edição. Quando as bombas explodiram, cerca de 17.500 já haviam terminado a corrida.
Essa corrida nasceu como uma festa cívica sendo realizada no Dia dos Patriotas. Apesar de ser feriado estadual em Boston, a maior parte da cidade estava funcionando no dia.
Uma bomba explodiu perto da linha de chegada, e a outra estourou a 80 metros desse local.
As vítimas foram a universitária chinesa Lingzi Lu, 23, a gerente de restaurante Krystle Campbell, 29, e o menino Martin Richard, 8.
A brasileira Carolina Feijó, que estava com amigas perto da chegada da maratona, foi atingida na perna por estilhaços da bomba. Ela falou para a reportagem da Folha que chegou a pensar que fossem fogos de comemoração.
“Mas aí surgiu aquela neblina de fumaça, vi sangue por todos os lados, foi horrível. Fechei os olhos e botei a mão nos ouvidos. Não sabia para onde fugir. Fiquei com pena da polícia, eles queriam ajudar, mas não sabiam o que fazer”, disse.
“TV Folha” mostrou em 2013 relatos de brasileiros que presenciaram o atentado:
Caçada
Na tarde do dia 18, o FBI (polícia federal americana) divulgou fotos e vídeos de dois suspeitos do atentado. À noite, a polícia iniciou uma perseguição a esses dois homens depois que houve um tiroteio no MIT (Massachusetts Institute of Technology), no qual um segurança morreu.
Nessa caçada, a dupla trocou tiros com os agentes e tentou escapar. Um deles, Tamerlan Tsarnaev, 26, morreu durante o confronto, na madrugada. O outro acabou fugindo.
O foragido era Dzhokhar Tsarnaev, irmão de Tamerlan e que tinha na época 19 anos.
Boston amanheceu em pânico, conforme registou a reportagem da Folha, com escritórios, lojas, escolas e prédios públicos fechados, após recomendação da polícia para que a população permanecesse em casa. A busca envolveu cerca de 9.000 agentes.
No fim da tarde, o fugitivo foi localizado em Watertown, perto de Boston, e uma grande operação foi montada para capturá-lo. Acabou preso após ser encurralado num barco nos fundos de uma casa.
No barco, Dzhokhar escreveu uma mensagem em que afirmava invejar o irmão por ter recebido o “prêmio” antes dele, acusava o governo americano de matar civis inocentes e dizia que os muçulmanos estavam unidos.
Quando foi detido, ele estava em estado grave e foi levado a um hospital. Segundo relatório médico, havia vários ferimentos à bala, e o mais sério foi um tiro que atingiu a boca e a face esquerda.
Os irmãos eram imigrantes de origem tchetchena. Tamerlan era residente permanente nos Estados Unidos, e Dzhokar era cidadão americano naturalizado.
Julgamento
Em julho de 2013, ele se declarou inocente, em sua primeira aparição em um tribunal após ser preso. Mas, no julgamento em março de 2015, a advogada de defesa reconheceu ser ele o responsável pelo ataque. A alegação foi que o rapaz agiu sob a influência de Tamerlan.
A tese de defesa não surtiu muito efeito, e o júri o declarou culpado. A pena foi anunciada em 15 de maio de 2015: Dzhokar foi condenado à morte.
Antes da formalização da sua pena, ele pediu perdão. “Eu sinto muito pelas vidas que tirei, pelo sofrimento que causei a vocês, pelos danos que eu provoquei, irreparáveis danos. Eu rezo para que vocês possam ter um alívio, para que vocês se recuperem”, disse.
Não foi estipulada uma data para execução, e o condenado permanece detido nos Estados Unidos.