2013: Diego Costa jogou 40 minutos pela seleção brasileira

Um dos principais nomes da Espanha na Copa-2018, o atacante Diego Costa atuou pela seleção brasileira por 40 minutos em dois jogos em março de 2013.

Sem ter grandes chances no time do país onde nasceu, o jogador preferiu passar a defender a equipe espanhola sete meses depois de ter vestido a camisa verde-amarela.

 A Fifa autorizou a mudança porque as duas partidas disputadas pelo Brasil eram apenas amistosas, e não de torneios oficiais da entidade.

Foi na Espanha que Diego Costa fez a maior parte de sua carreira. Nascido em Lagarto (SE), ele jogou no Brasil pelo Barcelona Esportivo de Capela, na quarta divisão de São Paulo, antes de partir aos 17 anos para a Europa, em 2006.

Passou pelos clubes portugueses Penafiel e Sporting Braga e os espanhóis Celta de Vigo, Albacete, Valladolid, Rayo Vallecano e Atlético de Madrid até ser chamado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para defender a seleção brasileira.

A convocação foi anunciada no dia 5 de março de 2013 para enfrentar a Itália e a Rússia em amistosos de preparação para a Copa das Confederações.

“É um atleta que merece essa oportunidade para que a gente possa observá-lo. Ele tem características que são importantes. É forte e sabe se posicionar”, disse Scolari depois de ter anunciado a lista dos jogadores.

O primeiro jogo foi contra os italianos, no dia 21 de março, em Genebra, na Suíça, e Diego ficou entre os reservas. Aos 23 minutos do segundo tempo, chegou a hora da estreia.

Entrou na vaga do centroavante Fred, quando o placar marcava 2 a 2, resultado que persistiu até o apito final. Como a partida teve três minutos de acréscimos, ele ficou em campo por 25 minutos.

Diego também começou no banco o amistoso contra a Rússia, em Londres, na Inglaterra, no dia 25 de março. Só foi a campo aos 33 minutos da etapa final em substituição a Kaká.

Atuou por 15 minutos (a partida terminou só aos 48). O Brasil, que perdia por 1 a 0, reagiu e empatou o duelo aos 44, com gol de Fred.

Em julho daquele ano, o Atlético de Madrid divulgou que Diego obteve a cidadania espanhola, liberando a vaga de jogador extracomunitário no clube. Cada clube na Espanha pode escalar apenas três atletas de países fora da União Europeia.

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Com o passaporte espanhol, ele, que ficou fora da Copa das Confederações, também passou a ter a possibilidade de trocar de seleção.

Ao blog da Folha Por Dentro da Seleção, assinado pela jornalista Martín Fernandez, o atleta mostrou que não estava satisfeito com as poucas oportunidades dadas por Scolari.

“Eu acho que o Felipão já me testou. Ele não me levou para a Copa das Confederações”, disse Diego, em setembro de 2013.

O treinador brasileiro chegou a convocá-lo mais uma vez, por antecipação, para duas partidas amistosas que seriam disputadas em novembro daquele ano. Porém o atleta não aceitou o chamado e optou por defender a Espanha.

Scolari não gostou nada da decisão. “Ele está dando as costas para um sonho de milhões, o de representar a nossa seleção pentacampeã em uma Copa do Mundo no Brasil”, declarou, em nota publicada no site da CBF  após a recusa.

Depois da repercussão, o jogador negou que tenha rejeitado o seu país de origem e apontou que sua decisão foi essencialmente “futebolística”.

“Aqui [na Espanha] fiz minha carreira. Tudo o que sou eu devo a este país. Tenho familiares no Brasil, é onde eu nasci e onde eu vou viver quando deixar de jogar futebol. Espero que as pessoas entendam e respeitem.”

O centroavante ganhou na época o apoio público de Pelé. “Foi bonita atitude do Diego Costa. Ele tinha uma posição e assumiu isso”, afirmou o tricampeão mundial, durante um evento em São Paulo.

A trajetória do sergipano na seleção espanhola começou com vitória de 1 a 0 sobre a Itália, em um amistoso, em Madri, no 5 de março de 2014.

Campeã mundial de 2010, a Espanha chegou badalada para a Copa no Brasil. Mas Diego e seus companheiros decepcionaram, e a equipe caiu eliminada, logo na primeira fase. Na Rússia-2018, o centroavante teve mais uma chance de disputar um Mundial.