Campeã olímpica e vice da Euro, Bélgica viu Maradona frustrar sua melhor Copa

A seleção belga de futebol, rival do Brasil nesta sexta-feira (6) na Copa da Rússia, ostenta em seu currículo o título de campeã olímpica de 1920, o vice-campeonato da Eurocopa de 1980 e um quarto lugar no Mundial-1986 no México.

A medalha de ouro veio em casa, durante os Jogos da Antuérpia, no dia 2 de setembro de 1920.

Essa foi a primeira competição olímpica realizada depois da Primeira Guerra Mundial. O torneio de futebol contou com a participação de 14 times –13 europeias e uma africana, o Egito.

A equipe belga estreou já na segunda fase, as quartas de final, com um triunfo de 3 a 1 na Espanha. Na partida seguinte, a vitória foi em cima dos vizinhos holandeses por 3 a 0.

A adversária na final foi a Tchecoslováquia, seleção que vinha muito embalada. Nas fases anteriores, eles atropelaram os rivais, marcando 15 gols e tomando só 1 (7 a 0 na Iugoslávia, 4 a 0 na Noruega e 4 a 1 na França).

Só que o jogo decisivo não chegou ao fim. Aos 39 minutos do primeiro tempo, a partida foi interrompida quando a Tchecoslováquia, que perdia por 2 a 0, saiu de campo em protesto contra a arbitragem. Assim, os donos da casa ficaram com a medalha de ouro.

Segundo o site da RSSSF, organização que registra estatísticas esportivas, os tchecos reclamaram de que o árbitro não apitou uma falta no goleiro no lance que originou o primeiro gol nem anotou um impedimento no segundo.

A equipe visitante alegou também que o juiz expulsou um tcheco, mas poupou um atleta belga, após uma briga em campo.

1980

A Bélgica chegou muito perto de outro grande feito na Eurocopa-1980, na Itália, ao ficar em segundo lugar.

Era uma geração formada por nomes que entraram para a história do país, como o goleiro Jean-Marie Pfaff e o meia Jan Ceulemans, sob o comando do técnico Guy Thys.

Depois de uma fase de qualificação que contou com 31 seleções, oito equipes tinham se credenciado a participar do torneio europeu. Elas foram divididas em dois grupos.

Com empates diante da Inglaterra (1 a 1) e da Itália (0 a 0) e vitória sobre a Espanha (2 a 1), a primeira posição no grupo e, consequentemente, a vaga na decisão haviam sido asseguradas.

A final foi contra a Alemanha e só foi decidida aos 43 minutos do segundo tempo. O jogo estava empatado por 1 a 1 quando, após um escanteio, o atacante alemão Horst Hrubesch cabeceou certeiro, marcando o seu segundo gol no jogo e decretando a vitória: 2 a 1.

1986

O melhor resultado conquistado pela Bélgica em uma Copa do Mundo foi em 1986 no México, um quarto lugar. O meia Enzo Scifo, de 20 anos, destacou-se em campo e foi eleito o melhor jogador jovem da competição.

Enzo Scifo cabeceia bola durante treino – Benoit Doppagne – 28.mai.2000/Reuters

Comandada pelo técnico Guy Thys, a equipe iniciou sua trajetória na competição de forma cambaleante. Perdeu para o anfitrião México por 2 a 1, venceu o Iraque por 2 a 1 e empatou com o Paraguai por 2 a 2.

Nas oitavas de final, superou a União Soviética na prorrogação por 4 a 3. Na fase seguinte, mais sofrimento. Vitória contra a Espanha nos pênaltis por 5 a 4, após empate de 1 a 1.

O revés veio na semifinal diante da Argentina. Os belgas não resistiram a Diego Maradona, que anotou no segundo tempo os dois gols da vitória de 2 a 0.

Em entrevista ao site da Fifa, em 2016, Scifo lembrou do jogo e afirmou que a Argentina não vivia um bom dia, mas seu time também não estava bem.

“Tínhamos jogados duas partidas com prorrogações, e fisicamente estávamos sentindo os efeitos”, declarou.

Maradona desequilibrou o duelo. “Foi ele quem nos derrubou e nos negou um lugar na final”, disse.

Na disputa pelo terceiro lugar, diante da França, empate de 2 a 2 no tempo normal e derrota de 2 a 0 na prorrogação.

Se a atual seleção Bélgica eliminar o Brasil Copa-2018, ela vai, pelo menos, igualar o feito do time de Scifo.

Diego Maradona comemora vitória sobre a Bélgica – Gary Hershorn – 22.jun.1968/Reuters