Desde 1998, Kofi Annan escreveu sobre liberdade de imprensa e eleições na Folha

Kofi Annan, que foi secretário-geral da ONU de 1997 a 2006, sempre esteve presente nas páginas da Folha. E em pelo menos em 15 oportunidades o fez com suas próprias palavras.

Desde que assumiu a Organização das Nações Unidas, o ganês relatou na Folha seus maiores desafios, como em 15 de março de 1998, quando fez um balanço de um ano à frente da entidade. e as principais questões que abordaria em sua gestão, como Conselho de Segurança, crise humanitária, clima.

Sob o título “Nações Unidas: revolução silenciosa“, ele indicou os desafios que enfrentava com falta de recursos. Isso porque, naquele primeiro ano (1997-1998), teve que realizar a demissão de funcionários e a redefinição de ações, com cortes orçamentários de US$ 123 milhões (cerca de R$ 487 milhões).

Atento aos temas mais sensíveis para o mundo, Annan falou sobre a liberdade de imprensa (“Em toda sociedade, a liberdade de informação é fundamental para a transparência, a prestação de contas, o bom governo e o império da lei”),  pontos-chaves para a vida humana (“água, energia, saúde, agricultura e biodiversiade”), países que precisavam de ajuda (entre eles o Timor Leste) e a importância das Nações Unidas (“A ONU não sobreviverá ao século 21 enquanto todos não perceberem que a organização está fazendo algo para eles, protegendo-os não só de conflitos, mas da pobreza, da fome, das doenças e da degradação do ambiente”), entre outros assuntos.

Defensor ferrenho de que a “guerra deve sempre ser o último recurso”, ele disse que ao longo de sua trajetória aprendeu cinco lições, que inclui responsabilidades sobre a própria segurança, a de uma nação e a do mundo, e revelou ser fã de futebol, um esporte que “é um dos poucos fenômenos tão universais quanto as Nações Unidas”.

Também mostrou ter visão sobre o que poderia vir a afligir o mundo, quando citou em 2004 a que a Europa deveria se preparar para uma crise migratória (“Um dos maiores testes para uma União Européia ampliada, nos próximos anos e décadas, será a maneira como administrará o desafio da imigração. Se as sociedades europeias estiverem à altura do desafio, a imigração será um fator de enriquecimento e irá fortalecê-las. Se o não conseguirem, as conseqüências podem ser uma queda no nível de vida e divisão social”).

Por fim, em seu último texto na Folha, em 2012, Kofi Annan, que à época presidia a Comissão Global de Eleições, Democracia e Segurança, falou sobre como o processo eleitoral pode ser prejudicado se não houver controle do financiamento de campanhas.

“O financiamento político descontrolado e não regulado põe em risco a fé dos eleitores nas eleições, bem como a confiança na democracia –em países ricos e em países pobres. Isso significa que certamente é preciso agir para impedir compra de votos e suborno dos candidatos, incluindo pelo crime organizado. Mas significa também combater o crescimento explosivo das despesas das campanhas, que afetam a confiança na igualdade eleitoral.”

 

Confira nos links abaixo a íntegra dos textos escritos por Kofi Annan na Folha:

Nações Unidas: revolução silenciosa

Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

Uma chance de proteger o futuro

O mundo não pode abandonar Timor Leste

ONU deve ser digna da confiança que o mundo tem nela

Uma oportunidade de paz em Darfur

Por que a ONU é importante?

Uma estratégica de migração para o mundo

Cinco lições

O enfrentamento das alterações climáticas

Como invejamos a Copa do Mundo

Façamos com que esse conselho funcione

Vacinas infantis precisam de incentivos

O que atrasa o progresso da África?

Regular doações e despesas de campanha